Capítulo 47

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Andei pelo salão logo pela manhã. O tempo estava ensolarado, mas estava um pouco frio. Tanto que sentia minhas bochechas levemente coradas por isso. 
Vi Mynna vindo em minha direção, ela parou na minha frente segurando minhas duas mãos de forma delicada.
- Desculpe por ontem. - Pediu ela. Eu apenas sorri pensando o quão mal ela deve ter se sentido por achar que havíamos discutido na noite passada. Eu não tirava a razão de ninguém por defender Wagner. 

- Está tudo bem. - Ela sorriu para mim enquanto pegava em meu braço para que andássemos até o salão principal.

- Fellix me contou que aceitou fazer a festa.

- Ah, ainda estou indecisa com isso. - Revelei. Ela apenas deu de ombros.

- Tenho certeza que vai se divertir. - Fomos interrompidas com os guardas que abriram a porta do salão. Ergui as sobrancelhas ao ver o rei Cristian entrar acompanhado de alguns guardas.

- A que devo a honra rei Cristian? - ao vir até mim, ele fez uma reverencia exagerada beijando minha mão. Ser bajulada por ser rainha era algo um pouco desconfortável.

- Se esqueceu vossa majestade? Você mesma me convidou para vir até o castelo. - Franzi o cenho olhando para Mynna que estava sorrindo.

- Eu convidei algumas pessoas antecipadamente... - Explicou ela, o sorriso quase se desmanchando ao notar minhas expressões.

- O que? Mas ainda nem preparamos nada. - Arthur desceu as escadas parando ao lado da esposa.

- O que esse filho de uma rapariga faz aqui?! - Questionou o rei Cristian o encarando dos pés a cabeça.

- Minhas alianças com Midgard são fortes, você não entenderia. - Cristian fez uma careta.

- Sendo um puxa-saco, até eu. - Alfinetou Cristian. Arthur deu uma leve risada.

- Ora, mal o convidamos para a cerimônia de coroação que vossa majestade já chegou. Acredito que quem é o puxa-saco é o senhor.

- Por favor, vamos parar. - Pediu Mynna. -A criada pode o acompanhar até seus aposentos majestade. - Ele fez uma reverencia antes de encarar Arthur e seguir até as escadas. Mynna se retira também, acompanhando o marido.

- Senhorita Tany, você anda sumida ultimamente. - Olhei para o lado e vi um corpo minúsculo e asas voando envolto de um pó dourado.

- Eu queria muito falar com você. - Disse. Laura cruzou os braços.

- Sobre a viagem? - concordei com a cabeça. Nós andamos para um lugar mais isolado. Laura e eu paramos em baixo da sombra de uma árvore de flores roxas. Algumas pétalas caiam com o vento suave. Eu me recostei no tronco da árvore.

- Estava ansiosa para falar com você. - Comentei. Laura cruzou os braços olhando para mim enquanto voava no ar para me encarar nos olhos.

- Descobriu algo? - eu afirmei.

- Conheci um feérico em Asgard.

- E você conseguiu conversar com ele sobre Álfheim? - perguntou.

- Sim. Não adiantou muita coisa, já que o sangue feérico perdeu sua magia. Ele afirmou que por causa disso, ele não conseguia voltar para casa. - Laura suspirou.

- Está tudo bem. Tenho certeza que vamos achar outro jeito. - Espero que Laura não coloque suas expectativas em mim. Espero que ela saiba que, como herdeira do trono, não tenho planos para reestabelecer a magia em Midgard, justamente porque não permanecerei por tanto tempo.

- Aquele não é Callen com Wagner? - olhei para o fim do jardim. Os dois conversavam atrás de uma parede do castelo onde havia musgo e trepadeiras nas pedras. Wagner gesticulava exageradamente as mãos como se ele estivesse discutindo algo sério enquanto Callen apenas olhava para o chão.

- Irei até lá. - Informei. Quando me aproximei, os dois ficaram quietos. - Não o quero no meu castelo. - Disse em um tom de autoridade. Wagner riu.

- Seu castelo? Para quem não queria nada disso... - Molhei os lábios.

- Enquanto eu for rainha, não o quero ver. - Ele apenas deu de ombros.

- Só vim falar com seu namoradinho. Já estava de saída. - Após isso ele se retirou. Olhei para Callen.

- O que ele queria?

- Nada de mais. - Ele tocou em meu ombro gentilmente e saiu logo em seguida me deixando sozinha.

- Majestade. - Disse Gian se aproximando fazendo uma reverencia.

- Como vai a investigação?

- Consegui obter alguma informação de um suposto paradeiro, mas ainda preciso checar. - Ele continuou: - Vim dizer que Arthur e o rei Cristian querem fazer uma reunião nos próximos 10 minutos. - Soltei um suspiro.

- Claro. - Andamos juntos passando pelo jardim até a sala de reunião. Os dois reis esperavam pacientemente pela minha chegada. Ao me ver, ambos se levantaram fazendo uma reverencia se sentando logo após. Gian ficou em pé ao me lado enquanto eu me sentei na ponta da mesa.

- Acho que vocês dois - olhei para Arthur e depois para Cristian. - Deveriam se contentar com suas terras e parar com a guerra. - Arthur batuca os dedos na mesa.

- Você disse que não ficaria com a coroa. - lembrou Cristian mudando de assunto.

- Mas enquanto eu estiver neste lugar, eu darei ordens. É tão difícil aceitar isso? - os dois ficaram em silêncio. - Como rainha de Midgard não pretendo fazer novas alianças e muito menos aceitar novas ideia, quais quer que sejam.

- Vai ignorar o fato de Arthur ter se aliado ao seu inimigo para tomar Asgard de mim? - olhei para o rei Cristian.

- Pelo que eu me lembre majestade, você também fez o mesmo tentando encurralar seu filho em um casamento por interesse em minhas terras comigo e minhas irmãs. - brinquei com os anéis em meus dedos. - Acho que você, rei Cristian, deveria pedir misericórdia para o rei Arthur por até hoje não ter invadido suas terras com seu exército. - Ele se mexeu na cadeira desconfortavelmente.

- Por causa de Mynna que tem um bom coração, eu deveria agradecer a ela. - Disse Cristian.

- Acredito que essa briga por terras não vai levar a lugar nenhum. Svartal pelo tratado de paz com Midgard e Asgard ser fraco de mais para enfrentar um exército. - Cristian batucou os dedos na mesa.

- Lembre-se também que Asgard pode pedir ajuda a Midgard se formos atacados. - Concordei com Cristian.

- Vamos encerrar por aqui. Já esclarecemos tudo.

Quarto em Vermelho e ChamasOnde histórias criam vida. Descubra agora