Capítulo 15

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Andei entre as fileiras de livros enquanto Laura voava lendo títulos nas prateleiras altas. A biblioteca real do castelo tinha tantos livros que era necessário escadas para alcançar os livros que ficavam no topo.

— Você pediu minha ajuda, mas eu não faço a mínima ideia para quê – informei. Fazia alguns dias em que havia encontrado Laura, mas havia esquecido de perguntar exatamente qual seria seu plano. Voltar para Álfheim? Estabelecer a magia em Midgard?

– Quero que me ajude a voltar para casa. – respondeu.

– Achava que morava no bosque. – Ela riu.

– Eu sou do reino da magia. É certo que fadas douradas já moraram naquele bosque. Talvez meus pais tenham morado lá, mas eu nasci em Álfheim.

– O mesmo mundo que Akira Ella? – ela afirma com a cabeça sorrindo.

– Então você a conhece? – perguntei

– Bem... não. Akira Ella é filha de Lunar Ayis, supostamente a próxima herdeira de Álfheim. – Olhei para Laura. Por que ela não havia me dito tudo isso quando estávamos pesquisando sobre Akira na biblioteca?

– Como foi parar em Midgard? – ela mordeu a bochecha.

– Acho que não precisamos entrar em detalhes. – Dei de ombros. Eu não tinha nenhum motivo para desconfiar de uma fada. Embora a maioria delas sejam seres travessos com almas de crianças sapecas.

– O que devemos procurar então? – Laura empurra um livro da estante e eu o pego no ar.

– Vamos saber mais sobre a tão amada Álfheim. – Nós nos sentamos em um lugar aconchegante longe dos olhos curiosos.

Analisei o livro antes de abri-lo. Era de um verde veludo com placas banhadas a ouro. Livros sobre magia costumavam ser assim.

"Há quem diga que Álfheim surgiu das cinzas por uma necessidade dos refugiados, mas também há quem diga que Álfheim existira há bastante tempo. Antes mesmo das primeiras civilizações. Como os seres místicos viviam em plena harmonia com os mortais juntamente com a magia, sendo responsáveis, ninguém vira a necessidade de separar esses mundos. Havia feéricos se casando com mortais e vise versa..."

– Isso explica por que aquela árvore genealógica dos Ayis não havia tantos parentes de Lunar e Willian. – comentei e então voltei para a leitura.

"Ninguém sabe ao certo aonde tudo deu errado. Talvez a ganância de um soberano que queria mais?

Quando os seres mágicos se deram conta, estavam sendo caçados e a magia desaparecendo aos poucos. Feéricos escravizados e mortos assim como outros seres. Bruxas não ficaram de fora disso. Grande parte delas ficaram sobre comando dos reis em troca de alguma boa barganha. No fim, a magia e as bruxas perderam..."

– Então bruxas são inimigos da magia desde sua existência? Por quê? – questionei.

– A nossa magia é pura e a delas é magia negra. Sempre nos invejaram por causa disso.

"Lunar Ayis, uma feérica de bom coração, vendo a tristeza de um povo que já fora tão alegre no mundo mortal, com sua magia pura que só poderia ter sido herdada pelos deuses, criou -ou descobriu- um portal para Álfheim. Resgatou e deu vida a mais de centenas, milhares de elfos, duendes, feéricos. Um lugar onde nem humanos e muito menos bruxas conseguiriam acessar. Somente feéricos."

Quarto em Vermelho e ChamasOnde histórias criam vida. Descubra agora