vinte

463 83 147
                                    

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Ajeitei com cuidado a torta de frango na cestinha da minha bicicleta

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Ajeitei com cuidado a torta de frango na cestinha da minha bicicleta. Enrolei a travessa com um pano de prato estampado de galinhas da angola que roubei da minha mãe e amarrei forte as pontas, para ter certeza que torta e travessa sobreviveriam ao caminho até o bar.

Eu não sabia se torta de frango combinava com uma noite de vinho, mas tinha certeza que Samuel não se importaria com isso. Também não era como se eu fosse chegar lá e encontrar taças de cristal me esperando junto com uma tábua de frios. Só a ideia de Samu preparando algo assim me fazia querer rir.

Não. Era uma noite comum. Com um pouquinho de álcool merecido depois dos dias estressantes, petiscos do bar e uma boa torta de frango, que no momento era tudo que eu podia oferecer.

Eu devia ter vergonha.

Quantas coisas Samuel já tinha feito por mim? E eu continuava retribuindo com singelas (porém deliciosas) tortas de frango.

Eu estava pedalando em direção à praça quando meu celular tocou. Pesquei ele do meu bolso e atendi enquanto controlava o guidão só com um braço.

Sorri para mim mesma, toda metida. Para quem nunca tinha subido em uma bicicleta até poucas semanas antes, eu estava até indo bem.

Mais um item na lista de coisas que Samuel era em grande parte o responsável.

- É só pensar no diabo, que ele aparece - falei ao telefone enquanto contornava a lagoa de Santa Cruz. Estava anoitecendo, o sol pintando o céu de laranja, rosa e lilás. Todas as cores refletiam na água tranquila, desvanecendo tão devagar quanto as ondulações preguiçosas da superfície.

- Então você estava pensando em mim? - Samuel perguntou do outro lado. Eu quase podia ouvir o sorriso no seu rosto.

- Você fala como se isso fosse uma coisa boa.

- E não é?

- Não. Quando penso em você, geralmente tenho dor de cabeça.

- Por que eu sou incrivelmente legal e boa pinta demais para o seu cérebro processar?

Caça Tesouros e AmoresOnde histórias criam vida. Descubra agora