Capítulo 45

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Como eu partiria para Midgard, teria que resolver algumas coisas em Asgard e conversar com Lorenzo antes de minha partida. 

Nicolas e eu andávamos pelo jardim. Fiquei em silêncio todo esse tempo. Não tínhamos o que falar, mas Nicolas parecia que sim. 

- Sei que ficou irritada com as atitudes de meu pai. Eu lamento por isso. - Neguei com a cabeça. 

- O que importa é que Wagner não fará nada no momento. - Eu parei em sua frente. - Sugiro que ainda mantenha os guardas atentos. Não confio totalmente em Wagner. - O príncipe concordou. Era devastador voltar novamente para Midgard. Vir para cá foi mais do que perca de tempo. 

- Foi meramente uma visita rápida, mas pude conhecer a natureza de seu caráter durante esse tempo. - Comentou enquanto observávamos o por do sol ao longe. 

- Acredito que nossos caminhos vão se cruzar novamente algum dia. - Ele olhou para mim. Não tinha tanta certeza do que dizia, afinal, as chances de ficar ao trono eram baixas.

- Por você ser rainha? Bem provável. - Dei um meio sorriso.

- Você será um ótimo rei quando for coroado. - Dei dois tapinhas em suas costas. Ele apenas sorriu.

- Espero poder me inspirar em você. - Comentou. Senti uma presença a mais no ambiente. Eu me virei e me deparei com Lorenzo. Nicolas fez uma reverência e saiu do jardim após se despedir de mim.

- Cristal me disse que queria falar comigo antes de viajar de volta para Midgard. - Nos nós sentamos em um banco próximo a um chafariz que emitia um som de água corrente constantemente.

- Queria saber mais sobre você. - Ele olhou para mim.

- O que exatamente? 

-Você sempre morou em Asgard ou veio de Álfheim? - Ele desviou o olhar.

- Você é a primeira pessoa que pergunta sobre Álfheim. Acredito que tocar nesse assunto ainda nos provoque medo pelas perseguições contra feéricos. - Ele voltou a me encarar. - Você é a nova herdeira de Midgard e acredito que queira reestabelecer a magia, não? - eu soltei um suspiro baixinho. Temi que Lorenzo se decepcionasse comigo, em saber que não ficarei ao trono e não tenho nenhum plano para a corte até o momento.

- Eu quero ajudar uma fada a voltar para casa e, dependendo do motivo de você estar aqui, posso o ajudar também. - Ele colocou os pés em cima do banco e abraçou os joelhos. Seus olhos se perderam a sua frente, vagando em algum lugar que refletia o por do sol alaranjado.

- Há bruxas em Álfheim. Há uma guerra entre Lunar e a maior da bruxas. - Ele parecia agitado ao falar sobre isso como se, apenas citar sobre, pudesse o colocar em risco. - Uma delas me raptou e usou meu sangue para poderes de magia pura. - Ele mostrou o braço onde havia uma cicatriz em seu pulso. - Pode-se abrir mundos com sangue feérico. Aquela bruxa abriu um portal para cá e me levou junto para voltar para Álfheim. - Franzi o cenho.

- O que aconteceu depois? Você fugiu? - ele afirmou.

- O portal abriu em Midgard, especificamente na floresta das bruxas. - Não poderia ser a mesma bruxa na qual eu matei. Lorenzo continuou: - Eu fugi para Asgard e fui acolhido por Cristal. 

- E porque não voltou? - ele suspirou.

- Como o mundo mortal virou um mundo sem magia, eu perdi a maior parte de meus poderes. Ainda me resta a velocidade e os meus sentidos aguçados. - Achei que havia encontrado a solução para pelo menos um problema. Achar um feérico para que Laura voltasse para casa não seria tão difícil, mas agora minhas esperanças se dissiparam diante das informações de Lorenzo. Então Midgard para sempre será um reino sem magia? Lunar provavelmente consegue voltar para o mundo mortal, mas se ela não o fez, provavelmente acha perigoso de mais para seu povo.

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Me aproximei de Zeus que estava próximo de Lil. Callen me encarou e logo após voltou a escovar os pelos de seu cavalo. – Está com essa cara porque vai voltar? – perguntou.

– Não... Bem, talvez. Me sinto ainda insegura quanto a Wagner. – Callen jogou a escova em um balde cheio d'água que respingou para fora do balde.

– Acredita nele? – deu de ombros.

– Não sei. Eu realmente não sei. – Ele se aproximou. Por um momento achei que tocaria meu ombro com a mão, mas ele desviou seu mão para seus cabelos.

– Acho uma boa ideia voltarmos. – Ele voltou para Lil, ajeitando a cela. – Se Wagner fizer algo, ele sabe que é um cara morto e caçado pelo resto de sua vida.

– Acha que Wagner vai deixar todos em paz se souber que Lillian não é culpada pela morte de Bella? - Ele olhou para mim, os olhos perdidos como se soubesse que eu não iria gostar de sua resposta.

– Provável. Se Vic estiver certa de que Wagner apenas quer vingança. – Fomos interrompidos por Cristal.

- Queria lhe entregar isto. - Ela abriu a mão revelando uma adaga em miniatura com um desenho de uma serpente no cabo. - Pertenceu a sua mãe. Acho que ela havia perdido em uma visita ao castelo e algum criado encontrou e o guardamos desde então. - Segurei a mini adaga. Parecia ter pertencido a algum colar ou pulseira. Se eu a amolasse, poderia ser usada como arma. Callen que até então estava em silêncio soltou um suspiro.

- Bella usava como um acessório de cabelo. - Revelou. Fazia um pouco de sentido após essa fala. 

- Obrigada. - Ela segurou minhas mãos.

- Volte quando quiser. - Acenei para ela antes de montar em Zeus. Sem notar, estávamos pegando a estrada novamente para Midgard. 

Quarto em Vermelho e ChamasOnde histórias criam vida. Descubra agora