Capítulo 22

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Estávamos há 2 semanas próximos a coroação. As ruas de Midgard se enfeitaram de fitas vermelhas em apoio, enquanto o palácio estava agitado com criados, lordes e guardas andando de um lado para o outro. Callen e eu fomos até o campo de batalha. Era comum acontecer alguns "espetáculos" na arena. Eu nunca fui em um já que Lillian os achava violento demais para mim. 
Percebo que alguns homens e alguns guardas estão construindo um palco onde provavelmente Wagner será coroado. Tudo estava ficando relativamente bonito, me pergunto como é essa sensação... Ser rei ou até mesmo um príncipe. 

– Está nervoso? – perguntei com a voz mais alta que o normal pelo barulho das construções no campo.

— Você está? – dei de ombros.

— Só de pensar na coroação, acho que poderia morrer. – De forma, era verdade. Não se tratava apenas de Midgard ter um soberano pior que Haru, mas a vida de meus pais estava em jogo e se Callen e eu falharmos, eu não sei o que poderia acontecer.

— O que vai fazer após se tornar rei? – perguntei. Se Ryut não pode tomar a coroa então só resta Callen se tornar rei.

— O que quer dizer? – olhei para ele.

— Creio que seu plano seja pegar a coroa para você. – Ele apenas emite um som com a garganta.
– Eu espero que você realmente saiba o que está fazendo.

— Eu também. — Ele continuou andando pela arena.

— Por que seu pai decidiu fazer a coroação aqui? Não seria mais seguro em um local fechado como a sala do trono? — questionei observando o quão grande a arena era. As chances de alguém da família real sofrer um ataque era grande.

— Ele quer convidar o povo e a arena é um lugar perfeito. Acho que com guardas é mais difícil assassinatos acontecerem, até porque o povo ama o rei, não? — disse olhando para mim.

— É claro que as pessoas amam seu pai. Até porque ele manipulou todos destruindo a magia para depois falar que era para o bem de todos. — Callen me encarou.

— Por que essa conversa agora? Acho que sua ideia é um pouco teórica. Ninguém sabe o que realmente motivou Haru a destruir a magia. — Ele continuou com sua linha de raciocínio, agora adicionando argumentos:
— Além do mais, Haru seria uma pessoa ruim se tivesse pegado a magia apenas para ele e a usado ao seu favor se tornando corrupto e dominando o mundo por completo, mas ele foi humilde e se conteve com Midgard, deixando a divisória entre Svartal com Asgard. — Fiquei em silêncio e Callen sorriu dando dois tapinhas no meu ombro.

— Pode falar, estou certo, não estou? — perguntou se gabando. Callen pode ter uma certa razão, mas enquanto Haru, não se explicar sobre o sangue dos seres místicos em suas mãos, ele sempre será o vilão, o responsável por tudo isso.

— Não, só estou chocada que uma pedra como você saiba dar argumentos válidos e tão concisos. Parece que há vida inteligente aqui. — Disse apontando para sua cabeça. Callen cerrou os olhos, parcialmente irritado.

— Quem não é inteligente é você. Julga as pessoas sem conhecer o lado da história delas.— Eu me virei para ele, agora, realmente irritada.

— Quem diabos é você para falar de empatia? Se toca Callen. Haru aprisionou meus pais e mandou matar praticamente todos os seres místicos. Sem contar que ele prefere o mimado do seu irmão do que você. — Callen agora me encarava com os olhos distantes. Eu fui burra em ter dito minhas últimas palavras. Me senti covarde por usar argumentos que pegavam em seu ponto mais fraco. Por mais que Callen seja maldoso comigo as vezes, eu sou uma boa pessoa.

Quarto em Vermelho e ChamasOnde histórias criam vida. Descubra agora