[N/A: Olá, bem-vinde/a/o a reta final da fanfic. Os últimos capítulos! Peço perdão pelos erros grotescos, pois o capítulo ainda não foi revisado. Faça uma boa leitura!
ATENÇÃO: O CAPÍTULO A SEGUIR A MENÇÃO A ANSIEDADE E MOMMY ISSUES. SE FOR SENSÍVEL AOS TEMAS CITADOS, EVITE A LEITURA!]
×
No dia seguinte, fui ao colégio normalmente acompanhado por meu irmão. Entreguei ao professor um trabalho extra que eu havia pedido para que pudesse aumentar um pouco minha nota, o suficiente para atingir a média.
E então pude relaxar um pouco já que tudo estava tendo o seu fim e não havia muito o que pudesse ser feito na minha última semana. Eu ouvia os meu colegas fazerem fofocas a respeito do baile, de seus figurinos, de quem eles haviam votado para rei e rainha e até mesmo ouvi alguém jurar que eu fosse reatar com Jordan após sermos coroados rei e rainha do baile.
Eu ri, pois a garota andava radiante nos últimos dias, no almoço ela sempre se juntava ao grupo junto de Maggie, as duas pareciam felizes e estávamos sendo apenas bons amigos. Afinal, funcionamos melhor assim do que como namorados.
— Nós não iremos reatar o namoro por conta desse baile estúpido, se pensa que duas coroas de plástico farão um milagre desse tamanho, talvez você deva acordar para a realidade. – Eu respondo a garota e então saio da sala com meu irmão ao perceber a pausa do horário de almoço.
— Não precisamos avisar a diretora! – Eu reclamava enquanto subimos as escadas.
— Precisamos sim, seu cabeção! – Meu irmão me dá um tapa na nuca, batendo o pé sobre a ideia de ir avisar a diretora de que precisaríamos sair ao almoço para resolver assuntos pessoais. — Estamos na porra da última semana, eu já não tenho mais muitas ideias para salvar a sua bunda branca da reprovação não, garoto! E olha só, vamos viver juntos e ainda que sua guarda fique com o papai, você vai ter que me ouvir.
Eu rolei os olhos e suspirei de modo pesado. Por um breve momento estava arrependido do que eu faria, mas no segundo seguinte, passou e eu tive que ceder e ir bater à porta da senhora Moore.
Pelas paredes de vidro, percebi que ela estava ocupada então nós nos sentamos nas cadeiras dispostas ao lado de fora; ela então notou nossa presença, mas apenas após alguns longos minutos, a professora de álgebra dos calouros deixou a sala e fomos chamados.
— E então, qual a confusão que traz vocês até minha sala hoje? Mitchel se meteu em encrenca novamente? – A diretora questiona assim que nós nos sentamos.
Assim que a fumaça do incenso chega às minhas cavidades nasais, tento reprimir uma tosse e encaro meu irmão num pedido silencioso de socorro.
— Felizmente não, senhora diretora. – Sorriu minimamente — o que aconteceu é que nós temos assuntos bastante pessoais a tratar e queremos pedir que nos libere agora. É realmente urgente! – Clinton explicou, com toda a sua paciência e charme de bom moço.
A diretora concordou com um murmúrio e um balanço de cabeça leve; me encarou por um instante e eu forcei um sorriso angelical que ela certamente iria desconfiar. Girou a cadeira com rodinhas e buscou em uma de suas gavetas, nossas fichas. Apontou a de Clinton.
— Bem, como ambos têm dezoito, vocês são livres para sair e entrar quando julgarem necessário e não sofrerão penalidades por conta disso. Mas devo confessar que acho interessante a vinda de vocês até mim, imagino que saibam bem da reputação do Mitchel e de todas as suspensões e da vez em que ele teve de assinar a ata, não é mesmo? Consigo enxergar o seu medo de sair da linha e acabar sendo reprovado, Mitchel, mas não se preocupe. Você já é legalmente autorizado a sair da instituição sem se encrencar. Imagino que isso deva responder a dúvida, não é, rapazes? – Ela indaga com um sorriso nos lábios e então nós nos levantamos de imediato.
— Com certeza, senhora Moore. Muito obrigado! – Eu agradeço e então girei os calcanhares para sair, sentindo seu olhar de águia, queimando minhas costas.
— Viu só, Mitty? Não doeu fazer as coisas de modo correto. – Clinton caçoou e eu lhe devolvi um olhar raivoso.
— Você diz isso porque não é você quem foi marcado – respondo enquanto descia as escadas.
— O que você esperava, gênio? Você e o Christian estavam na lista de garotos problema e chegava dia sim e dia não com uma advertência ou então uma suspensão.
— Ah, qual é Clint, você bem sabe que eu tentava escapar e sair ileso sempre. Mas algumas vezes eu chegava de olho roxo por apanhar em alguma briga e era castigado injustamente. Naquela vez que eu e Kras explodimos a cabine do banheiro, estávamos apenas fazendo um experimento inocente e não fomos muito rápidos em fugir do inspetor. Essa escola é muito hipócrita! O professor de química vivia nos encorajando e estimulando a fazer experimentos e quando fizemos um totalmente inocente fomos penalizados. – Eu disse, com um quê de ironia, fazendo meu irmão rir.
— Não questione o sistema educacional, maninho. Ser alguém pensante e inteligente atualmente é perigoso. Vão tentar silenciar você – disse meu irmão num falso alerta enquanto andávamos nos corredores.
— Esses homofóbicos não podem me calar! Só ficarei quieto porque sou muito burro para ser capaz de lutar contra o sistema – eu respondo e caímos na risada.
E assim deixamos a escola e fomos até a delegacia mais próxima com meu irmão dirigindo o carro de meu pai por ser o mais “responsável”, pois infelizmente, mesmo que tivesse a idade e uma carteira provisória, meus pais me viam como um imaturo. Uma criança que não sabia levar nada a sério. E por mais que eu detestasse, não era de todo ruim ter meu irmão dirigindo, assim eu poderia escolher as músicas. Ainda que meu estômago desse voltas e mais voltas e eu estivesse incapaz de raciocinar, meus pensamentos estavam absurdamente rápidos e barulhentos em minha cabeça por conta de minha ansiedade.
A ânsia pelo momento de minha liberdade era um combustível para minha ansiedade me fazer infeliz, e num determinado momento que mais pareceu uma eternidade para mim, chegamos ao destino e vimos uma viatura partir no exato segundo. Nós trocamos olhares e adentramos o lugar.
De repente realmente me senti como uma criança, eu gostaria de ficar sentado enquanto aguardava meu irmão falar com o policial, explicar toda a situação e pedir uma ordem de restrição para mim, mas infelizmente eu precisaria falar, contar.
— E então, rapazes, o que os trazem até aqui? Não deveriam estar na escola? – Indaga um policial barbudo e desnutrido de cabelo e barba grisalha.
— Eu gostaria de pedir uma ordem de restrição, pois eu temo pela minha vida caso minha mãe se aproxime de mim – eu soltei tudo de uma vez, numa lufada de ar. Senti a mão de meu irmão em meu ombro e comecei a revisitar meu trauma enquanto explicava minha situação para o policial que bebia um copo de café.
— Eu sinto muito, garoto. – Lamentou o policial após eu terminar de contar. Eu chorava compulsivamente e ele tinha os olhos marejados. — Nenhuma criança merece passar por situações desse tipo, muito menos crescer com medo da própria mãe. Ninguém merece ter uma mãe narcisista descontrolada. Aqui, filho – entregou ao meu irmão alguns papéis, pois eu não tinha condições de segurar nada.
Minhas mãos tremiam e meu choro já não produzia mais som algum, eu buscava por ar e sentia as lágrimas rolando em minha bochecha enquanto eu desejava do fundo de meu peito não ter que fazer isso. Notando minha situação de transtorno, outro policial me ofereceu água e eu permaneci ali sentado mais um pouco para me recuperar.
Certo tempo depois, voltamos à escola e o tempo passou voando, afinal minha mente vagueava, pensando sobre a reação de minha mãe ao se dar conta de que seu filho querido iria partir e levar junto seu filho bastardo. Certamente parte de si ficaria aliviada por não precisar mais olhar em minha face enquanto a outra parte, irá me culpar eternamente por afastar meu irmão dela.
E foi assim que meu irmão disse que ela reagiu, eu estava presente fisicamente para despedir-me de meus pais, mas estava tão fora de órbita que a única coisa que me recordo é do abraço de meu pai.
×
Vejo você em uma próxima! (:
VOCÊ ESTÁ LENDO
Let Me be Your (Boy) friend? ⭑ manthony.
FanfictionÉ de consenso social que para grande maioria das pessoas ao passar pela adolescência, são construídos fortes laços de amizade durante o tão tenebroso ensino médio que irão perdurar pelo resto da medíocre existência humana. Christian Anthony costumav...