Dois em Um ( Lee Felix Centric)

Filosofia da maioridade

Capítulo narrado na primeira pessoa por: Lee Felix.

Quando pensamos na maioridade, acreditamos se tratar de um momento mágico, quando passamos a ser "donos do próprio nariz".
Quando somos crianças e pensamos que a maioridade trás consigo a independência, banho quando quisermos, escovar os dentes se queremos, comer o quanto de besteira quiser e o melhor, não precisar ir a escola.

Quando somos adolescentes, a maioridade representa algo confuso, preocupante e curioso.
Acreditamos que isso nos livrará de parentes que nos ferem, que nos impedem de sorrir.
Acreditamos que isso fará aquele professor rude calar a boca e não julgar quando perguntarmos algo, pois não precisaríamos perguntar, afinal, estaríamos como adultos, sabemos de tudo.

Quando somos adultos, sabemos o quão merda é ser adulto.
Trabalhar por obrigação é pior do que trabalhar por vontade própria.
O aluguel pode vencer se não pahar e vai acabar sendo despejado.
A luz pode cortar, a água pode cortar, o gás vai acabar, a comida não é infinita, roupas "cabem e descabem" em nossos corpos.
Começamos a nos preocupar com doenças, pois sabemos que doentes não trabalhamos e sem trabalhar, não pagamos conta.

Quando envelhecemos, pensamos o quão ingrato éramos, pois tivemos a chance de andar um dia sem a ajuda de alguém, tivemos a chance de correr sem precisar se preocupar com uma parada cardíaca, não haviam problemas nos ossos, não haviam problemas nos órgãos.
Podíamos comer besteiras sem se preocupar com diabetes, com pressão ou problemas cardiovasculares.

Percebemos que a vida passa como um piscar de olhos, que a vida é rápida, que ela poderia nos deixar em um acidente na fase adulta ou nos levar em uma noite de sono quando somos idosos.
Que poderíamos ter um pico de tristeza na adolescência e desistir de tudo, ou conhecer alguém ruim na infância que faça esse papel por nós mesmos.

A fase adulta pode mudar nossa visão para com a vida, para o mundo.
Nossa visão de objetivo desaparece e reaparece.

Não temos um sonho único, ele sempre muda conforme mudamos de idade, assim como ele amplia conforme ampliamos nossos conhecimentos.

Aquele sonho de infância em seremos bailarinos, sermos astrônomos, termos aquele brinquedo caro que todo mundo tem, se torna em um sonho adolescente em viajar para algum lugar novo, em ir a praia com quem gostamos da companhia, mas quando tornamos adultos, muitos querem e preferem curtir nas folgas, mas alguns, poucos, preferem passar suas folgas sozinhos em seus quartos, trancados enquanto lê um bom livro e degusta de um belo copo de café ou capuccino.

Ainda não cheguei na fase da terceira idade, mas já penso como seria quando acontecesse.

Não era meu objetivo me confundir em pensamentos, mas após fazer meus 21 anos, percebi que de fato... Eu não sabia nada.