Capítulo 37

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Mynna e Vic me acompanharam até o quarto de Bella e Haru. Era bastante grande com uma cama de casal com cortinas de tecido fino branco em volta, uma penteadeira de madeira marrom e no canto havia um tapete com um sofá em contraste vermelho com preto, cheio de almofadas. Tudo estava organizado e sem nenhum indício de poeira.
- Nosso pai não dormiu mais nesse quarto após a morte da mãe. - Disse Mynna enquanto fechava a porta atrás de nós. - Eu havia mandado os criados para que limpassem o quarto, já que Haru nunca o fazia... - Informou ela enquanto abria as cortinas da cama. Fui até um canto do cômodo e abri o guarda-roupa de madeira marrom. Haviam alguns vestidos de Bella. Todos eram em tons pastéis e finos em perfeito estado de conservação. 

- Eu havia pego alguns vestidos. - Confessou Victoria se sentando na cama. - Todos os vestidos que Bella foram guardados. - Eu me juntei a elas. O edredom branco da cama que antes estava feito e esticado, agora estava todo amassado.

- O que acha que Wagner pensa em fazer agora em Muspelheim? - perguntei.

- Se ele planeja ir para lá, seria melhor na época de primavera, já que no inverno as montanhas ficam bastante frias. - Informou Mynna. - Não sei o que Wagner quer com tudo isso. - Disse dando de ombros.

- Eu achei que ele continuaria procurando por Lillian e Mory. Ele parecia tão determinado. - Observou Victoria.

- Acho que ele ainda não desistiu de procurá-los. - Nossos olhares encararam a porta após uma batida.

- Vossa majestade... - Anunciou uma empregada. - O Rei Arthur a espera na sala de reunião. - Olhei para Mynna. Ela apenas deu de ombros.

- Já estou indo. Obrigada! - Eu me levantei. 

- Deve ser sobre seus antigos planos com Wagner. - Supôs ela. Saí do quarto direto para o comitê de guerra. Era a primeira vez que entrara ali. Alguns lordes me encararam, provavelmente se perguntando do porque abri as portas do comitê. Ao entrar, Arthur não estava sozinho.  

- Majestade. - Os dois fizeram uma pequena reverencia e, após isso, se sentaram. Havia uma longa mesa de mármore branco que brilhava de tão limpa. Os bancos ao redor eram acolchoados em tons de vermelho e preto. Haviam vários tipos de mapas e bonecos para montar planos de guerra.

- Que bom tê-la no controle de Midgard! Garanto que será ótima. - Afirmou o homem estranho se levantando novamente vindo até mim.

- E você é... 

- Ducy ksy, estrategista e braço direito do rei Arthur. - Disse enquanto beijava minha mão. Eu a retirei logo após. Ele era barrigudo e baixinho. Além de ter pouco cabelo. Me perguntei quantos anos ele teria.

- A chamei por assuntos mal resolvidos entre Wagner e eu. - Informou Arthur limpando a garganta. Ducy voltou a se sentar.

- Ele o ajudava com exércitos? -perguntei. Arthur negou. 

- Não, até porque não preciso de mais soldados para travar uma guerra com um povo tão pequeno. - O encarei. 

- Se refere a Asgard, rei Arthur? - ele afirma. 

- Como minha esposa já deve ter lhe cotado, temo que Asgard ataque minhas terras. - Molhei os lábios antes de falar. 

- Até antes me disse que não precisava de exércitos para um povo tão pequeno. Creio que de longe uma ameaça de Asgard seja grave ao senhor. - Ele coloca as mãos sobre a mesa. 

- Wagner pretendia acabar de vez com a discussão entre Svartal e Asgard. Não acha também que as duas terras deveriam ser uma só? - Pensei. Não havia sentindo do porque unir as terras, está bom do jeito que está.

- Acredito que o rei de Asgard, Cristian, não pensa o mesmo. - Arthur batucou a mesa de madeira com os dedos.

- Ele pensa o mesmo, tanto que acredito que viva de planos para tomar minhas terras, e quero impedir isso. - Ele se levantou. - Sabe, cortar o mal pela raiz. - Suspirei. 

- Eu ainda preciso analisar, além do mais, não permanecerei ao trono por muito tempo. - Eu me levantei. - Tentarei falar com o rei Cristian e então tomamos uma decisão, até lá, se houver gracinhas, pode contar com Midgard. - Encerrei a reunião indo em direção a porta e suspirei ao fechá-la atrás de mim.

- Como foi a primeira reunião? - perguntou Callen se aproximando. Não o havia notado desde então. 

- Bastante rápida. Arthur quer que Svartal e Asgard se tornem uma só. Ele teme pela sua coroa que pode ser roubada por Cristian. - Informei revirando os olhos.

- Ele tem seus motivos. Se eu fosse rei também ficaria preocupado. - Disse dando de ombros. Eu parei á sua frente no meio do salão. Alguns lordes passaram por nós nos encarando novamente.

- Descobriu algo sobre Wagner?

- A única coisa da qual ele me contou foi que quer ir até as montanhas para descobrir mais sobre minha maldição. - Ergui as sobrancelhas.

- E você aceitou?

- Claro que não, mas o que você queria que eu fizesse? - ele nega com a cabeça. - Soube que quase foi enforcada. Ele não havia me dito. - Revelou.

- Porque? Ele não perde uma oportunidade de se gabar do que faz aos outros. - Ele se aproximou.

- Acho que você não deveria focar em Wagner.

- Não sei o que está acontecendo para todos estarem passando a gostar de Wagner. - Admiti. Callen apenas suspirou.

- Não gostamos dele. Apenas achamos que Wagner não é um verdadeiro vilão. - Dei de ombros a Callen. Ele poderia citar vários argumentos dizendo o quão Wagner era bom ou não. Ele, para mim, sempre será a mesma pessoa a qual quer assassinar meus pais, matou Haru e Ryut e além de tudo, cria planos para tomar todas as terras de Midgard. Se Callen acha Wagner tão bom assim, ele quem deveria estar ao trono.

Quarto em Vermelho e ChamasOnde histórias criam vida. Descubra agora