📆 "You're my green".

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[N/A: Olá, seja bem-vinde/a/o ao penúltimo capítulo da fanfic! Peço perdão pelos erros e já aviso que há palavras de baixo calão, consumo de álcool, menção a problemas maternos e narcisismo. Se for sensível aos temas citados, evite a leitura!]

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Sydney apareceu para nos buscar de carro e ajudar com a mudança; mas Clinton disse que não tínhamos que nos preocupar com mobílias, pois o apartamento já estava mobiliado. Fiz minhas malas rapidamente e pulei para dentro do automóvel de minha cunhada.

Durante o caminho, grande parte de mim se sentia aliviado e contente pela mudança. Uma voz em meu subconsciente dizia que agora de fato eu poderia ser eu mesmo; eu poderia e seria feliz ao lado de meu irmão. Em contrapartida, uma certa parte de mim sentia-se triste, quis voltar e gritar com minha mãe, questionar o motivo de ela não ter demonstrado a mim um pouco mais de amor e importância.

Certa parte de mim ansiava por amor de mãe; um abraço daqueles que a mãe de Kras costumava me dar às vezes, com um calor maternal e conforto.

[...]

A julgar pelo valor do apartamento, esperava encontrar um cubículo com uma decoração horrenda que me doesse os olhos. Mas surpreendentemente, o dono do local havia escolhido uma boa paleta de cores. Uma mistura de branco e diversos tons de verde, combinaram bem.

Até mesmo a bancada da cozinha era verde e o conjunto de cores, as lâmpadas e os vidros das janelas pareciam combinar, o que me trouxe certo alívio.

— Diz aí, Mitty, o que achou do nosso novo lar – pediu meu irmão, saindo da lavanderia e se juntando a mim e a sua namorada na cozinha.

— Não é nada muito "UAU", mas é melhor do que eu esperava, Clint – respondi, recebendo um tapa na nuca de meu irmão.

— Burguês mimado! – Acusou meu irmão, soltando um riso enquanto buscava por um saca-rolhas nas gavetas da cozinha. — Você não deveria ter expectativas assim tão altas, maninho. Você é um estudante que na próxima semana já estará desempregado – ele pareceu encontrar o que buscava, fechou a gaveta e foi até a geladeira buscar uma garrafa de vinho.

Abriu a garrafa sem muitas dificuldades e serviu a taça de sua namorada que agradeceu com um sorriso; não muito tempo depois, bebíamos vinho para comemorar a nova fase de nossas vidas. Me senti leve, mas certa parte minha estava inquieta.

— O que houve, Mitty? Você não parou de se remexer nesse banco até agora. A bancada é assim tão alta pra você ou por acaso você andou encolhendo? – Sydney indagou em um tom brincalhão. Eu ri fraco e suspirei.

— Não. Não é nada disso, Syd… eu só… sei, lá… – fitei suas íris azuis, sentindo o olhar de meu irmão sobre mim. — Não me levem a mal, vocês dois. Eu estou feliz pra um senhor santo caralho que agora vou ter uma vida mais "sossegada", com isso eu quis dizer longe da minha mãe, mas é que uma parte minha ainda anda meio triste, desnorteada. Eu gosto de recomeçar, mas sempre tenho um medinho lá no fundo, porque não sei o que vou encontrar, saca? – Busquei o olhar de Clinton e eu o vejo concordar. — A real é que por mais que a vida esteja começando a melhorar, uma fase boa esteja começando, sempre vai haver alguma peça do quebra-cabeças que não vai encaixar ou então, principalmente, que irá faltar. – Completei e então tomei um gole de vinho e minha cunhada se levantou e veio até mim, me puxando para um abraço.

Todavia, o momento gentil e adorável de conforto e solidariedade foi atrapalhado pela campainha incessante e batidas na porta. Clinton me afastou de Sydney e uma careta se formou em minha face no segundo seguinte em que a campainha soou novamente.

Let Me be Your (Boy) friend? ⭑ manthony.Onde histórias criam vida. Descubra agora