eu iria até o fim, por você, Tsireya.

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Lo'ak

Desde que chegamos em awa'atlu, eu não consigo pensar em outra coisa além da filha do líder.

Tsireya é como uma incógnita para mim, o jeito do seu cabelo balançar com os ventos ou como a água faz com que flutuem

O jeito em que seu sorriso parece brilhar, mesmo quando não há luz.

A forma que sua cauda balança quando nada.

Como seu corpo mexe quando anda ou dança.

Suas danças... Eu passaria horas observando ela dançar para o mar. Dizem que isso é um agradecimento a Eywa. A única coisa que eu agradeço a Eywa é por ter feito tamanha perfeição.

A dona dos meus pensamentos caminha em minha direção. Marcamos de andar pela ilha, em direção a floresta.

- kaltxì, lo'ak. Como vai? - ela pergunta com o mesmo sorriso de sempre, sua bochecha afundando em covinhas, definitivamente a visão mais bela.

- kaltxì, tsireya. Estou bem, pronta para hoje? - ela acena com a cabeça.

- tenho uma surpresa para você, hoje. - ela fica curiosa, suas orelhas mexem em ansiedade junto com sua cauda. - o que é? - pergunta como uma criança curiosa.

- você vai ver - pego uma flor e coloco atrás da sua orelha.

Puxo para um lugar que preparei, era em cima das árvores. Ela fica com receio de subir, mas ensino como escalar.

- wow, eu não sabia que escalava tão rápido assim. - ela diz.

- sou tão rápido escalando quanto você nadando, querida. - ela cora.

Tampo os seus olhos a direcionando para o local exato.

- pode abrir - a boca abrindo em surpresa olhando para o que eu preparei.

Fiz um jantar para nós. Tive ajuda da minha mãe, mas cacei os peixes para hoje.

- é lindo, lo'ak.

Passamos um tempo aproveitando a companhia um do outro, quando finalmente resolvo quebrar o silêncio.

- Tsireya - chamo me aproximando dela, ela olha em meus olhos. Meu coração falha uma batida com o seu olhar.

- eu fiz esse jantar para te falar uma coisa.

- pode falar, lo'ak. - ela me encoraja.

- eu... Gosto de você. - pronto falei. Sua cara de puro choque, meio incerto ainda continuo. - eu gosto de você - repito com mais firmeza.

- gosto dos seus olhos quando me olha, do seu sorriso quando faço piadas sem graças, do seu toque no meu corpo, o jeito que você anda é encantador, não sei quando ou como comecei a sentir essas coisas, mas eu sinto um frio na barriga toda vez que estou perto de você - eu ia continuar a falar quando sinto seus lábios nos meus.

- o-o que? - gaguejo e ela ri. ela RIR, eu quase morrendo aqui e ela rindo.

- eu também gosto de você, seu bobo. Só tinha medo de falar. Lo'ak, eu sinto a mesma sensação quando estou com você.

- eu quero acasalar com você, a quero como a minha muntxa, depois da maioridade, planejo pedir sua mão.

- quem te ensinou esse discurso? - tá, ela me pegou.

- talvez o payakan tenha me ajudado quanto à isso. - eu reviro os olhos e ela sorrir divertida.

- bom... Tenho que agradecer ao paykan por isso depois, por que eu aceito.

oel ngati kameie, NeteyamOnde histórias criam vida. Descubra agora