três

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— Ela me expulsou de novo, cara

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— Ela me expulsou de novo, cara. E dessa vez não dá nem para dormir na casinha do cachorro.

Soltei um suspiro, puxei uma garrafa de cerveja do freezer e a pousei no balcão.

Pedro nem ergueu os olhos dos próprios sapatos. Só estendeu o braço para a garrafa e jogou a cabeça para trás, bebendo direto do gargalo.

— Acho que dessa vez não tem volta — ele se lamentou com a tristeza de um homem condenado à forca.

Bufei.

— Você fala isso toda semana. — Puxei o pano de prato que vivia sobre meu ombro e comecei a enxugar uns copos. Se precisava escutar aquela ladainha de novo, que pelo menos fizesse algo de útil ao mesmo tempo.

— Dessa vez é sério. A Juliana não vai me perdoar.

— O que você fez agora?

— Esqueci de tirar as roupas do varal — ele disse, e em um tom ainda mais sofrido completou: — E choveu!

— Pô, deu mole.

— Ei, Samuel, me vê mais uma trincando! — Ergui o rosto para o homem barbudo sentado numa das mesas do lado de fora.

— É para já, seu Sérgio. — Peguei uma garrafa de Skol do freezer e dei a volta no balcão. Antes de me afastar, dei um tapa de consolação nas costas de Pedro. Ele se curvou um pouco para frente com a força inesperada. Fiz uma careta. — Foi mau. Mas não sai daí. Já volto.

— Como se eu tivesse qualquer outro lugar para ir... — ele se lamentou, a cabeça curvada para o balcão enquanto se afogava em mais cerveja.

Suspirei de novo.

Pedro passava mais tempo brigando com a namorada do que de bem com ela, o que o levava ao meu bar pelo menos duas vezes por semana e a uma noite sem fim de lamentações da parte dele e escuta silenciosa da minha. Não que eu me importasse. Ouvir os problemas dos outros acabava sendo parte do meu trabalho, mas às vezes eu só queria sacudir meu amigo e falar para ele tomar jeito para poupar tanto seu relacionamento quanto os meus ouvidos e minhas cervejas, que eu nunca cobrava dele.

Caça Tesouros e AmoresOnde histórias criam vida. Descubra agora