Capítulo 17: Casos Abertos

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Assim que chegaram na humilde lanchonete, José cumprimentou a senhora da recepção e pediu dois salgados de bacalhau e dois refrescos de guaraná

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Assim que chegaram na humilde lanchonete, José cumprimentou a senhora da recepção e pediu dois salgados de bacalhau e dois refrescos de guaraná. Ele e seu convidado se sentaram ao balcão. O ladrão devorava a comida ansiosamente. O jornalista, com calma.

— O que queres saber? — perguntou o repórter.

— Me conta tudo; tudo o que sabes — disse de boca cheia.

— Tudo bem, mas lembre-se de que eu sou apenas estagiário no jornal, então meus superiores me poupam de muitos detalhes. Se não te ajudar muito, peço-lhe perdão desde já... — Fez uma pausa, a fim de elaborar uma síntese dos acontecimentos. — Deixe-me ver... Se me lembro bem, tudo começou pela metade do Crepúsculo, com o assassinato do Sr. Amorim. Ele era um dos advogados mais poderosos aqui da cidade e tinha a má fama de "comprar" o juiz... Foi assassinado numa noite de lua cheia em sua própria casa. Quando sua esposa acordou, encontrou-o morto, deitado ao seu lado. Morreu enquanto dormia...

— E os vestígios?

— Os guardas só ouviram os cães latindo, mas isso foi quando Amorim já estava morto.

— Bizarro.

— Se não me engano, a segunda vítima, Soares, foi encontrada morta no quintal da própria casa, quatro semanas depois de Amorim. Ele era professor e ex-mercenário; até chegou a lutar contra seu agressor. Não era muito rico, mas tinha seus contatos.

— Hã? N'era rico, não?

— Mais que tu e eu juntos? Sim. Mas nada comparado às outras vítimas. — Balançou a cabeça. — Ele aparentemente estava envolvido em um esquema de tráfico de mulheres...

— Que bicho asqueroso! Ainda bem que foi pra casa do caralho!

José Romeo concordou e tomou um belo gole de refresco:

— O caso seguinte foi o do Sr. Fazzini. Ele era dono de uma grande borracharia em Argilosa. Ouvi dizer que os funcionários dele trabalhavam em condições bem precárias, tanto que alguns chegaram a morrer de exaustão...

— Dá pra morrer disso?!

— Dá sim. Mas o fim de Fazzini foi bem mais doloroso: levou dezesseis facadas. A família dele só foi descobrir na manhã seguinte... — Limpou suas mãos sujas de fritura e pediu um café. — O último caso foi o da Madame Cor-de-Rosa, que deu errado.

— Saiu viva, né?

— Exato. Ela é dona de uma guilda bem-sucedida de costureiras, que é bem conhecida por detestar trabalhar com homens. Acumulou riquezas e contatos com outras guildas. Ela também seria atacada enquanto dormia, mas não foi. Meu chefe disse que foram seus berros altíssimos que afastaram o assassino, mas acho que tem algo a mais nisso tudo...

— Como o quê?

— Falta um motivo mais forte. Por que ele mataria alguns dos maiores magnatas da cidade sem ao menos tocar na fortuna deles? A única coisa que ele roubou, na verdade, foi a maquiagem de Madame Cor-de-Rosa.

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