2° temporada: um novo começo

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Neteyam

Se algum dia me falassem que ter filhos adolescentes era tão trabalhoso, eu juro... Que os teria novamente.

O tempo é algo que não podemos parar, 8 anos se passam rápido quando se está feliz. Bem... Nem tanto.

Nesse momento, estava dando uma bronca no meu filho mais novo, ateyam. Quem diria que o garotinho tímido iria se tornar um metkayina tão problemático assim, francamente.

Jake... Ah, o que falar do mais velho? Uma cópia minha, só mudava os olhinhos e a cauda, sua estrutura omaticaya fazendo ser mais baixo que seu irmão. Era um doce garoto, não gostava de contato além da nossa família.

— Ateyam! Quantas vezes vou ter que falar que não deve caçar nos recifes? Está de castigo! Eu não admito que faça isso sem que eu ou o seu pai saiba, está me ouvindo? Nunca mais faça isso! — rosno irritado na direção do corpo metkayina na minha frente.

As orelhas do meu filho mais novo abaixam em vergonha junto com seus olhos amarelos e azuis, sua cauda omaticaya balançava calmamente.

— mãe, Eu estava lá, estava tudo bem. A gente só — Jake ainda tenta intervir mas só um olhar irritado basta para que fique calado.

— Nem mais uma palavra Jake te Suli Teyun'ska! Eu sei que isso foi idéia do seu irmão, onde estava com a cabeça? — mais um par de orelhas se abaixam.

— Ateyam. — chamo e ele dirige seu olhar para mim. Suspiro derrotado vendo seus olhinhos, os nossos olhos. Me aproximo colocando a mão em sua cabeça trazendo para o meu peito, em um abraço.

— Só... Não se ponha em perigo novamente, me desculpem, crianças. Não posso imaginar perder vocês. — sussurro abrindo os braços para o Jake e eles me abraçam.

— agora entrem, e ateyam... Nem tente esconder esse machucado no seu braço.

— mãe, está tudo bem, estou bem.

— sua irmã Tuk está dentro de casa com a Eyrìnä. Vá lá para que ela cure seu machucado. Ainda está de castigo e seu pai vai ficar sabendo disso, ouviu? — falo e vejo ele abaixar a cabeça concordando e entrando dentro da nossa casa.

Solto um suspiro cansado. Definitivamente crianças não são fáceis.

Tuk se mostrou uma na'vi esperta e muito determinada, sempre ao lado do Aonung nos deveres do clã. Jake era um garoto doce, mas vivia grudado no irmão, nunca entendi bem a conexão que eles dois tem entre si, sempre andando para cá e lá juntos, não faziam nada sem ter a presença ou toque um do outro.

Eyrìnä... Tão parecida com ateyam em aparência, sua cauda omaticaya mas o corpo metkayina,  seria facilmente confudida com ele se não fosse os olhos verdes, a mistura das cores dos meus olhos com os do aonung. Uma doce menininha, tão carinhosa e doce quanto a tsireya, elas passavam a maior parte do tempo juntas.

Nee'rine se mostrou uma caçadora excelente, mas sempre perdia para Tuk, era até engraçado e cômico ver as duas se implicando mesmo sendo muito nova, sempre está aprontando, o terror do meu irmão. Rìtsun continua o garoto mais doce que já conheci.

Naa'irì é uma metkayina calada, uma ronal em forma de adolescente, tão séria para uma garota tão nova.

E por último... Rìkean, o terror do meu marido. Um metkayina de 21 anos que vivia atrás da minha filha mais velha. Acho a relação deles engraçada, me lembra muito a kiri e o rotxo quando mais novos. Aonung não aceita que a menininha dele tem 18 anos agora.

Meus pensamentos são interrompidos por um pigarreio, sorrio já sentindo o cheiro de mar, me viro para aquele que estava pensando.

— Olá, querido. Como foi o seu dia? — pergunto enquanto ele se aproxima pegando em minha cintura e beijando minha testa.

oel ngati kameie, NeteyamOnde histórias criam vida. Descubra agora