Capítulo 18: Ardido como o Fogo

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A noite caía, e o povo tinha sede de justiça

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A noite caía, e o povo tinha sede de justiça. A rebelião fervia enquanto Léo e Lena dormiam longe um do outro dentro da lixeira onde moravam.

As ratazanas estavam com medo. Uma, duas, meia-dúzia delas se esconderam no lar dos ladrões procurando abrigo. O larápio abriu uma das tampas, pensando que poderia ser algum gato atazanando seus amigos roedores. Ledo engano.

Luzes alaranjadas e latejantes se aproximavam, clareando a penumbra do beco. Sons de dezenas de passos, enfim audíveis, soavam pela velha rua revestida de britas. Os corações dos dois gelaram no mesmo instante. O que poderia estar acontecendo a uma hora dessas?

Não demorou muito para que figuras de vários tamanhos começassem a aparecer na vista de ambos; todas com tochas nas mãos, marchando de maneira sincronizada, como soldados a caminho do campo de batalha. Passavam despercebidas pelo beco.

As chamas vívidas ardiam aos olhos de Léo. Lena estava tão assustada quanto ele. Não sabia da fobia do irmão, mas vendo o nervosismo dele tomar conta, deixou seus problemas de lado e segurou-lhe a mão. Tinha certeza de que aquilo não era coisa boa.

O som dos passos se distanciava mais e mais, junto com todas aquelas luzes agressivas e retrógadas. O povo queria mostrar seu potencial, sua voz. Uma forma distorcida de justiça seria feita naquela noite.

— Aonde será que eles vão? — perguntou Lena, sem receber uma resposta. — Léo...? ­— Passou a mão na frente dos olhos dele, tentando tirá-lo daquele estado de choque. ­— Não quer ver pra onde eles vão?

Normalmente, o ladrão bisbilhoteiro seguiria aquele bando sem pensar duas vezes. Entretanto, ele nem se movia, mesmo com sua irmã empurrando e beliscando.

— Bora, mano! Acorda! ­Eu tô curiosa! Vamo logo!

— Não... Fica aqui... — Segurou sua mão com mais força. — Fica aqui comigo...

— Eles nem 'tão mais perto daqui! Afe, deixa de ser bundão!

Metida a corajosa, Lena deu os primeiros passos para fora da caçamba onde morava. Foi até o meio da rua e se espantou com o que viu. Em poucos segundos, Léo enfrentou seu medo e correu para acudi-la.

Era indescritível o vandalismo que ocorrera ao longe, na colina. Além dos diversos degraus e das rochas soltas, nas alturas onde poucos pássaros voam e os mortos repousam, uma fogueira imensa se emergia, dançando selvagemente. A fumaça subia, cobrindo os céus e mostrando o verdadeiro poder de um povoado indignado. O cemitério, lar de Zacarias, estava envolto em chamas. O atentado cruel serviu de aviso para que ninguém entrasse no caminho da plebe e de seus interesses mais uma vez.

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AUTORIA DESCONHECIDA. Disponível em: https://i.pinimg.com/originals/b9/38/15/b938157fa7b152a1109aede2091f6b72.gif. Acesso em: 21 jul. 2024.

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