2° temporada: proteção

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Neteyam

- ATEYAM! JAKE! - grito desesperado quando vejo os olhos do Ateyam e os do Jake cederem. Aonung consegue segurar os dois antes que atingissem o solo da praia, lo'ak se aproxima para segurar o Ateyam.

- levem eles para dentro, rápido. JÁ! - vejo os dois correrem em direção ao meu marui.

- o que aconteceu? - pergunto enquanto preparava as ervas junto com as flores bioluminescentes.

- eu não sei. Jake viu o navio demônio, fui o mais rápido que pude, mas parece que não foi o suficiente... - aonung lamenta. Me aproxima do meu marido, dando um leve abraço em seus ombros em um conforto que eu mesmo precisava.

Dissolvi as ervas na água do lago sagrado, fazendo um remédio natural.

Pego uma planta amassando lentamente, misturando com algas, fazendo uma pasta curativa.

- consegue fazê-los tomarem? - pergunto, aonung nem mesmo espera, dando suporte aos nossos filhos, visivelmente preocupado.

Me aproximo do corpo deitado do Jake, analisando a ferida.

- senta ele.

Meu marido se põe atrás do meu filho, apoiando as suas costas.

Vejo que a bala não atravessou, bom. Isso é muito bom.

- não atravessou, isso é bom, muito bom. Foi de raspão, o desmaio foi só um susto e cansaço. - suspiramos em unissono. Sinto o ar voltar aos meus pulmões, não tinha notado que havia prendido a respiração até agora.

Passo a pasta em cima da ferida no ombro, nos machucados do corpo. Fazendo o mesmo com o outro corpo deitado.

Aonung deita novamente o corpo, me abraçando fortemente.

- eles vão ficar bem... Nossos meninos ficarão bem. - beijo o seu ombro. Sinto lágrimas caindo pelo meu rosto e ombro, me fazendo levantar o olhar, só para encontrar uma feição preocupada.

- se eu tivesse... Se eu tivesse cuidado deles, nada disso teria acontecido. - aonung chora. A última vez que o vi chorar desse jeito, foi quando eywa me trouxe de volta.

- shh, você não tem culpa. Você é um Olo'eyktan, você é um líder! Tem obrigações com seu povo.

- mais que ter obrigações com o povo... É ter obrigações com minha família, com você, com nossos filhos...

- olhe para mim. - puxo seu rosto para olhar em meus olhos.

- tenho certeza que os meninos sabem disso. Acredito que só tenham atacado para defender a eles mesmos ou proteger nosso povo.

- Ma Neteyamur, eu tive tanto medo. Achei que tivesse perdido nossos filhos. - ele beija minha testa.

- agora só resta esperar eles acordarem, para contar o que aconteceu. - abraço seu corpo, minha cauda se entrelaça no seu braço forte, em busca de carinho e conforto.

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Algumas horas se passaram. Estava no centro do marui, todos estavam aqui, esperando dois pares de olhos finalmente abrirem.

oel ngati kameie, NeteyamOnde histórias criam vida. Descubra agora