📆 Dig as deep as possible.

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[N/A: Olá, seja bem-vinde/a/o a mais um capítulo! Desde já, peço perdão pelos possíveis erros espalhados pelo capítulo. E gostaria de ressaltar que não se deve consumir bebidas álcolicas e dirigir. Respeitar as leis são importantes para evitar acidentes graves].

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Christian não costumava reservar alguns minutos para ouvir a rádio, entretanto, em uma tentativa de evitar ser engolido pelo silêncio dentro do automóvel ele o fez, pois Maggie havia cochilado no banco do passageiro.

Ele manteve seus ouvidos ocupados com notícias nem tão importantes da madrugada e algumas músicas antigas que tocavam em alguns pequenos intervalos. Agradeceu pela ausência de grande movimentação nas ruas e assim não corria um grande risco de atropelar ou bater na traseira de alguém por conta do álcool que havia ingerido. 

Mesmo que o açúcar houvesse colaborado para que o garoto recuperasse grande parte de seu controle, Christian desobedeceu sua mãe ao ingerir a primeira gota de álcool. Ouviu então a voz da razão em seu subconsciente que o orientou a se desculpar com sua mãe horas mais tarde, mas a vozinha grave da discórdia a sobrepôs rapidamente, o pedindo que deixasse para lá, afinal como sua mãe iria descobrir se ele não contasse? 

Deixou tais pensamentos de lado ao estacionar em frente a residência de Margareth, que dormia serenamente. Christian suspirou, retirou o cinto e saiu, fazendo a volta para abrir a porta do carona e encontrar a colega. Retirou o cinto de segurança da garota e lhe cutucou a bochecha repetidas vezes até vê-la abrir os olhos em susto.

— Chegamos, Vossa Alteza. Venha, vou te levar até a porta – anunciou antes de segurá-la deitada sobre seus braços. Sentiu os braços de Maggie rodeando seu pescoço e então ela beijou a bochecha de Christian e sorriu agradecida. — Se precisar, posso te carregar até a porta do seu quarto. Não quero que acorde caída no meio da sala. Se a encontrarem, irão pensar o pior – argumentou, mas a garota balançou a cabeça em negativa prontamente.

— Não se preocupe, Anthony. Eu ficarei bem! Obrigada por hoje e pela carona, loirinho. Eu me diverti muito – concluiu, se despedindo com um aceno breve.

— Sei bem como a senhorita se divertiu, Liza. – ditou em tom de malícia e sorriu. — Não esquenta, você aceitou me acompanhar, o mínimo que eu poderia ter feito foi ter vindo te buscar. Mas... também me diverti. Você é uma companhia legal, garota – retribuiu o aceno e sorriu largo antes de girar os calcanhares e caminhar para dentro do carro novamente.

Anthony suspirou profundamente ao segurar o volante novamente, dessa vez estava sozinho, o sono estava começando a lhe atingir então pisou fundo no acelerador, rumando a direção de sua casa. Por conta da bebida, algumas vezes a tontura o dominava e como consequência o automóvel ziguezagueava pela pista, por muito pouco Christian não atropelou uma placa de trânsito. O susto levado, fez com que seus membros inferiores e superiores começassem a tremer, sua cabeça começou a doer e ouviu a voz de sua mãe em seu subconsciente gritando uma bronca para si, caso encontrasse seu precioso carro com um mínimo arranhão horas mais tarde.

Foi então que decidiu confiar no gps e respirou profundamente algumas vezes para se recompor e trilhar o resto do caminho até sua casa. Assim que alcançou seu destino cerca de quarenta e oito minutos após seu quase acidente, se apressou em guardar o carro na garagem e agradecer a Jesus, – mesmo não sendo religioso –, pois o carro estava em perfeito estado, assim como ele e iria evitar uma discussão com sua mãe.

Cuidadosamente o garoto entra em casa, mas relaxa os ombros ao se deparar com as luzes do andar de baixo apagadas, o que significava que sua mãe estava dormindo. Subiu a escada até seu quarto pulando alguns degraus e se trancou no cômodo. Respirou profundamente, aliviado. Seus olhos se fecharam por um instante e a tontura o acertou em cheio, tropeçou em seus próprios pés e se apoiou na parede para evitar cair.

— Nunca mais eu vou beber – afirmou para si, mesmo sabendo que voltaria a beber em poucos dias. Em seguida, caminhou em passos tortos até o banheiro.

Fracamente bateu palmas para que a lâmpada em seu banheiro fosse acesa e então se permitiu observar seu reflexo no espelho; ainda que seu cabelo estivesse uma verdadeira bagunça, sua maquiagem ainda estava bonita. Tirou uma selfie para enviar a Clinton e agradecer pelo convite, já que não havia o encontrado em meio aos demais convidados da festa.

Alguns minutos depois, enquanto brincava com os sais de banho em sua banheira, relembrou alguns momentos em que havia se divertido na festa, riu e desejou que houvessem mais oportunidades para se divertir com seus amigos. Mas então Mitchel invadiu seus pensamentos, o sorriso desapareceu de seus lábios e respirou profundamente.

Mesmo após todo o tempo de amizade, Christian não conseguia compreender o Cave mais novo. Talvez fosse por conta do laço rompido e o afastamento repentino do outro, mas Mitchel Cave era uma incógnita. Uma incógnita que Christian Anthony iria desvendar.

Por mais que persistisse com as tentativas de se manter distante, o momento partilhado entre ambos naquela festa de aniversário iria permanecer fresco na memória do mais novo por um pouco mais de tempo. Depois do banho e um pouco de choro, Christian se sentou à escrivaninha e abriu o bloco de notas, pronto para teorizar.

O que se passa na cabeça de Mitchel Cave? Como faço para recuperar nosso antigo laço?

Por um rápido instante ele relaxou, estava confortável antes de sair e se afastar mais uma vez. Era como se Mitty estivesse interpretando um papel em uma peça e precisaria manter a máscara de cara mau.

Mas e se ele estivesse se sentindo sufocado com minha presença? E se de fato ele realmente não me suportar mais?

Em alguns momentos ele parece não dar a mínima para seu relacionamento, enquanto em outros, é extremamente meloso.

Sequer me cumprimenta ao esbarrar comigo pelos corredores. Devo ter feito algo muito grave ou ele só pegou birra da minha cara.

Devo continuar insistindo em me aproximar até o momento em que ele se irrite e me dê um soco e quebre meu nariz? 

O loiro releu a lista de perguntas sem respostas duas vezes consecutivas e usou um alfinete azul para prender a folha em seu quadro de avisos bem ao centro. Mesmo que não obtivesse ajuda, ele iria persistir e cavar o mais profundo possível em busca de suas preciosas respostas.

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Vejo você em um próximo capítulo! (:

Let Me be Your (Boy) friend? ⭑ manthony.Onde histórias criam vida. Descubra agora