📆 The basketball.

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[N/A: Olá para você que decidiu começar a ler essa fanfic. Peço perdão por quaisquer erros grotescos que eu tenha deixado passar e boa leitura!]

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Quando adormeci já passava das duas e cinquenta e seis da manhã, pois meus amigos me fizeram jogar gartic com eles pela madrugada adentro, sem se importarem com o colégio. Eu tentei recusar, mas eles me venceram pelo cansaço. E então, quando o despertador tocou às 07:00 da manhã, eu rolei pela cama e fiz careta, protestando.

— Se você não levantar em cinco minutos, eu vou jogar um balde de água em você  garoto – ouço minha mãe gritar da cozinha e faço esforço para me sentar na cama.

Meus olhos continuam fechados e a luz solar atravessa por algumas brechas na cortina. Eu abro os olhos, piscando repetidas vezes para acostumar meu olhar e sinto o cansaço pesar em todo o meu corpo.

Mentalmente xingo meus amigos por me obrigarem a perder horas de sono e afasto meu cobertor, meus pés alcançam as minhas pantufas de dinossauro e então eu saio da cama. Na tentativa de despertar, arrumo a cama e afasto a cortina da janela.

Em seguida eu me arrasto até o banheiro em passos lentos, desejando ser capaz de fazer todo o necessário ainda de olhos fechados, mas quando faço menção de entrar no box com os olhos fechados, meu pé esbarra no vidro e instantaneamente o sono desaparece e começo a mancar e praguejar baixinho.

As primeiras aulas pareceram passar como um borrão para mim, eu não conseguia focar nas explicações dos professores e transcrevia o que era proposto nas aulas somente por estar no piloto automático, só conseguia pensar na partida de basquete que iria disputar com Cave em poucas horas.
Não que eu estivesse desesperado para ganhar, ao contrário, meu coração batia acelerado pela euforia e nervosismo ao pensar no fato de que nós dois estaríamos juntos, dividindo um momento semelhante aos "velhos tempos". Foi difícil para mim manter o sorriso distante de meus lábios.

Durante o intervalo, comi apenas uma salada de frutas, pois o nervosismo crescente não m permitia comer nada. Eu estava alheio ao diálogo de meu grupo de amigos, vez ou outra balançava a cabeça e murmurava para responder alguma pergunta. Discretamente meu olhar buscava pelo garoto de trancinhas ao outro lado do refeitório, em uma mesa ao fundo, com sua namorada ao seu lado esquerdo e seu irmão Clinton sentado à sua frente com seu grupo de amigos ao redor, eles pareciam conversar animados, rindo.
Me perdi no sorriso doce de Mitchel e ele deve ter notado que eu o encarava, pois em um determinado momento nossos olhares se encontraram;

Inicialmente ele me lançou um olhar de repreensão e em seguida me lançou um sorriso torto. Devolvi um sorriso tímido e senti minhas bochechas queimando antes que eu virasse o rosto e abaixasse a cabeça, brincando com os mirtilos e pedaços de morango de minha salada.
Na terceira aula, o tempo pareceu desacelerar, quase como se eu estivesse sendo torturado pelas vezes em que furava a fila do refeitório, ou então pelas peripécias que costumava aproveitar com Mitty nos anos anteriores. Em algum momento, me lembro de ouvir a voz da professora explicando algo sobre o baile e a colação de grau, mas não dei importância alguma e quando o sinal soou alto pelo corredor, fui um dos primeiros a deixar a sala.

Corri pela escadaria com meus materiais organizados de modo a tornar tudo mais prático e joguei tudo em meu armário antes de seguir correndo até a parte externa do colégio, ignorei o aviso do inspetor sobre não correr pelos corredores e sai. Senti o calor do sol em minha pele e por pouco não desisti e dei meia volta para a sala com ar condicionado. Xinguei Mitchel mentalmente, prometendo cortar suas trancinhas caso ele resolvesse me dar um bolo e contornei a área da natação e o campo de futebol americano até alcançar o espaço onde a grama estava maior do que o restante do perímetro escolar, mal cuidada e pisei em algumas flores coloridas, que julguei serem venenosas, para alcançar a entrada da quadra; – cuja a tintura estava descascada, haviam várias rachaduras pelo local e muita poeira, as cestas de basquete, há muito haviam sido vandalizadas, restando apenas um aro fixado em uma plataforma que cairia caso fosse atingida com muita força.

Apoiei ambas as mãos nos joelhos e parei para respirar quando me dei conta de que havia chego primeiro. Quando Mitchel Cave chegou cinco minutos depois, brincando com sua bola de basquete autografada, eu já estava sentado no chão imundo, com a cabeça apoiada nos joelhos. Ele me encarou em silêncio e sorriu antes de deixar a bola ir ao chão, quicar e atingir a parede com rachaduras.

— Nem começamos e você já foi derrotado, loirinho? Pensei que você fosse um adversário mais difícil de derrubar – ironizou, se aproximando de mim.

— Vai sonhando, Cave... você não vai durar dez minutos completos, garoto – eu sorri, convencido e segurei em sua mão estendida, para me ajudar a me levantar.

Rapidamente segurei a bola com ambas as mãos e corri até o centro da quadra, ouvindo o ruído da sola de meu all-star raspando no piso empoeirado. Eu encarei o garoto e notei o quão seria estava a sua expressão. Seu olhar era quase mortal, sentia que se eu continuasse o encarando por muito tempo, ele poderia me cortar apenas com seus olhos.  Suas pernas estavam juntas, sua guarda havia sido levantada e no instante em que empurro a bola no chão ao lado de meu corpo, ele se desloca e vem para cima de mim, ávido pela bola.

Eu deixei um sorriso largo dançar em meus lábios quando fui rápido em desviar de sua investida e continuei correndo com a bola em minha posse, estava quase alcançando a marcação da quadra para arremessar a bola, quando por fim, ela escapa de minhas mãos e atrás de mim, Mitchel agarra como se sua vida dependesse daquilo.
Eu via a chama da competitividade em seu olhar, ainda que fosse algo bobo, era nítido que ele gostaria de levar a vitória, mas eu não poderia deixá-lo ganhar tão rapidamente. Faria o possível para continuar em sua companhia por mais alguns minutos. E como se eu não soubesse as regras, corri em sua direção e segurei firme em sua cintura, forçando seu corpo para o chão junto comigo.

Caímos num baque surdo e ele resmungou de dor, eu estava por cima dele, ainda com minhas mãos em sua cintura. Sentia seu hálito quente contra meu rosto e assim como eu, ele tinha uma respiração ofegante.

— Eu sei que você é ruim, Christian.  Mas esperava que pelo menos soubesse as regras do jogo, cara. Isso é basquete e não futebol americano – ralhou comigo, e sentia que a qualquer momento meu coração pudesse pular para fora de minha boca. Engulo em seco e sorri sem graça para ele, retirando as mãos de seu corpo para permitir que ele se pusesse de pé.

— Desculpa, eu acabei me empolgando e confundindo os esportes, Mitty – respondo e eu ouço o som de sua risada, não consegui evitar rir junto.
— Se precisar, te dou algumas aulas, cara. Você parece bem enferrujado – comentou e eu balancei a cabeça positivamente de modo tímido, sentindo a ponta de meus dedos formigando.

— Acho que vou ter que aceitar – respondi, me levantando e endireitando minha posição logo.

O restante da partida pareceu ser reproduzida em câmera lenta para mim, eu assisti Cave roubar a bola, que fiz questão de deixar que ele tivesse posse e arremessar, fazendo uma cesta quase perfeita, pois a bola acertou a plataforma em que o aro estava fixado antes de passar por ele; ambos assistimos àquilo cambalear e então cair, fazendo um barulho enorme, que nos fez sair em dispara de volta para o colégio na tentativa de evitar uma detenção.

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Vejo você em uma próxima atualização! (:

Let Me be Your (Boy) friend? ⭑ manthony.Onde histórias criam vida. Descubra agora