2° Temporada: intrigas

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Neteyam

— Vem, teyam! Mamãe e ronal querem ver você! - kiri me puxava por um braço e tsireya o outro

Entro no marui da minha mãe já vendo as mais velhas sentadas.

- sente-se, neteyam. - ronal me ajuda a sentar ao seu lado.

- bom... Sobre o que querem falar? - pergunto confuso olhando na direção delas.

- eu não quero ser indelicada, mas qual dos seus filhos passará adiante o cargo de líder? - ronal vai direto ao assunto, me fazendo ofegar em surpresa. Eu nunca tinha parado para pensar nesse assunto.

- deverá ser alguém que siga com sua linhagem e de Aonung, os gêmeos não podem exercer esse cargo, já que eles... - ela continua.

- Eyrìnä seria uma ótima escolh- - minha mãe fala mas a interrompo.

- os gêmeos vão assumir, juntos. - todas se viram na minha direção.

- Eyrìnä é só uma criança. Eu não vou pôr essa responsabilidade em cima da minha filha. Os gêmeos irão assumir o cargo de Olo'eyktan e tsahík até a hora que Eyrìnä ou Tuk tiverem filhos. - suspiro antes de continuar - meus filhos são guerreiros fortes e determinados, Aonung treinará o Ateyam e eu mesmo irei ensinar o Jake. A partir de hoje ele é um tsakarem. - meu coração bate fortemente até ver as duas assentirem lentamente diante da minha decisão.

- já que tudo está resolvido. Vamos mudar para o assunto da possível gravidez do Teyam. - kiri quebra o silêncio fazendo todas sorrirem e eu corar fortemente, batendo minha cauda na sua cabeça. - ai!

- eu não estou com um filhote! E quem falou sobre isso para vocês? - rosno ouvindo mais risadas do meu constragimento.

- Talvez o Aonung tenha ido resolver as coisas de líderes com um sorriso maior que o rosto. Meu irmão nunca foi bom de esconder as coisas. - tsireya fala enquanto ronal concorda.

- Skxawng! - xingo o Metkayina que não estava entre nós.

- isso é verdade. Aonung nunca foi bom de esconder algo quando estava feliz. Me lembro quando fez sua primeira tatuagem, ele ficou o dia inteiro atrás do tonowari perguntando quando iria fazer. Meu filho... - ronal fala sorrindo, me fazendo finalmente sorrir ao imaginar a cena de um jovem de 16 anos emburrando o pai.

- neteyam não foi muito diferente. - minha mãe se pronuncia, me fazendo corar ainda mais.

- mãe!

- o que? Você lembra, kiri? - minha irmã ergue a sobrancelha em divertimento na direção da minha mãe, esperando que ela continue - lembra quando dei o primeiro arco do neteyam? E o que ele fez logo depois? - a não, essa história não.

- Sa'nok...

- ah, sim. Claro que eu lembro. Pela primeira vez na vida eu vi o meu irmão pendurado de cabeça para baixo em uma árvore, foi hilário! - mais risadas se ouvem.

- sério? O que aconteceu? - tsireya pergunta curiosa.

- neteyam ficou tão empolgado que não deu ouvidos para mamãe ou o papai e saiu correndo pela floresta, tivemos que ir atrás desse skxawng. Só chegamos a ver o neteyam pisar em falso em um buraco entre os troncos e cair da árvore, por sorte ou azar do teyam, os cipós amarraram em seus pés. Esse foi o único dia em que vi o Neteyam abaixar a guarda das suas habilidades, nem dormindo ele faz isso. - kiri termina de dizer.

Passamos a tarde assim, conversando sobre histórias do passado.
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Quando a tarde estava começando, resolvo ir na ilha pegar algumas flores que serviam de cura.

oel ngati kameie, NeteyamOnde histórias criam vida. Descubra agora