Família perfeita

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O primeiro dia de adaptação sempre seria complicado, em oito dias a assistente social iria visitá-los apenas para ter certeza de que o jovem Lee Yongbok estivesse recebendo bons cuidados.
O Lee mais jovem temia bastante do seu futuro se não tivesse recebendo tanto apoio de sua família distante, porém tinha que admitir, estava completamente curioso sobre eles.

Afinal, como se conheceram? Eles cresceram juntos? O que fez sua família se separar ao ponto de nem saber que tinha um tio homossexual casado? Como ele ficou tão rico? Hyunjin afinal veio de onde? Eles estavam juntos a quanto tempo?

Eram tantas dúvidas, estava tão confuso e curioso, não entendia de onde vinha, mas estava curioso.

No dia anterior apenas comeu, conversaram e ficou o dia praticamente inteiro lendo um livro interessante que encontrou na biblioteca do casal.
O livro se chamava Taste de uma autora chamada BabyApple004, esse livro contava sobre um demônio sexual que havia feito um pacto com uma humana e em troca, recolheu para si a alma de um humano extremamente lindo e sensual.

Sua atenção estava tão focada naquele livro, que não havia visto o tempo passar e o dia se tornou noite, o sono bateu em seu rosto e o rapaz simplesmente dormiu sentado naquele biblioteca.

Quando acordou, estava com uma coberta quentinha sobre seu corpo e havia um travesseiro atrás de seu tronco, estava bem confortável se fosse comparar a dormir no chão.
O Lee se levantou sonolento, fechando o livro com o marca-paginas no centro da mesa mais a frente ainda na biblioteca, finalmente se retirando daquele cômodo.

Céus, ler esse livro antes de dormir o fez ter sonhos questionáveis, prinpalmente por se ver no lugar daquele demônio do livro, se ele fosse sensual assim, será que seria um homem mais atraente?
Estava pensando demais...

– Oh, vejo que acordou! – Minho chamou a atenção do rapaz sonolento, Minho dificilmente mostrava um sorriso e nesse momento, ele estava com um sorriso suave e quase passaria despercebido por Felix – Dormiu bem?

– S-sim... – Felix murmurou, tímido e baixo, estava nervoso, será que foi ele quem lhe cobriu? Pois sabia perfeitamente que quando adormeceu não havia nada para protege-lo do frio.

– Ótimo! Então venha tomar o desejum. – o sorriso do homem sumiu ao se virar, voltando a prestar atenção nas panelas ao fogo, Minho sempre se concentrava bem ao cozinhar, em poucos dais ali, Felix já havia percebido isso – Pode ir se sentando...

O mais novo o fez, mesmo que trêmulo, estava nervoso e nem entendia a razão. Em anos de sua vida pacata nunca pensou que iria implorar aos deuses para que um homem notasse sua presença e reagisse bem a isso, no seu caso, dois homens.
Aquele era um casal perfeito, perfeito até demais para o seu peculiar gosto. O que garantia que teria um mísera chance?

Deveria parar de pensar besteira, era um intuso ali, estava ali por pura ordem do governo e não por livre vontade do casal, mesmo que eles não tivessem a obrigação de fazer isso, se o casal quisesse poderiam deixar o garoto em algum orfanato até completar os 21 e pronto, deixaria a sorte própria.

– Bom dia, amor! – a voz suave e melodiosa soou, mesmo que soasse preguiçosa pelo horário.

O mais alto se sentou na frente de Felix, mostrando um sorriso doce e aconchegante.
Hyunjin era um homem gentil e esbanjava o sentimento de acolhimento e carinho, estar ao seu lado era bom, fazia bem e mostrava o quão bom era se sentir em casa.

Minho também parecia legal, mesmo que a maior parte do dia estivesse com os óculos sobre a ponta do nariz e um olhar afiado sobre qualquer ação sua, Minho ainda que mostrasse ser arrogante e esnobe, tinha um coração enorme quando o assunto era Hyunjin e isso ficou óbvio pelo brilho apaixonado nos olhos de Minho quando encarava o homem pela manhã.

– Bom dia, Senhor Hyunjin. – Felix comentou baixo, recebendo um olhar nada amigável do mais alto, não entendeu o que fez de errado e de fato não queria manter uma péssima impressão – Perdão?

– Por favor, não seja tão formal. Somos uma família, sim? Pode me chamar de Hyunjin ou Jinnie, ou da forma que preferir, apenas não seja tão formal. – o de fios negros pediu receoso, Felix por sua vez apenas afirmou com a cabeça e pediu desculpas em um sussurro, pelos céus, aquilo foi tão... Complicado. Se sentia tímido repentinamente, talvez seria melhor não estar ali, agora se sentia o alvo da atenção alheia – Não precisa ficar acanhado, okay? Está tudo bem.

Felix afirmou com a cabeça, vendo a panela com canjica e e combucas de vidro sendo colocadas sobre a mesa.
O cheiro era de canjica, mas ao invés daquele aroma de leite forte, havia o cheiro de leite de coco, era tão suave e gostoso que abria mais seu apetite.
Então veganos comiam tão bem assim?

– Sirvam-se. – o mais velho ordenou já se ajeitando ao lado do marido, observando a reação extremamente alegre do mais alto ao pegar para si a concha do alimento e se servir.

Todos devidamente servidos, aquele ar do ambiente não parecia tão pesado quanto do dia anterior.
Talvez só fosse tudo coisas da cabeça pensativa de Felix, mas sentia que o casal tentava o enganjar nas conversas sempre que possível, como se temessem o deixar fora da conversa por muito tempo.

– Como se sente? Gosta daqui? – Hyunjin questionou, mais uma vez tentando fazer com que Felix se sentisse a vontade com a conversa, como de quisesse o fazer se sentir parte da família – Mês que vem começa as suas aulas. Está ansioso?

– hm... Um pouco. – o mais novo deu os ombros, voltando a comer, enquanto Hyunjin e Minho se encaravam como se um pudesse ler a mente do outro.

Dois em Um ( Lee Felix Centric)Onde histórias criam vida. Descubra agora