trinta

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- Você tem certeza disso? - perguntei para o Samuel depois de amarrar meu cabelo e arregaçar as mangas do meu moletom.

Ele ergueu uma sobrancelha para mim.

- Você tem?

Estávamos de pé perto das roseiras, cada um segurando uma pá. As flores estavam lindas como nunca, as pétalas brancas como nuvens.

- A gente não tem mais ideias - falei, mas de repente fui inundada por uma onda de determinação. - Só pode ser aqui.

- É o que a gente vai ver. - Samu ajeitou o braço na tipóia com uma careta. - Será que dá para cavar com uma mão só?

- Não. Eu te disse isso mais cedo. Mas com essa teimosia do tamanho da sua cabeça enorme, não vale a pena eu falar mais nada. Ao invés disso, vou dar boas risadas enquanto te vejo tentar.

Samuel franziu o cenho.

- Às vezes me pergunto como eu fui me apaixonar por você...

- Provavelmente tem algo a ver com eu ser linda e irresistível.

- E metida pra caramba.

Então ele começou a cavar. Se é que dava para chamar aquilo de cavar. No tempo que Samu levaria para remover meio centímetro de terra, a gente já estaria no Natal.

Fui abrindo buracos perto do canteiro. Eu sabia que a minha avó não enterraria uma fortuna em joias perto demais das roseiras, então o tesouro só podia estar nos arredores. Continuei cavando pelo que pareceu uma eternidade, tomando todo o cuidado para não acertar as rosas por acidente. Quanto mais o tempo passava e uma montanha de terra se acumulava atrás de mim, mais desesperada para encontrar qualquer coisa eu ficava.

- Não é possível! - disse entredentes, já pingando de suor. - Tem que estar aqui. É o lugar que mais faz sentido.

Meu mundo se reduziu a buracos e ao barulho da pá na terra. Nem percebi quando o sol começou a se pôr. Foi o toque gentil de Samuel no meu pulso que me fez finalmente erguer os olhos.

Caça Tesouros e AmoresOnde histórias criam vida. Descubra agora