Capítulo 09

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Entrei no escritório de Ryut. Ele parecia focado nas papeladas e pergaminhos espalhados em sua mesa. Me pergunto se ele passava o dia inteiro aqui e, quando saia, também era para resolver questões da corte.
— Tany, sente-se! — disse sorrindo deixando a folha que estava segurando de lado.

— Posso voltar outra hora. – Sugeri, mas ele negou.

— Você pode vir quando quiser. O que quer tratar? – respirei fundo antes de falar. 

— Eu estive pensando... O senhor deveria ter sido herdeiro da coroa, não? – ele brincou com os anéis de prata em seus dedos, pensativo.

— De certa forma – começou. – A coroa era para ser minha, mas a deixei por vontade própria a Haru.

— Por quê? O senhor seria muito melhor para Midgard. – Várias perguntas se formaram em minha mente. Se Haru baniu a magia sem um motivo aparente, com Ryut poderia ter sido diferente, além de Fellix virar herdeiro ao invés de Wagner.

— Eu não poderia te contar agora o motivo. – Nada me fazia pensar no motivo, até porquê não haveria de ter motivos para ele deixar o trono se adorava tanto assim seu povo.

— Você sabe que Midgard não está em boas mãos com o próximo herdeiro. — Ele afirma com a cabeça.

— Sei quem é Wagner, mas há coisas que não podem ser resolvidas agora. 

— Então tomara o trono de volta? — ele solta uma gargalhada.

— Eu estou velho para isso, não acha que Midgard merece uma herdeira corajosa e saudável? — ele me encarou.

— Você parece bem Sr. Ryut. — Disse dando de ombros.

— Por enquanto Tany, apenas siga com suas obrigações de espiã. — Concordei com a cabeça, agora sem esperanças de que ele tome o trono. Talvez eu devesse investigar o passado de Midgard através de pessoas ou de livros. O que seria difícil.

— Tome cuidado na festa hoje. Eu e o RL estaremos lá. — Disse fazendo uma reverencia antes de sair do escritório e seguir até o palácio. Eu não havia me esquecido da festa de Wagner. 

O salão estava meramente decorado e cheio de comida. Nos pilares brancos havia bandeiras de Midgard e flores amarelas enfeitavam algumas mesas. Sem encarar muito, subi direto até o quarto de Callen. Como ele disse que me daria roupas, não me preocupei em me arrumar tanto.

Ele saiu do banheiro vestindo preto dos pés a cabeça enquanto resmungava baixinho de ter que participar do baile. Desde que conhecia Callen de vista, ele nunca parecia gostar de comparecer as festas da corte.

— Vai ficar me encarando? — perguntou emburrado. Não havia notado que eu o estava encarando.

— Você demora mais que eu para se arrumar! — resmunguei. Callen se aproximou da mesa colocando os anéis nos dedos que estavam sobre ela. 

— Sua roupa está no banheiro. Esperarei no salão. — Após isso ele saiu fechando a porta. Sem muita opção me levantei e fui até o banheiro observando o vestido curto de veludo de cor vinho. Callen parecia ter bom gosto para isso pelo menos. 

O vestido não era tão decotado e parecia bastante confortável, como se ele presumira que eu posso sair correndo pelos corredores em perseguição de algum assassino. Dou uma leve risada com a hipótese. 

Quarto em Vermelho e ChamasOnde histórias criam vida. Descubra agora