📆 "Game Over".

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[N/A: Olá para você que decidiu começar a ler essa fanfic. Peço perdão por quaisquer erros grotescos que eu tenha deixado passar e boa leitura!]

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— Porra, Kras… sei que você carrega mágoas pelo fato de o Mitty ter excluído você da vida dele. Mas tenta entender o lado dele também, cara. Dentre todas as pessoas que ele conhece, pensava que você fosse ser quem iria dar o apoio moral que ele necessita nesse momento. Você sofre por amar ele todos os dias, tem noção da dor de um término.

A voz de Andy alcançou meus ouvidos, me fazendo lembrar de diminuir um pouco o volume e ajustar o fone em minhas orelhas. Me endireitei na cadeira e voltei minha atenção para a partida de jogo online que eu enfrentava junto de minhe amigue.

— Ainda que meu relacionamento com o Mitchel não tenha sido amoroso, doeu bastante quando o "porrinha" resolveu me cortar do ciclo de amigos e da vida dele. Mas sim, eu assumo que ver ele todo cabisbaixo e triste pela Jordan ter chutado a bunda dele me deixou triste. Eu sou muito empático e fui dominado pela tristeza dele e em algum ponto a tristeza e dor desencadearam a revolta e a raiva por ele ter se afastado de mim sem mais ou menos.

Eu respondi e levei até a boca o que restava dos salgadinhos no pacote em minha escrivaninha. Ouço Welch respirar profundamente do outro lado da linha; um julgamento quase silencioso.

— Isso, Andy. Me julgue! Você é certinhe demais para cometer erros tão tolos quanto os meus, não é? O ser angelical e perfeito que não comete erros em hipótese alguma – respondi, assistindo meu avatar no jogo cair de costas e desfalecer.

— Você tá sendo um cuzão, Christian! Com o Mitchel e comigo – acusou. — Você não é assim, não costumava ser, pelo menos. Vou desligar e chamar o Pat pra jogar comigo, cansei de te carregar nas costas no jogo enquanto banco seu terapeuta pra você não demonstrar o mínimo de gratidão.

E com isso a chamada se encerrou. Um verdadeiro "game over" para mim. Suspirei, afastando a cadeira com rodinhas da escrivaninha e com um giro, pego um impulso para alcançar a porta do meu quarto sem ter de sair de cima da cadeira.

O som das rodinhas sobre o piso vinílico ecoou em meus ouvidos em um looping quase incessante, nem mesmo percebi quando me levantei da cadeira, ou então quando comecei a descer a escada e marchar para a cozinha. Abri o congelador da geladeira e procurei pelo pote de sorvete de flocos; ao encontrá-lo, um sorriso mínimo surgiu em meus lábios.

Batuquei os dedos sobre o armário da cozinha, em uma melodia coreografada em busca pela gaveta de talheres de onde retirei uma colher. Num movimento rápido, que fez os ossos de meus joelhos estalarem, girei os calcanhares, pronto para retornar para o quarto e permitir que a melancolia e solidão me apertassem em um abraço.

Mas antes que eu pudesse passar pela bancada da cozinha, a figura de minha mãe se faz presente em meu campo de visão. As mãos na cintura, mantendo sua pose de mãe autoritária e calculista.

— Ei, garoto! Que olheiras horríveis são essas? Acha que não sei que você virou a noite no computador? Não desceu pra tomar café, não toma banho há dois dias…

— Mãe! Eu tomei banho. Não sou mais uma criança! Larga do meu pé, vai – rolei os olhos.

— Christian, você está há dois dias usando essa camiseta desbotada do Iron Maiden que ganhou do Mitchel há anos; não tente me enganar. E não pense que pode comer metade de um pote de gelato de morango antes do almoço! As refeições tem horário, Christian Anthony! E por favor… arrume seu cabelo. Está todo desgrenhado! Seus avós virão almoçar conosco então esteja apresentável, crianção.

Let Me be Your (Boy) friend? ⭑ manthony.Onde histórias criam vida. Descubra agora