Capítulo 17

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Bati na porta de Fellix logo pela manhã. Quando ele abriu a porta, o cheiro de café com torradas despertou meu estômago. Fellix é o tipo de cara que acorda sempre cedo para pedir serviços de quarto para tomar café e segue uma rotina regrada. Eu gostava disso.

- Tany, entre! - Convidou. Ele não parecia mais surpreso com as minhas visitas. Nos sentamos na pequena mesa perto da janela. - Você deve ter vindo para fazer perguntas, não é? - supôs ele servindo café em uma xícara para mim. 

Eu poderia pedir serviço de quarto para levarem café até o meu quarto assim como Fellix, mas eu nunca fazia isso. Normalmente eu dormia por horas e quando acordava, ia direto para meus afazeres como ir ao palácio ou me dedicar ao RL.

- Oh, acho que é basicamente isso que eu faço com todos... - disse enquanto arrumava os cabelos. Ele sorriu.

- Não tem problema. Seu espírito aventureiro é ótimo.

- Posso? - perguntei pegando uma torrada e ele assente. - Então, ontem eu falei com o seu pai - comecei. Eu não via problema em contar isso a Fellix. - E ele me deu uma chave de um pequeno baú onde continha algo relacionado a verdadeira herdeira. - Ele não demonstrou nenhuma expressão de surpresa. Ele já sabia disso?

- E então? - eu dei de ombros.

- Por que ele não deu a chave a você? - questionei.

- Eu não tenho nenhum interesse no trono. Já você e Callen tem. Não é? - mordi a bochecha. Ele tinha uma certa razão. Me pergunto se Ryut sabe de meu potencial para me deixar encarregada de algo tão sério.

- Quer me preguntar mais coisas, Senhorita Tany?

- Eu descobri que a bruxa da cabana estava tentando fazer um portal para Álfheim.

- O mundo da magia. - Disse enquanto servia uma xícara de café para mim.

- Ah, você já sabe o que é. - Disse com um desânimo na voz.

- Nem tanto, mas aprecio sua curiosidade. - Diz tomando dois goles de café. Seu cabelo dourado reluziu na luz do sol que entrou pela janela. Fellix na maior parte do tempo demonstrava ser um verdadeiro príncipe. Sempre fazia gestos leves, expressões suaves, vestimentas impecáveis, generosidade com o próximo e sabe bastante sobre política. 

- A única maneira de mandar Laura para casa é abrindo um portal com sangue de feérico. - Laura optou por ficar em meus aposentos descansando. Talvez minhas perguntas de noite não a fez ter uma boa noite de sono. - O problema seria achar um feérico em Midgard.- Informei tomando um gole do café. Fiz uma careta ao sentir que o café estava mais amargo do que o esperado. Eu odiava bebidas assim.

- Nunca vi um feérico em nenhuma parte do continente. Vamos demorar bastante até achar um que ainda esteja vivo. - comentou Fellix enquanto me oferecia açúcar. Sem hesitar coloquei duas colheres. Poderia ter colocado mais uma se não fosse o olhar supostamente julgador de Fellix. Após terminar de mexer o líquido, Fellix voltou a me encarar um pouco sério.

- Eu tenho uma pergunta. - Anunciou após um minuto de silêncio. - Por que matou Eric? - eu o encarei, a testa franzida.

- Por que não me dedurou?

- Eu fiz uma pergunta. Não pode responder com outra. - Suspirei.

- Ele tentou me matar no mesmo dia em que meus pais foram presos. Fiz isso para me defender. - Ficamos em silêncio novamente. Talvez ele esteja pensando no que fará comigo.  - Como descobriu?

Quarto em Vermelho e ChamasOnde histórias criam vida. Descubra agora