Ma Nung

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Neteyam

Passou uma semana desde o meu incidente. Eu me sinto cada vez mais vivo e conectado com Eywa, ia na floresta para caçar, sentia os batimentos dos animais, escutava as folhas das árvores se mexerem, as ondas quebrando no mar. Me sentia único.

Só havia um problema nisso tudo... Aonung. Devido a minha morte ele não consegue passar muito tempo longe de mim e isso acaba afetando a sua posição de líder. Sinto ele fungar no meu pescoço todas as noites, chorando. Sempre acordo com seus gritos antes do amanhecer do sol.

Sempre o acordando falando que é um pesadelo, abraçando o seu corpo. Sua mão acariciando meu rosto, seus lindos olhos cheios de lágrimas me olhando. Oh, minha Eywa, tire essa angústia do peito do meu marido.

Nesse momento eu me encontrava caçando nas matas metkayinas. Escuto um rosnado forte entre as árvores. Eu conheço esse rosnado, mas não pode ser... Não aqui.

Minha dúvida sendo respondida pela visão de um thanator na minha frente.

É idiotice correr de um thanator, só me restava esperar seu passo. Retiro meu punhal que estava amarrado no meu espartilho.

Ele me rodeava, eu rosnava em sua direção até que o meu problema pula em minha direção.

Pulo de volta, um arranhão no meu braço me faz gemer, me afasto um pouco. Fecho os meus olhos me concentrando no que havia em minha volta.

Sinto minhas mãos terem vida própria, mexendo no ar, abro meus olhos vendo o thanator fazendo reverência para mim. Arqueio a sobrancelha, me aproximando devagar.

- kaltxì, garoto. - acaricio o seu pescoço lentamente, nunca tive a oportunidade de sentir a textura de um thanator antes. Ele grunhe em resposta, levantando e se afastando. Meu sorriso aparecendo para as ações que haviam acontecido.

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Passo um tempo fazendo minhas flechas e testando elas nos troncos das árvores que não vejo o tempo passar. Olho para o céu vendo o entardecer. Merda!

Me apresso em chamar minha ikran. Tanhì... Fiquei tão feliz em ver sua recuperação, minha boa garota, tão forte quanto o montador.

Não faço muitas cerimônias para fazer a ligação e montar, nos direcionando para a casa.

Pouso na praia metkayina, vendo as crianças sorrirem e acenarem para mim, aceno de volta vendo elas darem pequenos pulinhos.

Ando em direção ao meu Marui, todos abaixando a cabeça em respeito ao tsahik. Eu nunca vou me acostumar com isso. Uma pequena movimentação perto da minha casa me faz ficar meio confuso.

Aonung reclamava com os guerreiros e alguns metkayinas. Minha mãe tentava o acalmar.

- meu filho é um ótimo guerreiro, aonung! Ele sabe se virar.

- E-eu... - não dá tempo dele responder quando seu olhar para em minha direção, ele corre até mim, me abraçando fortemente.

- Neteyam! Teyam! Ma teyam! Ma neteyamur. - sua mão acariciando meu cabelo, seu nariz sentindo o cheiro da marca em meu pescoço, finalmente se acalmando. - onde esteve? Eu estive tão preocupado com você.

oel ngati kameie, NeteyamOnde histórias criam vida. Descubra agora