[N/A: Olá, seja bem-vinde a mais um capítulo da fanfic! Perdão pelos erros ortográficos presentes abaixo, pois não tive o tempo de revisar ainda.
⚠️ AVISO DE GATILHO: CONTÉM DISCUSSÃO E AGRESSÃO FÍSICA, MÁ RELAÇÃO DE MÃE E FILHO. SE TAIS TEMAS LHE CAUSAM DESCONFORTO, NÃO LEIA!]
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Quando por fim eu, Clinton e Syd nos despedimos do grupo de pessoas e de Andy, — que já estava dormindo sentade em uma cadeira estabelecimento. –saímos até o estacionamento e Clinton retira o carro da namorada.
Só então me dou conta de que eu não o vi beber nada além da droga de água com gás e drinks sem álcool. Eu sorri orgulhoso de meu irmão e deixo um riso escapar ao perceber sua namorada grudada em suas costas como um filhote de coala manhoso.
Eu engoli em seco ao me lembrar do ocorrido de poucas horas. Precisaria encarar minha patética situação com Jordan cedo ou tarde, mas eu certamente deveria faze-lo sóbrio para evitar maiores transtornos.
Clinton deita a namorada nos bancos de trás e sinaliza para que eu ocupe o banco do carona, ele é gentil, deixa as janelas abertas para o caso de um enjôo e mantém sua expressão relaxada, como se grande parte do "evento" não houvesse sido um verdadeiro caos. As ironias do destino riem da minha cara.
Meu irmão deixa a namorada dormindo em sua casa e promete entregar o carro mais tarde para ela. Seguimos para a casa, eu não digo, mas sinto medo, apreensão. E apesar de meu irmão colaborar com o silêncio, sei que ele é capaz de perceber. Ele me oferece um sorriso tranquilizador e me ocupo em observar o sol nascendo no horizonte. A chegada de um novo dia e novas oportunidades.
Mas quando alcançamos a rua de casa, um arrepio sobe do meu cóccix até o pescoço e sinto vontade de me fundir com o carro de Syd ao invés de correr o risco de fazer o mínimo barulho e acordar minha mãe. Mas Clinton não me dá escolhas, me arranca para fora do automóvel e o guarda na garagem de casa antes se seguir comigo até a janela aberta de seu quarto.
Meu irmão me ajuda a subir o bastante para que eu me agarre firmemente na corda e adentre seu quarto fazendo o mínimo de ruídos possíveis. Mas quando eu passo pela janela, um grunhido frustrado morre em minha garganta, minhas pernas tremem e o desespero começa a se apossar de cada fibra de meu corpo.
O olhar cortante de Sophy Cave me faz engolir em seco e querer gritar por meu irmão, mas então endireitei a postura e fiz o possível para me preparar psicologicamente para o que viria a seguir.
— Onde você e seu irmão estavam até agora? Por que não me avisaram que iriam sair? – Perguntou em tom bravo, descansando ambas as mãos na cintura.
— Achei que eu não precisava te avisar, afinal eu sou uma grande e enorme decepção para você, mamãe – respondo e ela arqueia a sobrancelha esquerda.
— Você bebeu, não é, Mitchel? – Perguntou, mas não esperou por minha resposta. Ela rapidamente espalmou sua mão em minha face. As minhas narinas se abriram, minha mandíbula foi travada.
— Sim, senhora. Eu bebi. – respondo seco, sentindo a pele em minha face formigar e um nó se formando em minha garganta, forço o choro para baixo e respiro fundo, encarando o teto para impedir as lágrimas de caírem, pois eu sabia que se a primeira fosse liberada, eu não iria conseguir parar tão rápido.
— QUANDO É QUE VOCÊ VAI FAZER O QUE EU MANDO? QUANDO IRÁ COMEÇAR A FAZER ALGO CERTO, GAROTO. NÃO BASTASSE VOCÊ SER UM ERRO, VOCÊ ERRA CONSTANTEMENTE E FRACASSA. – Cuspiu as palavras na minha cara e eu senti como se algo pontiagudo estivesse atravessando minha carne. — Você é um inconsequente que está sempre levando seu irmão para o mal caminho por inveja!
Cruzo os braços, não contendo um revirar de olhos. — Por que eu iria ter inveja do meu irmão? Não faz o menor sentido, considerando que nessa casa ele é um dos únicos que me dá atenção. Você não vê que desde a infância tudo o que tenho feito é ter o Clinton como um modelo a ser seguido pra tentar dar um pouco de orgulho pra você? Você não reconhece a droga dos meus esforços! Eu só comecei a usar maconha por você me causar ansiedade, me fazer mal. Mas é óbvio que você não iria notar isso, afinal de contas já vive na sua bolha de perfeição e eu sou sujo demais para me encaixar em algo tão límpido.
Nesse ponto eu já não era mais capaz de segurar o choro e ainda que ela fosse repetir o discurso sobre chorar ser um sinal de minha fraqueza, eu chorei. Chorei de modo silencioso em sua frente, mas ainda sim sua feição continuava "azeda".
— VOCÊ É MAL AGRADECIDO! EU E SEU PAI FAZEMOS DE TUDO POR VOCÊ DESDE A INSTÂNCIA EM QUE VOCÊ VEIO AO MUNDO, GAROTO. PROVENDO UM TETO, ROUPAS E COMIDA PARA VOCÊ E SEU IRMÃO. O MÍNIMO QUE VOCÊ DEVERIA MOSTRAR É UM POUCO DE RESPEITO E GRATIDÃO. EU NÃO SEI AONDE ERREI NA SUA EDUCAÇÃO! – Ela se aproxima de mim com as mãos em garras.
E de repente está acontecendo novamente, meu corpo é empurrado fortemente e minhas costas colidem com a parede do cômodo, o baque é seco e eu deixo um grunhido de dor escapar. Meu tronco desliza e eu me vejo no chão, com os cotovelos sobre as patelas dos joelhos e as mãos na face, eu choro fortemente resgatando a lembrança da fatídica tarde de sábado. Eu tinha onze anos quando ela havia me empurrado contra o armário da cozinha.
— MITCHEL! – Ouço a voz de meu irmão gritar por mim em desespero profundo, sinto ele me envolvendo em seus braços e ouço-o dizer que tudo ficará bem.
Ele chora, se afasta de mim e se levanta. Ouço o som de seus passos na direção de nossa mãe.
— O QUE CARALHOS VOCÊ ACHA QUE ESTÁ FAZENDO? ELE É SEU FILHO ASSIM COMO EU, CARREGA SEU SANGUE NAS VEIAS DELE, MÃE. – Meu irmão se altera e então ouço o choro de minha mãe, o choro que ela sempre utilizava para dizer que havia se arrependido, quando na verdade apenas queria moldar a situação para transformar a si própria em uma vítima.
Uma vítima do monstro que ela havia criado. O monstro que carregava o próprio sangue em suas veias. Seu próprio filho.
Depois disso eu já não ouvia mais nada. Escutava seu choro e os gritos de meu irmão mais velho, mas as engrenagens de minha mente estavam girando com toda a velocidade que conseguiam. A voz de minha mãe dizendo que eu era uma grande decepção para si estava me perseguindo, quase me enlouquecendo.
Eu continuei chorando em silêncio e nem mesmo percebi Clinton me carregar em seus braços até o interior do carro de sua namorada. O tempo para mim passava como um borrão naquele momento então quando me dei conta, estava dentro da mansão de Ryan. Sentado em seu sofá de milhões de dólares com um cobertor quentinho me agasalhando.
Ryan, meu irmão, Xavier e Jordan estavam ali. Troquei um rápido olhar com minha namorada e enxerguei a tristeza cortante ali; algo em meu peito doeu e senti sua palma fazendo carinho em meu ombro.
A gente precisava ter uma conversa séria e ela sabia perfeitamente, mas dada as minhas circunstâncias no momento Jordan teve a gentileza e a compaixão em me fazer companhia, estar comigo ali ao meu lado em silêncio, me dando carinho como se nada daquilo houvesse acontecido. Era como se tudo estivesse normal, ela desempenhando o papel de namorada companheira e não ousei reclamar, afinal eu necessitava de sua companhia e seu abraço no momento.
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Te vejo em uma próxima atualização! (:
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Let Me be Your (Boy) friend? ⭑ manthony.
FanfictionÉ de consenso social que para grande maioria das pessoas ao passar pela adolescência, são construídos fortes laços de amizade durante o tão tenebroso ensino médio que irão perdurar pelo resto da medíocre existência humana. Christian Anthony costumav...