especial de natal - parte dois

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No dia 23 de dezembro, usei minhas cópias das chaves da casa do Samu para entrar de fininho às oito da manhã

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No dia 23 de dezembro, usei minhas cópias das chaves da casa do Samu para entrar de fininho às oito da manhã.

Eu tinha a ínfima esperança de pegá-lo dormindo, mas aquele cara parecia gostar de competir com aposentados quando o assunto era levantar cedo para varrer a calçada ou jogar comida para os pombos.

Naquele dia em específico, encontrei Samuel tirando poeira dos móveis da sala. Eu queria me recostar no batente da porta e ficar vendo o meu namorado de dois metros de altura limpar a cristaleira com um espanador minúsculo, mas ele ouviu a porta abrir e se virou na minha direção.

- Bia? O que você tá fazendo aqui?

Revirei os olhos e fui até ele.

- Bom dia para você também.

Ele me deu um selinho e se afastou para analisar meu rosto.

- Aconteceu alguma coisa? Você nunca sai da cama antes das dez.

- Ei, eu saio sim.

- Bianca, você dorme aqui em casa umas três vezes por semana. Eu sei como você funciona.

- É só porque sua cama é superconfortável. É isso.

Ele sorriu de leve e voltou ao trabalho.

- Enfim, eu vim te levar para o seu presente de Natal.

Samu se virou para mim, os olhos de cores diferentes, um castanho e outro verde, brilhando mais claros na luz da manhã.

- O que você aprontou, Bianca?

- Você vai gostar. Eu prometo. Agora anda, vai se arrumar. - Tirei o espanador da mão dele e tentei empurrar cem quilos de homem pelo corredor.

- Mas e o bar?

- Já contratei pessoal. Não se preocupa.

- Bia, você tem que parar de fazer isso! Você sabe que o bar não pode ficar na mão de qualquer pessoa.

Fiz uma careta. O Samuel tratava o Lambari como se fosse um bebê. Às vezes me dava nos nervos.

- Você pode relaxar? É véspera da véspera de Natal! E eu preciso te dar o seu presente.

Samu parecia disposto a discutir mais, mas eu cruzei os braços na frente do corpo e esperei. Por fim, ele deve ter percebido que era inútil e foi marchando na direção do quarto.

- Como eu preciso me vestir pra esse passeio? - ouvi ele perguntar.

- Como você mesmo. Só que mais arrumadinho.

- Bia!

- O quê? Não foi uma ofensa!

Quinze minutos mais tarde, roubei as chaves do carro do bolso do Samu e me coloquei atrás do volante. Ajustei o banco, que estava praticamente encostado nos assentos de trás de tão longe do painel. Samuel dirigia quase que deitado pelo tamanho das suas pernas.

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