Cᴀᴘɪᴛᴜ́ʟᴏ 05

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       Em um curto espaço de tempo e uma trajetória traçada pelo ser humano e aquilo que muitos chamam por destino, se descobre que cada pessoa e ser vivente possui sua idealização perfeita. Se questionado um jovem adolescete sobre como é sua versão da vida e qual a importância dela para si, ele certamente lhe dará uma explicação chula e de pouco interesse, uma na qual jamais deveria ser aplicada para um alguém com grande potencial para construir bem mais do que seus sonhos podem projetar; mas se questionado a uma pessoa com cicatrizes e marcas de que havia enfrentado os campos de espinhos e armadilhas que estão imposto a todos, ele provavelmente lhe dará um motivo pessoal, mas que sempre seria de grande valor para si,dirá que esse “algo” lhe proporciona a força necessária para se aventurar dia após dia. Em teoria explicativa e direta, se pode perceber que existem diversos valores e motivos para distintas pessoas: o que não possui um valor e significado para uns, pode ser o maior tesouro de outro. E Park Jimin sabia que, por mais que tentasse, aquelas pessoas eram ignorantes para compreender aquilo que mais prezava, ignorantes para aceitar que por trás de uma história, existem diversas explicações e fatores que justificam tais atos: esquecem que tudo pode ser contado e alterado.

     Quando adentrou seu quarto novamente, suspirou profundamente, tendo a certeza de que desejava regressar a Eros o mais rápido possível, almejando se afastar de tudo e todos aqueles que lhe encaravam sob um misto de emoções e sentimentos que apenas causavam sua amargura por quem realmente era. Em um dos poucos momentos em que passou com seu pai, antes de todo o caos se espalhar e viver amargurado e sob uma culpa infindável, Jimin recebeu um conselho que lhe seria útil para aquele estilo de vida: ambos sabiam que algo poderia acontecer e no primeiro deslize que cometesse, os súditos se revoltariam e seriam capazes de lhe menosprezar como um simples camponês, ignorariam a diferença de classe social e o respeito que deveriam ter, portanto, seria necessário que se mantivesse estável e mostrasse ser capaz de sustentar uma imagem na qual ninguém poderia questionar, e caso fosse motivo de sentirem medo, usasse tudo aquilo a seu favor: a manipulação era uma das muitas chaves para o poder e estabilidade.

        Park Ji hoon foi um excelente pai, apesar dos pesares, jamais questionaria a índole do filho e tão pouco, o condenaria sob influência de pessoas que não o conhecia. Ele sabia do quão forte seriam os comentários e acusações direcionados ao seu herdeiro, não se deixava iludir ao acreditar que haveria outros a lhe defender, portanto trabalhou para garantir a segurança de Jimin, o instruiu a perceber que deveria usar todos as suas armas a seu favor: não tinha de justificar seus atos quando eram as pessoas a lhe atirarem pedras, não deveria revers seus feitos quando eram eles a lhe forçar a ser quem não era. Foi um homem de pulso firme e respeitador de seus ideais, alguém justo, no entanto, também assumiu a postura de regente destemido somente para proteger seu único filho. E Jimin faria uso do que aprendera e ignorou por longos anos: se aquelas pessoas queriam um vilão, ele o vilão; se causou medo sem um motivo em específico, passaria a mostrar os motivos para lhe temerem.

      Às sete da manhã, Jimin deixou seu quarto. Desceu as escadas sem ao menos importar como os olhares que estava recebendo,ignorou até mesmo os chamados de sua mãe. Estava magoado e sentia-se traído, acreditava que a mulher não estava sendo  forte o bastante para se impor em meio aquele aglomerado de alfas, que julgavam e praticavam seus preconceitos contra a classe ômegas e betas. Portanto, por mais que amasse a mulher e desejasse lhe proteger da mesma forma na qual seu pai o faria, Jimin seguiria como havia protagonizado por anos de sua vida: não seria próximo das pessoas, não forçaria uma imagem que não era vista, não tentaria fazer com que ouvissem sua voz que gritava por acreditarem em si.

     Min-jin sabia que o filho estava ciente do acordo que havia aceitado, tinha consciência das reações que teria do omega, somente não esperava ser tratada como uma desconhecida. A rainha não tirava a razão do filho, assumia que estava errando em colocar em dúvida aquilo que ele lutava para acreditarem, em certos aspectos, estava transformando o filho e o marido em dois mentirosos, deixando que seus súditos e todos os outros acreditassem na imagem que se espalhou por anos. E naquele momento, quando se viu sendo renegada, entendeu que seus passos cautelosos eram mais destrutivos do que qualquer outro que havia dado: não faziam ruídos,mas eram alarmantes. 

Ice prince: Principe do gelo[ Fanfic Jikook]Onde histórias criam vida. Descubra agora