Neteyam
Eu não tinha sentido o tempo passar. Havia passado meses e alguns anos, talvez 2 anos ou 3 após a guerra. Aonung e eu ficamos ocupados reconstruindo awa'atlu e outras vilas.
Mesmo com esse skxawng ficando em cima de mim todas as vezes que pegava algo considerado "pesado" em seu pensamento estúpido devido a minha antiga barriga de 8 meses.
Sou tirado das lembranças quando sinto uma pequena mão segurar a minha trança. Me viro na direção do pequeno omaticaya sendo recebido por olhos grandes de cores azul e amarelo e um sorriso infantil. Me abaixo para segura-lo em meu colo.
Hoje era o dia da sua comunhão com eywa. Não só do nosso caçula, mas o dia que iríamos colocar novas miçangas nos colares de canções de nossos filhos, uma conta para cada feito deles com o nosso povo e a grande mãe.
— mama... — sorrio bobo com o chamado. Diferente de seus irmãos, o bebê é um pouco tímido e devagar em aprender o caminho da água. A primeira palavra que ele falou foi com dois anos, aonung só faltou fazer uma grande festa em comemoração.
— mamãe? — os gêmeos agora adultos chamam a minha atenção. Jake estava em treinamento para virar líder dos caçadores, ainda era um tsakarem. Seu corpo definido com tatuagens e suas jóias dando destaque a pele igual a minha. Ele pega o bebê do meu colo, aninhando em seu pescoço em um abraço, afastando somente para encostar o pequeno narizinho do mais novo no seu próprio.
O outro gêmeo vem me abraçar com seus braços musculosos. Ateyam é a cópia do aonung, mudando somente sua cauda e um dos seus olhos que veio de mim. Só não era tão musculoso e alto em comparação ao pai. Não poderia ser diferente, haviam completados 18 anos ontem.
Retribuo o abraço dando um pequeno selar em seu peitoral.
Ele se afasta, ficando ao lado do Jake para bagunçar os cabelos do caçula.
— MAMÃE! — reviro os olhos já adivinhando como a mais nova das minhas filhas ia entrar na nossa casa.
Ela corre para pular nos braços do ateyam, que a recebe gargalhando.
— Eyrìnä! Quantas vezes mamãe terá que puxar sua orelha? Você já tem quase 11 anos! — e finalmente Tuk. Ela lembra muito a mamãe. Seus olhos, seus cabelos, seu corpo, todos iguais ao da Sa'nok. As tatuagens e as novas jóias combinaram com ela. Reparo nas pedrinhas brilhantes em suas orelhas.
— deixa de ser insuportável, tuk! Você era mais legal antes de ter casado — ateyam brinca, fazendo ela revirar os olhos.
Devido ao susto que Rìkean passou com a Tuk, não demorou muito para pedir a mão dela ao aonung. Só de lembrar o quão enciumado ele ficou, já me irrita. Apesar que depois de ter se acalmado, ele finalmente se comportou como o pai que ele geralmente é! Compreensível e amoroso, sempre apoiando os recentes noivos. Porém Rìkean ainda era judiado pelas mãos do meu marido nas temporadas de caças, sempre botando os serviços "impossíveis" nas costas do pobre jovem de 22 anos e revirando os olhos quando via que seu "genro" conseguia realizar a atividade com louvor, provocando boas risadas dos gêmeos, Rìtsun, Nee'rine e Naa'irì.
— está na hora... — ela interrompe meus pensamentos, me fazendo sorrir.
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Aonung me esperava lindamente na areia da praia, assim como meus irmãos, todos os meus cunhados, meus sogros e minha mãe.Os gêmeos estavam com seus braços entrelaçados em cada um dos meus. Tuk entrega o pequeno bebê nas mãos da minha mãe.
E eu finalmente sou deixado na frente do meu marido. Ainda estava em cima do cais. Aonung ergue a mão para que eu a segurasse, me fazendo descer as escadas lentamente até sentir a areia em meus pés.
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oel ngati kameie, Neteyam
Fiction générale❝꒰ Sua família precisava de refúgio, o clã metkayina poderia ajudar. Só não esperava que fosse se interessar por um certo alguém. Mas como evitar? Olhos azuis intensos, sentimentos fortes enquanto olhava para ele, estou perdido e sinto que só ele po...