Mastigando a ponta de sua pena, Hermione vasculhou as pilhas de livros que eles pegaram da fortaleza de Alba antes que ela desmoronasse. De acordo com alguns guardas que retornaram para avaliar a situação, grande parte do porão havia desabado e se tornado inacessível.
Malfoy lançou uma série de maldições, passou a mão pelo cabelo e anunciou que precisava falar com o alto mago.
Hermione, sentindo que ele precisaria de algum tempo sozinho, aventurou-se em direção à biblioteca do castelo para começar a dissecar os recursos. Em retrospectiva, ela não sentia mais culpa por reivindicar os livros quando eles provavelmente teriam sido perdidos para a história sem o esforço significativo de remover os escombros e as pedras.
O problema era que o livro no qual ela mais queria se aprofundar, o antigo com o que eles supunham ser o símbolo de Alba na capa, estava escrito em algum dialeto do italiano. Ela esperava que Glenneth pudesse ajudar, mas não se importou em incomodá-lo quando soube que Malfoy havia explicitamente anunciado suas intenções de falar com o mago. Talvez Oro, o escrivão da corte, pudesse ser de alguma ajuda, mas ele havia permanecido na Inglaterra.
Imersa em pensamentos, Hermione ergueu os olhos, assustada, quando alguém se sentou à sua frente na mesa. Meio esperando que fosse Malfoy, ela fechou a boca quando encontrou os ricos olhos verdes de Hugo Bergen.
- Hugo - ela cumprimentou, abrindo a capa de um dos outros livros, italiano também. - O que te traz aqui?
Sua expressão incerta, ele deu de ombros.
- Eu pensei que talvez você precisasse de uma mão. E... eu queria ter certeza que o Lunae está bem.
Olhando para ele, ela disse:
- Ele está com o Alto Mago. Eu acho que ele está tão bem quanto se pode esperar. E a menos que você saiba ler italiano, você provavelmente não pode me ajudar.
Hugo puxou para si o tomo com o nascer do sol na capa, estalando a língua várias vezes em rápida sucessão.
- Não sei ler italiano, mas conheço alguém que sabe.
- Não me diga que é outro de seus amigos - ela bufou, mesmo reconhecendo a necessidade de ler o conteúdo do livro. - Isso é privado, mesmo entre Noturna.
Hesitando por um momento, Hugo a encarou antes de devolver o livro.
- É minha namorada Madeline. Ela estudou na Itália por um ano depois que saímos de Durmstrang.
- Oh - torcendo os lábios para o lado, ela perguntou. - É onde vocês dois se conheceram?
Hugo assentiu, recostando-se na cadeira.
- Começamos a namorar durante nosso sexto ano; agora, apenas oito anos juntos.
- Oito anos - Hermione ecoou, sentindo a curiosidade crescer dentro dela. - Draco disse que ela atendeu a chamada dele para a Lunae Amor - quando a expressão de Hugo ficou estoica além de uma dureza em sua mandíbula, ela perguntou. - Isso te incomodou?
Hugo respondeu:
- Claro que sim.
- Mas você entendeu?
Suspirando, ele a fixou com um longo olhar.
- Eu entendi. Eu estaria mentindo se dissesse que não fiquei aliviado por ela não ter sido selecionada. Mas se ela tivesse sido... é a regra da Noturna, e Noturna acima de tudo quando você cresce nela como nós. Eu iria fazer meus deveres com o melhor de minha capacidade independentemente.
Silenciosamente, Hermione disse:
- Estou feliz que funcionou, então. Pelo bem de vocês dois.
- Madeline não queria ser a Lunae Amor - disse ele, desenhando preguiçosamente em uma folha de pergaminho em branco com uma de suas penas. - Ela queria ficar comigo. Mas se ela tivesse mencionado isso para seus pais... Eu não sei o que ela disse para o Lunae Ortus, mas ela estava certa de que ele não iria escolhê-la. Talvez ela se subestimou. Não sei. Mas ela é bastante inteligente... acho que você e ela se dariam bem.
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Nocturnus - TRADUÇÃO
Fiksi PenggemarQuando um poder clandestino se agita na França e ameaça o frágil equilíbrio pós-guerra na Inglaterra, Draco assume uma posição de poder do qual é herdeiro por direito de nascença, determinado a proteger sua família. Com a intenção de justiça, Hermio...