Capítulo 05

108 37 278
                                    


Havia levantado antes de Callen. Minha perna não doía tanto quanto ontem, mas a minha vontade de ficar deitada era grande.
Callen dormia tranquilamente em sua cama como se eu não estivesse no mesmo quarto que ele. Arrumei os cabelos e fui para a escola. Durante todo esse tempo, só pude pensar na forma em que matei Eric. Isso me torna uma má pessoa? Devo confessar que durante todas as ameaças de Eric, eu temi mata-lo. Talvez pelo fato de que eu não sou uma assassina.
O que Lillian e Mory achariam de mim se descobrissem?
Enquanto eu andava pelo corredor, alguém puxou meu cabelo com força.
Eu me virei irritada.

– Victoria me contou que viu você no quarto do príncipe. – Era Diana. Embora ela tivesse uma beleza comum, olhos e cabelos castanhos e pele branca, Callen já havia tido um caso com ela. O que me faz pensar que o tipo de garota dele é alguém bastante esnobe que quase sempre usa uma fita azul no cabelo.

– Bem, diga para sua amiga princesa que cuide da própria vida. E você também deveria cuidar. – Diana revirou os olhos. Sinto que agora que estou perto de Callen novamente, ela terá mais motivos para realmente me odiar.

– Acho melhor você tomar cuidado com o que fala Tany, sua língua um dia vai te matar. – Ela passa por mim me empurrando levemente com o ombro. As vezes eu me perguntava se Callen e Diana estavam competindo para ver quem é mais insuportável.

– Gostei da forma como você trata as pessoas. – Disse um garoto ruivo enquanto ajeitava os óculos. Ele tinha um corpo bastante magro, provavelmente foi colocado na escola por influência de seus pais.

– Você não é o garoto que me convidou para treinar aquele dia? – ele afirmou.
Em meio a tantos alunos, ele me parecia o mais confiável. 

– Estou na escola já faz um ano... Rihards já perdeu as esperanças comigo. – Informou enquanto dava de ombros. 

– Então você é realmente obrigado a vir? – ele afirmou. – Deveria dar uma chance as armas. - Sugeri. Como ele parecia ser de uma classe maior que a minha, acredito que ele nunca precisará sofrer com ameaças de nobres da cavalaria, mas acredito que todos devem ter o mínimo de conhecimento sobre autodefesa. 

– Não, é como se eu tivesse nascido desprovido desse dom. – Ele ajeitou os óculos. – Eu prefiro estudar.  – Concordei com a cabeça. Seu pai deveria realmente desistir que ele virasse um guerreiro. Se duvidar, posso ter mais força em um braço do que ele.
– Meu nome é Rian, podemos lanchar juntos hoje mais tarde, o que acha? – propôs com um sorriso amigável.

– Tudo bem. – Ele fez um sinal para mim se retirando após Callen vir em minha direção.

– Amigos? Que novidade. – Sua voz era sarcástica e arrastada. Reparei que ele tinha marcas de unhas no pescoço.

– O que aconteceu com seu pescoço? - perguntei. Sua expressão mudou drasticamente para algo mais sério. Ele ajeitou a gola da blusa.

– Não é da sua conta. – Realmente, não era da minha conta, mas não era a primeira vez que vejo Callen machucado. Já o vi com o olho roxo e marcas no pulso. Ele não era muito de se meter em brigas, até porque ninguém seria louco -além de mim- de bater ou apontar uma arma para um príncipe.

– Foi seu irmão? – perguntei. Callen desviou o olhar.

– Isso não tem nada a ver com você, Tany.

Quarto em Vermelho e ChamasOnde histórias criam vida. Descubra agora