2° temporada: trabalhoso

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Neteyam

Acordo sentindo leves beijos pelo meu pescoço e uma mão acariciando minha cauda. É inevitável não ronronar.

- rewon lefpom, ma oare. - ouço um sussurro próximo da minha orelha seguido de uma mordida.

- rewon lefpom, ma tsun. Por que está aqui ainda? Não vai fazer ronda na vila? - pergunto finalmente abrindo os olhos, encontro dois pares de olhos da cor do mar metkayina.

Desde que nossos tulkuns falaram sobre a morte de spider, Aonung sempre faz ronda com os guerreiros.

- vou, mas só a noite. Tenho a manhã e a tarde inteira com vocês. - suspiro derrotado, abraçando seu peitoral.

- amor... Não deveria se preocupar tanto assim. - faço um carinho na tatuagem com o nome de nossos filhos e o meu no seu peito.

- Teyam, você sabe o meu medo. Eu nunca mais quero ter a visão de você morto em meus braços, nunca mais. Eu fiquei em desespero quando soube que tinha te perdido, estava a ponto de tirar minha vida. Não consigo viver sem ter você ao meu lado. - vejo seu olhar preocupado. Me sento na esteira segurando o rosto do meu marido com as duas mãos.

- hey... Eu estou aqui, você não vai me perder. Nem a mim, nem aos nossos filhos, eu prometo. - colo minha testa na sua em um carinho mudo.

- falando neles... - falo sorrindo olhando para a porta do marui, não demora dois segundos para que quatro jovens entrassem em casa com peixes e conchas.

- PAPAI! - Eyrìnä corre no marui abraçando o pescoço do Aonung.

- Eyrìnä, o que eu falei sobre ficar correndo? - reclamo vendo suas orelhinhas abaixarem e sua cauda se enrolar na perna do Aonung.

- Desculpe, Sa'nok. - ela vem para o meu colo ficando quieta, vejo uma flor e conchas adornando o seu cabelo. Arqueio a sobrancelha sorrindo para o penteado, Tsireya mima de mais a minha filha, balanço a cabeça com o pensamento.

Vejo tuk se aconchegar perto do Aonung e finalmente... Os gêmeos.

Aceno para que eles se aproximem e vejo o cabelo dos dois bagunçados.

- por que vocês sempre chegam com o cabelo bagunçado? - pergunto enquanto trançava o cabelo do mais velho.

- ateyam, mamãe. - jake falava bufando. Dou um pequeno tapinha nas suas costas para avisar que tinha terminado e ele levanta do meu colo, dando espaço para o mais novo.

- me pergunto de onde veio essa sua personalidade, ateyam. - falo olhando direto pro aonung, que engole em seco.

Afasto as mechas da sua nuca para fazer o coque quando minha visão para em um ponto específico, o que é...?

- Ateyam, que marca é essa no seu pescoço? - falo espantado, aonung e tuk direcionam os olhares para a nossa direção.

Ele rapidamente se afasta envergonhado.

Jake da um tapa na sua nuca, bufando irritado.

- Uma metkayina... Ela abraçou o ateyam e resolveu marca-lo. - jake falava irritado. Ateyam se aproxima abraçando o corpo menor.

- ateyam! O que conversamos sobre isso? - falo suspirando. Devido a ligação forte dos gêmeos, eles sentiam o sentimento um do outro e isso não era de todo caso bom. Infelizmente meus filhos não podiam ficar longe um do outro por muito tempo. Tinha receio que isso os levassem a morte quando eles eram pequenos.

- eu sei, eu sei... Eu não soube como reagir, jake ficou nervoso e saiu, eu empurrei ela. Mamãe, eu juro. - ele falava desesperado. Murmurando desculpas para um jake amuado.

oel ngati kameie, NeteyamOnde histórias criam vida. Descubra agora