📆 Childhood.

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[N/A: Olá, seja bem-vinda/o/e a mais um capítulo da fanfic desse casal de boiolas que não são um casal fora da ficção. Já peço desculpas pelos possíveis erros grotescos espalhados pelo capítulo e ATENÇÃO AO AVISO DE GATILHO ⚠️ O capítulo abaixo contém retratação de uma mãe narcisista e um filho com mommy issues, se os temas lhe trazem desconforto peço encarecidamente que vá ler outra coisa e priorize sua saúde mental].

(EM HIPÓTESE ALGUMA EU ESTOU ROMANTIZANDO ISSO. ACONSELHO AS MÃES E OS FILHOS QUE PASSAM POR RELAÇÕES ASSIM BUSCAREM POR TERAPIA, POIS TAIS ATITUDES PODEM CAUSAR ESTRAGOS).

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Mitchel's Point of View.

Jordan me levou para casa assim que nós nos despedimos de Christian. Eu tentei protestar e negar, pedir para que ela me deixasse passar a noite em sua casa, mas nós dois sabíamos bem que minha mãe não iria permitir.

Por receio de que eu me afundasse em maus lençóis com minha mãe ainda mais, minha garota estacionou sua motocicleta em frente a residência de minha família. Num muxoxo eu desço e retiro o capacete, deixando-o debaixo de meu braço. Jordan sorri para mim. Me dá um de seus lindos sorrisos, mas aquele carregava um ar de tristeza por mim, por minha situação.

Suas mãos encontram meu rosto e ela faz carinho em minha pele, seu toque caloroso e macio, - algo que provocou um rápido vislumbre de um momento da minha infância em que chorei depois de ralar o joelho enquanto meu pai se esforçava para me ensinar a andar de bicicleta sem às rodinhas na rua de casa.

Acho que para evitar olhares tortos dos vizinhos, evitar que alguém acionasse o conselho tutelar, minha mãe acolheu meu choro. Me abraçou para me fazer parar de chorar enquanto acariciava meus fios de cabelo, secou minhas lágrimas com suas mãos e fez carinho em minha bochecha. Eu percebi em seu olhar algo diferente, mas ignorei, afinal minha mãe havia me acalentado por um breve momento.

Sinto os lábios de minha namorada encostando nos meus, mas no minuto seguinte ainda sigo disperso até o interior da casa. Quando eu chego o ambiente está silencioso, mas às luzes estão acesas. Procuro por Clinton, mas não o encontro em meu campo de visão.

Sinto minha boca seca e giro os calcanhares, marchando até a cozinha para pegar um copo d'água. Eu vejo minha mãe retirando algo do forno e faço menção de dar meia volta, mas ela me percebe ali.

— Ah, você chegou. – Ela diz, sem emoção alguma em rever o próprio filho ali, parado na entrada da cozinha. Eu assinto com um balançar de cabeça.

Quando ela se vira para olhar para mim diretamente, sua cara se retorce como se ela houvesse comido algo azedo. Rapidamente se aproxima de mim e começa a me cheirar.

Merda.

— Seus olhos estão avermelhados e você está cheirando a maconha. Poderia ter feito um esforço para esconder, não acha, Mitchel? – Ela cruza os braços, já com os olhos marejados e eu respiro profundamente. — Mas não... Por que é que você iria se dar ao trabalho de tentar poupar sua pobre mãe e perder o posto de maldito filho rebelde? – Ela indaga de modo retórico e dramático entre dentes e eu nem noto meus punhos cerrados. — Você é a minha maior decepção, Mitchel. Meu maior erro. – Seus olhos continuam marejados.

— Se eu te decepciono tanto assim, mãe. Se eu sou mesmo o seu maior erro então por que não me deserdou ainda? – Pergunto com acidez. Me esforço para não deixar a voz falhar e demonstrar que suas palavras haviam me afetado.

E ali estava, mais uma vez. Já havia decorado seu monólogo, ela usava do tom dramático, reclamando desde às coisas mais simples e sem nexo até mesmo a respeito do meu envolvimento com as drogas. Ela sabia que eu apenas usava do álcool e da maconha para me manter mais relaxado, tentar driblar a ansiedade que a convivência com ela me causava. Mais ainda sim, ela insistia em dizer que eu estava a pintando como alguém ruim, como o monstro de minha história.

E quando eu me trancava em meu quarto para chorar depois de bater a porta, eu permitia que suas palavras tomassem posse de minha mente e eu passava a duvidar de mim mesmo e crer que estava exagerando e que minha própria mãe não poderia ser assim tão ruim.

Mas em minha infância, quando Clinton ganhou um avião de brinquedo em seu aniversário de sete anos e me chamou para brincar com ele, eu fui. Comecei a correr atrás dele que carregava o brinquedo em uma de suas mãos erguidas para fingir que o avião realmente podia voar. Alguns minutos depois, quando fomos descer a escada correndo, meu irmão mais velho tropeçou em um degrau e o brinquedo foi ao chão e ele torceu o tornozelo esquerdo.

Quando Clinton começou a chorar, nossos pais vieram correndo ao nosso encontro, minha mãe decidiu ignorar minha expressão de desespero e o quão apavorado eu estava me sentindo por ver meu irmão naquela situação e me culpou. Disse que por eu estar correndo atrás de Clinton, eu o havia empurrado e ele havia caído por isso. Mesmo sabendo que não era verdade, ela agiu como se fosse e me pôs de castigo por uma semana, me privando de me aproximar de meu irmão nesses sete dias.

Meu pai tentou de todas as formas me ajudar, pois tinha noção do quanto eu e meu irmão éramos grudados e essa separação soou para nós como uma maldita tortura. Entretanto minha mãe estava irredutível e depois disso eu realmente passei a crer por um tempo que a culpa era minha e chorei pedindo inúmeras desculpas ao meu irmão que me abraçou e disse que havia sido descuido dele.

Eu voltei para o presente ao ouvir o choro de minha mãe aumentar e então eu girei os calcanhares e já não sentia mais sede, apenas queria chegar ao meu quarto logo. Quando eu o fiz, fechei a porta calmamente e me apoiei na madeira, deixando meu corpo deslizar até o chão.

Ali eu abracei meus joelhos e chorei. Chorei porque mais uma vez a culpa pelo acidente de meu irmão me atingiu enquanto a voz de minha mãe me chamando de decepção me atingiu fortemente. Eu não queria me tornar uma decepção para ela, eu nem mesmo tinha noção do que eu poderia ter feito para tê-la decepcionado tanto.

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Vejo você em uma próxima atualização! (:

Let Me be Your (Boy) friend? ⭑ manthony.Onde histórias criam vida. Descubra agora