Neteyam

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Aonung

Puxo minha fila das flores rapidamente, olho em direção a luz entre elas. Consigo ver uma silhueta perfeita de um na'vi.

- Aonung... Aonung

Me chamava, tento nadar mas sinto minhas pernas ficarem presas.

- Aonung... Aonung.

A voz fala mais alto, tento mexer minhas pernas, consigo soltar uma daquelas filas.

- Vamos, Aonung. Me sinta. Venha para mim.

Arregalo os olhos, mexo o meu corpo com toda a minha força, finalmente conseguindo sair das filas que me prendiam.

Nado em direção a luz, cada vez ficando mais forte.

Sinto o meu corpo formigar, principalmente minhas mãos. Olho para meu próprio corpo vendo a luz sair de mim também.

Nado mais rápido, adentrando ainda mais a árvore das almas.

Percebo que já estou no centro, vejo as anêmonas embaixo.

Uma mão estendida para mim.

- Aonung... Você me tem.

A voz falando comigo.

Sinto as lágrimas descendo por meu rosto, balanço a cabeça e nado para baixo em direção as anêmonas.

Sinto meu ar fazer falta, não percebi que estava a mais de meia hora embaixo da água.

Droga.

Respiro o pouco ar que me resta, com o estômago. Eywa, eu tenho que aguentar.

Consigo alcançar a mão, puxando o corpo que tinha por dentro delas.

Vejo um neteyam desacordado saindo pelas vinhas.

Apoio o seu corpo com os meus braços, tentando nadar para fora.

Mas a pressão da água está muito forte, me fazendo ir para trás.

Arregalo os olhos.

Grande mãe, eu preciso tirar ele daqui. Sinto o ar ir embora do meu corpo.

Meus olhos se sentindo pesado.

- Não desista, aonung. - ouço a voz me falar.

Olho para o corpo do neteyam nos meus braços. Me esforço para continuar nadando.

Chamo por Eywa.

Escuto um barulho de aproximação e eu vejo os nossos irmãos de espíritos se aproximando, sorrio com isso.

Tsun me impulsiona para cima junto com o neteyam, me ajudando a sair da água.

Nado rapidamente para a pequena ilha sagrada que existia acima da árvore.

Meu corpo brilhando ainda mais quando toco o neteyam.

Minhas mãos indo em direção ao seu coração, pressionando.

Eu não sei o que estou fazendo, mas estou sentindo o que devo fazer.

Beijo sua testa calmamente, derramando lágrimas por sua bochecha. Desço os beijos pelo seu pescoço e peitoral, até chegar no seu coração, minhas lágrimas caindo sobre seu peito.

Vejo elas entrarem em seu corpo, brilhando ainda mais.

- Grande mãe, se a senhora está vendo o sofrimento do seu filho, por favor, o traga de volta. Eu o amo. Não posso deixa-lo. Não consigo viver sem ele. Eu tentei superar, mas eu não consigo. Não vejo um mundo sem meu neteyam. Esperei a vida toda pelo meu companheiro de alma e não posso deixar ele partir logo quando o conheço. - murmuro baixo.

oel ngati kameie, NeteyamOnde histórias criam vida. Descubra agora