Dois em Um ( Lee Felix Centric)

Clima estranho

Não era comum você acordar pela manhã primeiro do que a pessoa que te acorda pela manhã.
Felix estranharia isso, se não fosse pela visão do dia anterior, se não fosse pela lembrança que lhe acorrentou a uma noite de insônia, tendo em mente que sequer havia conseguido dormir e ainda assim, teria que ir a faculdade, aturar aula chata, alunos chatos e uns dois no máximo que serviam para passar o tempo.

Talvez fosse esperar demais ficar normal após ver seus tutores transando pela segunda vez em sua vida, conseguir encara-los no dia seguinte como se estivesse tudo bem.
Porém quando estava tentar colocar um pouco de chá para esquentar e viu Minho aparecendo com cara de exausto, porém já vestido para trabalhar.

O mais velho o encarou por alguns segundos, os olhos bonitos estavam da cor esverdeada naquele momento, obviamente outra lente de contato.

– Quer ajuda? – a frase soou rouca, lenta, nos ouvidos de Felix, parecia sensual, uma instigação a se ajoelhar e pedir que fodesse sua garganta.

Seus olhos se arregalaram com o pensamento, largando o corpo dentro da pia de qualquer maneira e correndo para fora daquela casa enorme com a mochila pendurada em seu único braço saudável.

O Lee correu para o carro de Christopher que já estaria o esperando a essa hora, deixando para trás o homem confuso e bem preocupado com a reação alheia.

– O que aconteceu? Só vi um vulto passando aqui. – Hyunjin perguntou descendo as escadas coçando os olhos, estava com sono demais, porém havia necessidade de comparecer ao curso de espanhol que conseguiu para si as terças.

Minho apenas suspirou, vendo o marido tão bonito, cheio de marcas de chupão pelo corpo, vestido apenas com sua blusa, grande e larga, deixando-o ainda mais tentador para o homem que já deveria estar degustando o café-da-manhã para ir trabalhar.

– Deve ser a puberdade. Na idade dele eu não sabia como cuidar dos meus hormônios também. – comentou balançando os ombros, como se isso fizesse algum sentido em sua cabeça.

Porém Hyunjin apenas franziu as sobrancelhas.

E se Felix havia visto?

– Você me parece pensativo demais, amor. – o Lee sussurrou contra o ouvido do mais alto, recebendo um gemido baixo pela sensibilidade matinal.

– E... E se ele viu, Lino? Ele pode ter visto e agora não sabe encarar a gente! – Hyunjin comentou.

De fato, era uma possibilidade, uma entre milhares de possibilidades.
Porém Minho não pensou nessa, mesmo após ouvir, também a descartou e havia um motivo bem óbvio nisso.

– Eu tranquei a porta, lembra? Pois você já tinha achado que da última vez ele viu algo... Então a menos que ele seja um fuchiqueiro, ele não teria visto. – Minho franziu as sobrancelhas, odiava pessoas fofoqueiras do fundo de sua alma, tinha repulsa, nojo, aversão a essa gente, então preferia acreditar que Felix não fosse desse tipo. – Ele provavelmente ficou de pau duro por ser um quase-adulto e por ter um braço quebrado não quer pedir ajuda para bater uma boa punheta bem feita.

As vezes Minho também não tinha filtros, o que tirou uma gargalhada de Hyunjin, que logo tentou segurar o riso com a piada de péssimo, horrível, terrível, mal gosto.

– Cala a boca antes que eu te corte a língua. – o Hwang resmungou indo para a cozinha, notando algo que lhe fez franzir as sobrancelhas . – Amor... Você bebeu água essa manhã?

O Lee negou com a cabeça, vendo que haviam dois copos na pia.
Um era o que Felix largou de qualquer jeito antes de sair, não é como se fosse conseguir lavar um copo de vidro com uma única mão, não sem fazer uma sujeira fodida na cozinha.
O outro estava ali apenas por estar.

– Felix deve ter bebido de madrugada. – Minho balançou os ombros, recebendo um olhar curioso de Hyunjin, que logo se formou uma careta – E talvez ele possa sim ter ouvido você gemer alto para caralho...

– Você disse que aquele quarto era a prova de som, Lee Minho! – o Hwang exclamou.