oel ngati kameie, Neteyam

um novo prazer, aonung

Neteyam

- Ateyam, não brinque com o seu irmão desse jeito. - reviro os olhos para a cena em minha frente. Ateyam infelizmente pegou a pior parte de mim e de Aonung, resultando com ele usando o vento para empurrar o irmão na água.

- Sa'nok, jake não quer me dar o arco. - ele emburra cruzando os braços, adorável.

- você ainda não tem idade para manusear um arco. - arqueio a sobrancelha. Minha cauda balança agitada, vejo o pequeno encolher as orelhas me fazendo dar um suspiro cansado e compreensível.

- eu prometo que vou ensinar você a usar, outra hora... Está bem? - me agacho em sua frente. Sinto pequenos braços envolverem meu pescoço.

- certo... Irayo, Sa'nok. - ele pega a mão do irmão e corre na direção da casa do lo'ak.

- sabe que não adianta dar bronca, não sabe? - sorrio já sabendo da outra pessoa no cômodo, me virando para ver o meu marido, sorrindo para mim. Seus olhos encontram os meus, da mesma forma que o conheci... Azul no amarelo.

- agradeça a eywa por terem a sua personalidade. - aonung circula minha cintura com as grandes mãos, me fazendo ofegar.

- a minha? Até onde eu sei, era você quem vivia fugindo para treinar com o arco na idade deles. Eles se espelham em você, deveria ensina-los. - sua mão direta acaricia minha bochecha, meu ronronar é ouvido.

- eu não quero que eles tenham essa responsabilidade. Não quero que sejam iguais a mim e meus irmãos, eu ainda tentei proteger a tuk disso. Não quero que ocorra o mesmo.

- não se preocupe, tenho certeza que saberá ensinar tudo o que sabe, sem que eles se machuquem. - ele pega minhas mãos, levando aos seus lábios. Sinto beijos castos serem depositados nas costas dela.

Aonung se aproxima da minha orelha dando uma leve lambida seguido de uma mordida.

- tem um lugar que quero te levar hoje à noite, deixarei as crianças com a reya. Uma noite só nossa, só nós dois... - ele sussurra. Sinto o meu corpo estremecer com o timbre de sua voz.

- você que terá uma surpresa hoje, querido - sussurro de volta, segurando em seu queixo e depositando um rápido selinho, me afasto rapidamente. Sua feição ainda surpresa me faz rir.

- vamos... Temos que olhar as crianças. - puxo sua mão em direção ao marui do meu irmão. Todos estavam lá em um círculo, sento perto da minha mãe que estava com Rìtsun deitado em seu colo. Tuk encosta a cabeça em meus joelhos me fazendo acariciar seus cabelos. Jake e Ateyam se aconchegando em Aonung que estava ao meu lado.

Eu e aonung vivíamos ocupados com as obrigações de líderes, decidimos ter um dia em família. Seja para contar histórias, conversar ou só para matar a saudade.

- mamãe, conta a história de como conheceu o papai... - Jake interrompe o silêncio. Vejo minha mãe, lo'ak, tsireya, rotxo e kiri sorrirem da cara de deboche do aonung. Reviro os olhos para a cena.

- Isso! Como conheceu o papai? - Ateyam fala.

- Jake! Ateyam! Não sejam intrusivos! - tuk reclama, vejo as orelhinhas e as caudas dos gêmeos balançarem em tristeza.

- filha... Você sabe que a história não foi nada de mais, deixe seus irmãos saberem. - dessa vez foi o Aonung que responde.