Capítulo 21

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Mastigando a ponta de sua pena, Hermione vasculhou as pilhas de livros que eles pegaram da fortaleza de Alba antes que ela desmoronasse. De acordo com alguns guardas que retornaram para avaliar a situação, grande parte do porão havia desabado e se tornado inacessível.

Malfoy lançou uma série de maldições, passou a mão pelo cabelo e anunciou que precisava falar com o alto mago.

Hermione, sentindo que ele precisaria de algum tempo sozinho, aventurou-se em direção à biblioteca do castelo para começar a dissecar os recursos. Em retrospectiva, ela não sentia mais culpa por reivindicar os livros quando eles provavelmente teriam sido perdidos para a história sem o esforço significativo de remover os escombros e as pedras.

O problema era que o livro no qual ela mais queria se aprofundar, o antigo com o que eles supunham ser o símbolo de Alba na capa, estava escrito em algum dialeto do italiano. Ela esperava que Glenneth pudesse ajudar, mas não se importou em incomodá-lo quando soube que Malfoy havia explicitamente anunciado suas intenções de falar com o mago. Talvez Oro, o escrivão da corte, pudesse ser de alguma ajuda, mas ele havia permanecido na Inglaterra.

Imersa em pensamentos, Hermione ergueu os olhos, assustada, quando alguém se sentou à sua frente na mesa. Meio esperando que fosse Malfoy, ela fechou a boca quando encontrou os ricos olhos verdes de Hugo Bergen.

- Hugo - ela cumprimentou, abrindo a capa de um dos outros livros, italiano também. - O que te traz aqui?

Sua expressão incerta, ele deu de ombros.

- Eu pensei que talvez você precisasse de uma mão. E... eu queria ter certeza que o Lunae está bem.

Olhando para ele, ela disse:

- Ele está com o Alto Mago. Eu acho que ele está tão bem quanto se pode esperar. E a menos que você saiba ler italiano, você provavelmente não pode me ajudar.

Hugo puxou para si o tomo com o nascer do sol na capa, estalando a língua várias vezes em rápida sucessão.

- Não sei ler italiano, mas conheço alguém que sabe.

- Não me diga que é outro de seus amigos - ela bufou, mesmo reconhecendo a necessidade de ler o conteúdo do livro. - Isso é privado, mesmo entre Noturna.

Hesitando por um momento, Hugo a encarou antes de devolver o livro.

- É minha namorada Madeline. Ela estudou na Itália por um ano depois que saímos de Durmstrang.

- Oh - torcendo os lábios para o lado, ela perguntou. - É onde vocês dois se conheceram?

Hugo assentiu, recostando-se na cadeira.

- Começamos a namorar durante nosso sexto ano; agora, apenas oito anos juntos.

- Oito anos - Hermione ecoou, sentindo a curiosidade crescer dentro dela. - Draco disse que ela atendeu a chamada dele para a Lunae Amor - quando a expressão de Hugo ficou estoica além de uma dureza em sua mandíbula, ela perguntou. - Isso te incomodou?

Hugo respondeu:

- Claro que sim.

- Mas você entendeu?

Suspirando, ele a fixou com um longo olhar.

- Eu entendi. Eu estaria mentindo se dissesse que não fiquei aliviado por ela não ter sido selecionada. Mas se ela tivesse sido... é a regra da Noturna, e Noturna acima de tudo quando você cresce nela como nós. Eu iria fazer meus deveres com o melhor de minha capacidade independentemente.

Silenciosamente, Hermione disse:

- Estou feliz que funcionou, então. Pelo bem de vocês dois.

- Madeline não queria ser a Lunae Amor - disse ele, desenhando preguiçosamente em uma folha de pergaminho em branco com uma de suas penas. - Ela queria ficar comigo. Mas se ela tivesse mencionado isso para seus pais... Eu não sei o que ela disse para o Lunae Ortus, mas ela estava certa de que ele não iria escolhê-la. Talvez ela se subestimou. Não sei. Mas ela é bastante inteligente... acho que você e ela se dariam bem.

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