Capítulo 31

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Cheguei na cabana retirando o capuz. A respiração ainda ofegante por causa da corrida que havia feito. Fui em direção ao quarto me jogando na cama enquanto suspirava. O que meus pais haviam realmente feito para Wagner ao ponto de ele querer suas cabeças? Eu realmente não conseguia pensar em nada. Laura veio até mim, entregando um papel rasgado. Eu me sentei na cama cruzando as pernas em formato borboleta. 

- O que é isso? – perguntei ainda encarando o papel em mãos.

– Eu arranquei a página do livro que estava aberto na mesa de Wagner. Achei importante lhe mostrar. – Franzi o cenho.

- Ah, é sobre a pedra do coração de dragão. Por que acha isso importante? - Laura fez menção para que eu olhasse atrás da folha. Havia um desenho bem detalhado de um colar.

- Esse colar é idêntico ao que Callen usa. - Informou a fada cruzando os braços. Comecei a ler a folha:

"A pedra do coração de dragão, chama-se assim por ser o coração do dragão e, com ela, o portador tem o total controle da besta..."

Virei a folha.

"Os dragões são seres misteriosos que um dia foram humanos e se transformaram, virando bestas ferozes e perigosas. Ainda não se sabe quantos e nem aonde vivem ou se escondem."

Não havia tanta informações na folha por causa do desenho da pedra que ocupava um terço da folha. O que isso significava? Eu me levantei procurando por Callen que estava no quarto. Queria estar errada de que Callen teria uma maldição dessas por um simples colar.

- O que quer? - perguntou me encarando parada na porta. Eu me aproximei cautelosamente.

- Laura achou isto no escritório de Wagner. - Ele pegou o papel e logo depois o amassou. 

- Então é verdade? Seu colar é de um coração de dragão? - Eu não acreditava muito nas palavras em que estavam no papel. Como que um ser humano pode virar um dragão? Era certo a existência da magia e que muitas coisas existem, mas um homem-dragão para mim já era um pouco de mais.

- Isso não é assunto seu, Tany. - Eu me sentei ao seu lado. Mesmo Callen sendo arrogante, eu precisava ajuda-lo de alguma forma. Ou era apenas curiosidade? 

- Isso estava no escritório de Wagner, ou seja, se isso tem relação com você precisamos investigar. - Ele segurou a pedra, como se alguém pudesse a roubar a qualquer momento.

- Ryut me deu isto quando revelou que você era herdeira. - Ele continuou: - Ele me contou que meu pai sofria da maldição do dragão e que talvez eu também sofra. - Franzi o cenho. 

- E esse colar é... 

- Eu não sei, Tany. Eu não sei se herdei a maldição ou se isso é o meu coração. - Ele retirou o colar o colocando em meu pescoço. Ao fazer isso, a pedra pareceu brilhar. Callen me encarou com os olhos sinceros e brilhantes. Como se, ter feito isso, fosse algo importante para ele. 

- Supostamente, quem estiver com isso, terá o total controle sobre mim. Por isso eu sempre o carrego comigo. - Callen engoliu em seco. - Eu não sei se tudo isso é verdade e quero que não seja. - Ele parecia um pouco transtornado com o fato. Eu não tiro sua razão, se eu tivesse uma maldição onde poderia ser controlada por uma simples pedra, eu iria enlouquecer. Parte de mim esperava que isso fosse mentira também. 

- Wagner pode estar pesquisando isso para os planos dele. - E se o plano de Wagner for dominar Midgard por meio de uma criatura cuspidora de fogo? Balancei a cabeça levemente, eu estava sempre criando teorias ruins e precipitadas. Preciso colocar na minha cabeça que é sempre bom ser mais racional e menos teórica. 

Quarto em Vermelho e ChamasOnde histórias criam vida. Descubra agora