Ice prince: Principe do gelo[ Fanfic Jikook]

Capítulo 25

      Em uma guerra existem dois lados a serem defendidos, contudo, um deles será aquele que trouxe consigo a sua própria desgraça, aquele que usou de sua soberba e ego para que houvesse dor e lágrimas em um campo de batalha: há dois lados da moeda, duas partes nas quais sempre seriam opostas e com um valor inexplicável aos olhos certos. Portanto, cabe escolher aquele que mais lhe parece certo, talvez não seja pelo valor material que se possa receber, talvez seja pela índole que percorre o mundo e  nos mais vastos campos de escrúpulo: a moralidade não está na situação, mas sim, naquele que a faz. E Park Jimin havia feito a sua escolha, mesmo vivendo constantemente entre o caos e o peso de ser julgado como um alguém desprezível aos olhos de todos aqueles que lhe cercavam, havia prometido a proteção que um rei proporciona para seu reino e súditos.
   E quando chegou em Venery, ao sentir aqueles constantes olhares, soube que tinha grandes responsabilidade em seus ombros, um peso que parecia lhe afundar chão adentro cada novo passo que dava, o que realmente era uma situação metafórica, mas que se tornava verídica de modo não literal. Em companhia dos guardas que garantiriam sua segurança,seguiu para o palácio onde se encontraria com Jung Hoseok, aquele que podia mais, mas que jamais abusaria de seu poder para subjugar as pessoas. Por minutos que se seguiram em companhia daquela guarda, o ômega teve a sensação de estar sendo vigiado, e o nervosismo de Luna não deixava passar despercebido. Se manteve atento e com os belos olhos azuis em evidência, sinal de que estava em pronto ataque caso fosse necessário.
   Deixar Eros foi uma atitude arriscada comparado ao que sabia que estava por vir, um ato no qual poderia colocar tudo e todos em perigo, no entanto, Jimin tinha seus motivos para deixar aquele lugar que deveria ser protegido. Park era uma pessoa atenta, esperta o bastante para saber que Lee Hye-jin estava o monitorando,vigiando seus passos e arquitetando uma forma de lhe atacar sem que fosse percebida, e Jimin a julgava uma tola por pensar que se mostraria vulnerável. A coroa sobre seus belos fios eram somente um símbolo de supremo poder, um objeto que lhe dava uma posição na qual muitos matariam para ter, mas não significava que seria um alguém que confiava em pessoas para lhe proteger: em uma vida onde esteve constantemente sujeito a morte e ameaças, Jimin aprendeu que aqueles que se denominam amigos, são os que mais podem lhe ferir, e se os inimigos se mostram perigosos, seria inimaginável o que um alguém próximo poderia fazer. Portanto, jamais abaixava a guarda ou agiria por impulso.
   Desde o momento em que deixou Eros, se manteve atento a tudo à sua volta, analisava todos os que se aproximavam e estavam ao seu lado. Foram longas horas em uma navegação e um longo caminho percorrido,o que também resultou em um longo tempo sem ao menos descansar. Park não confiava nas pessoas, não dormiria onde estivesse, levemente, vulnerável. Estava ciente de que aquele que lhe vigiava esteve ao seu lado desde o primeiro momento,esteve consigo em cada um de seus passos, tentando se passar despercebido.
   Ao atravessar os portões daquele palácio que sempre estava aberto para os moradores ali, Jimin enrijeceu sua postura e rosnou internamente ao perceber que Hoseok lhe esperava com uma feição nada agradável, enquanto tinha seu conselheiro, Min Yoongi, ao seu lado. Park não julgava as pessoas, ao menos odiava alguém sem ao menos lhe conhecer antes, mas existia algo em si que o fazia entrar em alerta ao estar sob a presença daquele Min: não o via como uma ameaça, não sentia que ele poderia lhe prejudicar de alguma forma, mas tinha aquela sensação de estar sendo crucificado a cada respiração e passos que dava, não era como estava acostumado  a ser visto, aquele homem de estatura magra e pele pálida o encarava como se sua presença fosse contaminar o ambiente onde passava.

    — Se você puder parar de rosnar para o meu conselheiro, eu agradeço, Jimin! - a voz autoritária de Hoseok se manifestou, o que fez o ômega lhe encarar em sarcasmo.

  Jimin suspirou profundamente, ignorou a presença do Min e seguiu Hoseok. Havia certos momentos em sua vida que desejava poder dar as costas para tudo o que rodeava e dependia de sua proteção, gostaria de encontrar um lugar onde pudesse se afastar de cada um dos caos que dependia de si para serem solucionados, mas ele sabia que fugir jamais seria uma opção para os conflitos e problemas que tinha em sua vida. Park Jimin estava chegando ao pico da exaustão, estava farto de ser menosprezado e receber a ingratidão das pessoas que ajudava, e se algum dia esteve a ponto de romper a barreira da racionalidade e bondade que existe em seu pequeno coração, tudo se devia a persistência de sua parte lupina, a forma em como Luna tinha o poder de lhe acalmar e lhe dar esperança de que tudo poderia se tornar melhor a cada novo amanhecer.
    Existiam tantos picos a serem explorados em seu emocional, inúmeras pontas soltas que o fazia ser uma bomba relógio prestes a explodir caso o fio certo não fosse cortado, e tudo isso repercutia em sua instabilidade que deveria ser trabalhada com mais frequência.  Em certos momentos, Jimin gostaria de ter tido mais tempo para conhecer aquela imagem de seu pai que todos respeitavam, aquela personalidade justa e forte que sabia lidar com numerosos problemas, gostaria de lhe ter para que ele lhe mostrasse o caminho para ser uma pessoa admirável e respeitada, jamais temida.
   Houve momentos em sua vida onde pôde acreditar que existiriam pessoas dispostas a lhe ouvir e compreender, aceitar que “aquilo” que carregava consigo desde seu nascimento não havia sido escolha sua e jamais seria. E realmente encontrou um alguém que lhe confiou e aceitou seu desabafo, a sua imagem vulnerável e ferida, mas por mais que seja algo bom e que em muitas vezes lhe causava tranquilidade e leves traços de alegria e felicidade, Jimin ainda sim se encontrava confuso e descrente, não conseguia alimentar aquela confiança que morou em seu emocional a alguns anos passados. Mas ele, Jeon Jungkook havia se transformado em uma pessoa extraordinária em sua vida, aquela parte boa que acalmava seus demônios, aquele pico de paz que tanto buscou em suas diversas caminhadas.