vingança

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Neteyam

Eu nunca fui de sentir ódio por ninguém ou por algo. Sempre sendo um na'vi calmo, pensando com a cabeça sobre tudo. Porém dessa vez, sinto minha vista escurecer e um sussurro em meu ouvido falando morte.

Se eywa quis levar o meu pai, eu só tenho que agradecer pelo tempo que me permitiu ter com ele. Mas não vou deixar minha pequena tuk ser tirada de mim sem lutar. Nem que seja a última coisa que eu faça.

Aonung monta no seu tsurak me olhando preocupado, não posso ligar para ele agora.

Olho para trás vendo a minha mãe segurando o corpo frio e sem vida do meu pai. Sinto uma lágrima escorrer mas logo viro a cabeça para frente, hoje isso acaba.

Vejo alguns humanos e avatares atirando em nossa direção, aonung mergulha com o seu tsurak, pulando na parte de baixo do navio.

Desvio dos tiros. Tenho que distrair para que ele alcance a tuk.

Eu não sei como, mas sinto uma certa energia envolver o meu corpo, o navio balança na água enquanto direcionava o meu olhar de ódio.

As ondas chicoteando para dentro do convés. Levando os humanos por água abaixo. O fogo das minhas explosões se espalhando pelo piso, até a câmara de gás. Fazendo os falsos na'vis explodirem.

Alguns fogem, mas rapidamente atiro as minhas flechas venenosas em seus peitos e cabeças.

Acho que me distrai em algum momento no meu ódio, sinto minha respiração ficar fraca, uma dor aparece em meu abdômen e ouço um grunhido alto.

- tanhì! Calma garota.

Ela grunhe em resposta, suas asas não conseguem bater com a força de antes. Merda, tenho que fazer alguma coisa e rápido. Desvio de mais tiros.

Uso a pouca força de tanhì, pousando ela ao lado do navio.

Vejo que os quatros tiros que ela tomou, não foi em áreas de risco, vai sobreviver, mas não pode sofrer mais esforço.

- vai ficar tudo bem, garota. Calma.

Faço um carinho no seu pescoço.

Esses humanos, só me fazem ter mais ódio ainda. Olho para cima vendo as chamas se espalharem. Pulo em algumas rochas até conseguir segurar a grade protetora com a mão, servindo de apoio para subir novamente. Me escondo atrás de alguns escombros

- que bom ver você novamente, neteyam. Lembra de mim? - uma voz conhecida me faz olhar para frente.

- eu mentir quando disse que era um metkayina de outro clã, você ter dito o seu nome só facilitou para que eu pegasse seu irmã. - rosno na direção do kirì'nt

- demônio! Eu mato você! - sinto minha respiração ficar ainda pior, conto até dez, respirando fundo para me acalmar.

- não, neteyam. Hoje, você quem vai morrer. Sabe, pagam muito bem para um na'vi com ligação direta a eywa. - arregalo os olhos em surpresa, como?

- como eu sei disso? Deveria saber que humanos são bem inteligentes quando querem. - ele fala. Ponho uma flecha no meu arco, silenciosamente, esticando. Miro por um buraco sem que ele veja.

- eu bem que queria ter me divertido mais com você. Você até que é bonitinho, uma pena que terá que morrer. - atiro a flecha em seu ombro, esticando outra quando escuto o seu silvo de dor. levanto e me aproximo para outro escombro, sem que ele note.

- você pode até ser inteligente, mas nunca será mais rápido. - sibilo, atirando a flecha em sua perna, o fazendo cair no chão.

Me aproximo segurando o punhal que aonung me deu.

oel ngati kameie, NeteyamOnde histórias criam vida. Descubra agora