Pessoas ricas e ambiente frio

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Se o banheiro era de fazer um humano de classe baixa babar como aconteceu com Felix, a sala de jantar era capaz de abrir o queixo até a mandíbula deslocar.

O cômodo era tão espaçoso que chegava a causar irritação nos olhos, havia desnecessariamente uma divisão estilo americana entre o enorme cômodo para jantar e a cozinha ao lado, a cor bege parecia ser um padrão da mansão, pois aparentemente todos os cômodos eram assim.

A mesa era retangular e espaçosa, grande demais para três pessoas apenas, o que causava mais irritação no Lee, não era alguém materialista e sinceramente não gostava de objetos exagerados demais, essa mansão era o excesso que não gostava.

Quando olhou para a cozinha, se deparou com uma cena que o fez se questionar se deveria ou não estar ali.
Seus olhos se baterão na imagem como um ímã, se sentia sujo, queria ver, queria tocar, mas sabia que era ruim sequer pensar nisso, o certo não deveria ser dar meia volta e fingir que chegou mais tarde?

O homem de fios castanhos claros estava vestido apenas com uma calça de moletom, não havia nada cobrindo seu abdômen, seus ombros, seus braços ou seu peitoral, apenas a calça lilás de moletom de cintura alta que cobria a cima do umbigo até a panturrilha.

O homem estava de costas para si, mas hora ou outra se virava de lado para pegar algum ingrediente no armário.
O cheiro era de bolinhos doces e isso aguçou sua fome, queria entornar o que quer que fosse o doce naquelas costas bonitas, para lamber cada gotinha e em sequência clamar por um pingo de atenção.

O Lee piscou confuso, o que estava acontecendo consigo? Aquilo nunca havia acontecido!
Seus ossos tremeram em um pequeno pane nervoso, correndo para a mesa e já escolhendo sua cadeira.
Não era coisa da sua cabeça, mas jurou que quando esse homem apareceu no quarto mais cedo, havia dito que a comida já estava até mesmo servida, mas pelo visto era apenas para o tirar daquele cômodo e o fazer interagir com seres humanos... Não era fã disso.

– Finalmente o dorminhoco chegou! – a voz melodiosa soou de suas costas, assustando tanto o rapaz quanto o mais velho que cozinhava, ambos se voltando a imagem do homem que vestia a mesma calça de mais cedo e na parte de cima, havia uma blusa lisa da cor cinza sem mangas. – O que temos para o café, amor?

– Estou fazendo bolinhos fritos de amendoim e calda de avelã para molhar... Tem leite de soja na geladeira e sua farinha láctea está no balcão. – o de fios castanhos disse, voltando a cozinhar após tirar os olhos do de fios negros.

O lugar esteve silencioso até que todos estivessem na mesa, com a comida sobre a mesa e todos devidamente servidos.
Hyunjin foi o primeiro a quebrar o silêncio, elogiando a comida gostosa do homem no qual estava com as orbes novamente verdes.

O Lee estranhou, aquilo não era coisa da sua cabeça também, jurou que de manhã aqueles olhos eram violetas ou em tom lilás.

– Com licença... Não sei perguntar de forma sutil mas... Seus olhos... – Felix murmurou, chamando a atenção do casal para si.

– Eu uso lente de grau quase o dia inteiro, apenas tiro para ler, tomar banho e cozinhar. – o de olhos verdes explicou, mas isso ainda não tirou a dúvida de Felix – São verdes naturais... A lente que uso é violeta.

– Ah... São... São lindos. – Felix murmurou, seus olhos naturais eram castanhos com um tom esverdeado, mas gostaria de usar lentes quando tiver seu trabalho mais remunerado – Poderiam me explicar sobre minha mudança para... Esse lugar?

O casal se encarou, antes de voltar a atenção ao rapaz.
Eles pareciam conversar por telepatia e pelos deuses, que eles não fossem telepatas.

– Minho é um parente distante da sua família... Ele é como um irmão da sua mãe... Seu tio, basicamente. A minha história é longa e não é muito legal, a dele também é bem complicada de explicar... – o de fios longos murmurou, parecendo temer as palavras usadas – Mas resumindo, você ficará aos nossos cuidados até que tome a maioridade.

– Vamos nos certificar de que tenha um bom futuro, não se preocupe. – Minho incrementou ao ver a feição nervosa de Felix.

Não queria ser largado a mercê da vida ao curar o braço e sair da vida boa da pré-escravidão da vida adulta, pelo menos não de mãos abanando.

–  Certo... Como posso retribuir a hospedagem? Não sei se sabem, mas eu não tenho dinheiro. – Felix comentou, não queria também ser usado de escravo, mas se fosse necessário pelo menos limparia a mansão de graça.

– Apenas que tire boas notas na faculdade que estaremos pagando e que faça o jovem aprendiz que planejo lhe fornecer. – Minho exigiu, enquanto o de fios negros pareceu sentir dor com as palavras ditas, como se tivessem saído grossas demais, Minho deveria ter sido mais suave com as palavras.

– Ah, a propósito, eu sou hyunjin, Hwang Hyunjin. Esse é o seu tio Hwang Minho. Estaremos felizes de te acolher aqui em nossa residência, Yongbok. – o último citado franziu as sobrancelhas, nunca havia ouvido falar nesses nomes.

– Combinamos que era Lee Hyunjin e Lee Minho... – o de fios castanhos intrometeu irritado, vendo o mais alto fazer um biquinho – Concordou na hora de assinar no cartório...

– Eu me esqueço, okay?

O clima parecia estar leve, porém para Felix, estava estranho.
Aquele não era seu lugar.

Enquanto via o carinho do homem mais velho ao acariciar o rosto do mais alto, o sorriso apaixonado nos lábios cheios e o olhar bobo que Minho dava a Hyunjin, era tudo tão romântico, que Felix se sentia um intruso.

Dois em Um ( Lee Felix Centric)Onde histórias criam vida. Descubra agora