Bianca levava uma vida confortável com a família na capital mineira: ela tinha amigos, estava certa que passaria na faculdade dos seus sonhos e não se preocupava nem por um momento que tudo pudesse ruir de repente. Até que aconteceu.
Depois...
Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
Quando acordei na manhã seguinte, Samuel não estava ao meu lado na cama. Esfreguei os olhos e me estiquei a tempo de vê-lo passar a camisa que estava vestindo na noite anterior pela cabeça. A luz do dia que entrava pela janela parecia fazer sua pele reluzir, e me peguei desejando ver por mais algum tempo o corpo dele, os músculos das costas e dos braços se contraindo enquanto se mexia.
Tentei não me encolher diante da loucura do pensamento. As coisas eram como eram. E pelo jeito agora eu admirava o corpo do Samuel quase tanto quanto sua personalidade.
- Bom dia - falei, minha voz grogue.
Ele se virou para me olhar.
- Bom dia. Você acordou cedo.
- Vai ver é porque a pessoa que estava me mantendo quentinha decidiu sair da cama - comentei, armada de mais coragem do que bom senso.
Eu não costumava ser tímida antes. Distribuía flertes como quem distribuí apertos de mão. Mas fiquei enferrujada. A dor me dobrou de tal maneira e eu fiquei tão assustada de se quer chamar a atenção de um cara de novo que ultimamente andava olhando só para os meus próprios pés.
Mas Samuel era um caso à parte. Acho que sempre foi.
- Alguém precisa fazer o café da manhã - ele disse com um sorriso meio sem graça. - Te espero lá na cozinha.
- Samu...
Mas ele já tinha saído, fechando a porta atrás de si.
O que foi isso?
Era como se a gente não tivesse passado a noite nos braços um do outro. Era como se ele não tivesse me contado sobre o momento mais triste e importante da sua vida logo antes de adormecermos.
Eu me aprontei e desci até a cozinha. Encontrei Samuel e Pedro no meio de uma discussão sobre irresponsabilidade, alcoolismo e invasão de propriedade privada. Fiquei de escanteio, não querendo me intrometer.
Samuel mal ficou sozinho comigo depois disso. Quando me acompanhou até a porta da sala, perguntou se eu chegaria em casa bem sozinha, já que precisava ligar para um mecânico amigo seu pra dar uma olhada no carro.
