Capítulo 14

24 3 0
                                    


Acordei com minhas mãos e pés amarradas por uma corda. Olhei ao redor tentando procurar por minhas armas. Embora eu esteja ainda assustada com meu coração acelerado, tentava manter a calma.
- Que bom que acordou criança. - Disse a bruxa em um canto da sala que parecia uma cozinha. Ela amolava uma pequena faca com a ponta torta.

- Eu não sou uma criança. - Ela ri andando pelo cômodo. Eu precisava distrai-la para que não me matasse.

- O que uma pequena feérica como você faz andando na floresta das bruxas? - Eu a encarei, observando seus passos. Embora seja uma mulher mais velha como outras, ela me dava arrepios, não sabia se era por causa da faca que segurava ou de seus sorrisos estranhos.

- Feérica? Eu não sou feérica. - Ela ri novamente. Sua pele era bastante branca e parecia ter mais de 60 anos de idade.

- Consigo sentir cheiro de sangue feérico de longe. - Revirei os olhos tentando me soltar. Deve estar tão velha que não deve mais diferenciar cheiro nenhum.

- E a fada que estava com você? Aonde a encontrou? - fiquei em silêncio. Laura não estava mais comigo. A bruxa andou até mim, a faca em mãos. notei que no cabo havia uma pedra rubi em formato de círculo. Suas longas unhas seguraram meu rosto e com sua outra mão, ela aproximou a lâmina. Virei o rosto e ela o segurou com mais força de forma a quase cravar suas unhas em minhas bochechas.

- Fique parada, antes que eu corte sua garganta! - avisou a bruxa. A lâmina fez um pequeno corte na lateral de meu pescoço. Ela se levantou e pegou um pequeno frasco vazio e coletou meu sangue. Nesse instante, tive que controlar meus impulsos para perguntar o que ela faria.

- Dia perfeito para você ter vindo até mim pequena criança. Com isso poderei abrir o portal.

- Portal? Para onde? - perguntei. Ela colocou o frasco em cima de uma bancada de madeira cheia de livros e alguns outros frascos com líquidos estranhos.

- Isso não é da sua conta. Quando eu atravessar o portal, é melhor você ficar onde está. - Ela despejou o sangue nos dedos e desenhou um símbolo estranho na parede. Sem dar muita importância para os símbolos, olhei ao entorno da casa e vi Laura na janela. Nossos olhos se encontraram e ela fez um sinal para que eu permanecesse em silêncio. O que ela pretendia?

- Sabia que em Midgard toda, não há feéricos? - informou ela ainda concentrada em fazer o portal com a ponta de seu dedo.

Um barulho do lado de fora chama a sua atenção.
- Fique aí! - rosnou ela saindo pela porta.

- Fellix? - sussurrei ao vê-lo. - Por que está aqui?

- Depois você faz perguntas. Deixe-me lhe soltar... - Eu me levantei da cadeira jogando as amarras no chão.

- Eu já havia conseguido. - Ele apenas sorri me entregando Akira e minha adaga. Fellix colocou a aljava com flechas nas costas e pegou o arco que eu estava usando antes de ser capturada pela bruxa.

- Irei ficar com isso. - Eu concordei. Passos devagar no piso de madeira da casa, indicava que ela estava voltando.

- Vamos subir. - Disse Fellix encarando a escada que ficava em um canto da casa. No segundo andar, havia nada além de poeira, tralhas velhas e uma janela que iluminava o ambiente. Ao me aproximar, analisei a altura e pontos para escalarmos e fugirmos.

Quarto em Vermelho e ChamasOnde histórias criam vida. Descubra agora