Ice prince: Principe do gelo[ Fanfic Jikook]

Capítulo 28

    Park Jimin  sentia em seus ombros o peso de tantas vidas e versões vividas, lutando por um sentimento que se tornava forte a cada nova experiência, mas que não era estável o suficiente para suportar a maneira a qual era posto a prova e desafiado por inúmeros obstáculos. Ele sabia, compreendia que em cada passagem e oportunidade que lhes foram dadas,seus erros eram os principais conflitos que os afastaram, incertezas e o medo foram os grandes inimigos da situação; e estando passando por algo que seria grande ameaça para o que estava se permitindo viver,Jimin tinha a consciência de que poderia estar errando mais uma vez, desafiando o que a vida  e o destino havia imposto para si e para Jeon Jungkook. Mas não significava desistência, Park Jimin queria tudo aquilo que lhe foi arrancado brutalmente, almejava a sensação de ser amado e protegido da mesma forma na qual fazia com aqueles que realmente importavam para si. E ele sabia que o único a estar disposto a lhe dar todas aquelas experiências sem que houvesse uma cobrança, era aquele alfa persistente que lhe arrancava os maiores e prazerosos suspiros, portanto, mesmo que fosse um período exaustivo tudo o que teriam de suportar, ele faria valer a pena cada uma das lágrimas e noites em claro que passou suportando a indiferença das pessoas, somente para encontrar um único alguém que lhe daria bem mais do que o mundo.
    Sentia seu corpo pedir por alguns minutos de descanso, não escondia o quanto estava cansado e exausto daquele conflito que parecia não ter um fim, contudo, Jimin não escondia que a única coisa que realmente lhe incomodava e lhe fazia reagir a cada novo contra ataque, era poder reencontrar com Jungkook mais uma vez, afinal, estavam afastados desde o momento em que chegaram naquela área afastada da civilização de Eros. Seus olhos encaravam cada pessoasdando seus suspiros e forças para proteger e garantir haver um futuro naquelas terras, sua audição parecia cada vez mais aguçada enquanto ouvia os gritos e gemido de dor a cada soldado ferido e tendo sua vida arrancada pelo gume de espadas inimigas.
    E no momento em que sentiu a lâmina afiada perfurar seu ombro,lhe cortando de forma agressiva, Park Jimin sentiu Luna rosnar em sua mente,exigindo seu controle mental e corporal, o que lhe foi dado. Ambos eram duas personalidades em um único corpo, duas mentes pensantes como extintos distintos, mas que se tornavam uma força maior sempre que houvesse uma partilha e uma aliança para combater a causa inimiga, e naquele momento não seria diferente, mesmo que aquela sensação de que alguma coisa iria acontecer estivesse crescente em seu peito e dominando seu coração. E realmente aconteceu.
    Por ser um alguém que vivia em correntes imaginárias e que lhe davam a falsa sensação de segurança e dominância naquilo que realmente era, muitas das vezes Jimin se surpreendia com a força física que tinha em seu corpo magro,era assustador pensar que poderia machucar tantas pessoas em um único ato e imprudência. Contudo, observando muitos dos seus caírem ao chão por mãos devastadoras e deixando que seu lobo interior lhe guiasse naquele momentos de exaustão, Park Jimin assistiu Luna usar aquilo que mais lhe assombrava e era retraído internamente em seu âmago: ela permitiria que o que tantos temiam fosse a salvação daquele reino e terras.
    Em companhia de Kim Namjoon, Jungkook suspirou pesadamente ao perceber o quão haviam se afastado de seus aliados. Jeon jamais desejou participar de uma guerra, jamais cogitou viver um período tão agressivo quanto aquele, mas sabia que aquele sempre seria o preço por governar um reino e sustentar uma coroa em sua cabeça, portanto, mesmo que se sentisse esgotado e tivesse alguns ferimentos em seu corpo, nada era assustador o bastante para se acovardar e abandonar aquelas pessoas.

     — Precisamos encontrar Jimin! Hye-jin está próxima da segunda guarda e tenho a certeza que será uma armadilha para atacar o garoto - sua voz era sôfrega e sua testa escorria um linha de sangue, no entanto, Namjoon estava preocupado apenas em acabar com tudo aquilo e finalmente poder voltar para casa, para os braços de seu ômega.

   Jungkook sabia que era o certo a se fazer, entendia que ter Jimin junto a si e próximo de seus próprios guardas seria o mais seguro para todos, no entanto era bastante óbvio que seria um tarefa árdua e complicada encontrar o ômega em meio a um campo de guerra completamente devastado e com milhares de pessoas defendendo aquilo que acreditava ser o certo e lhes beneficiar, afinal, Jeon sabia que aquelas pessoas não estavam ali por Jimin, mas sim, pela segurança e um estilo de vida mais seguro que ele tinha a lhe oferecer, apesar dos pesares que eles próprios criaram. Conflitos de interesses era o comum para ser aplicado e uma descrição do que realmente aquilo tudo significava.
   Por mais que estivesse quebrando a promessa que havia feito para o ômega que amava e daria a vida para proteger, Jungkook apenas endireitou sua postura - mesmo que cada centímetro de seu corpo estivesse dolorido e pedindo por descanso, assim como qualquer outra pessoa ali presente naquele caos - empunhou a arma que lhe acompanhou durante longos minutos e horas, afinal, era o terceiro dia naquela fronteira, aguentando o que vinha para lhes atacar e resistindo mesmo com menos de quatro horas de descanso; apesar da noite ser iluminada somente por tochas, ainda sim tinham de se manterem atentos contra o ataque do exército de Lee Hye-jin. Determinado a encontrar seu garoto em meio aquelas pessoas, Jungkook seguiu ao lado de Namjoon, garantindo que ambos se protegessem, portanto, a medida que seguiam na direção que sabiam que Jimin estaria, não pouparam as vidas daqueles que lhe ameaçavam: ao fim de tudo aquilo, o marco ficaria para a história e mortes seriam lamentáveis.
    Jimin se absteve de pensamentos e represálias contra a sua parte lupina, pois no fim, sabia que sua vitória dependeria desse feito e de tudo o que Luna teria para usar em defesa de seu povo e daquele que amava. Portanto, quando atravessou aquele campo completamente destruído, vendo corpos espalhadas no chão manchado pelo sangue de muitos inocentes que apenas defendiam suas famílias e o que acreditavam ser o certo - independente de qual lado estavam -, ômega sentiu sua pele queimar e seu peito se retrair como se estivesse fazendo o seu máximo de força. Seus olhos fixaram somente em uma direção, seu trajeto seguiria até onde o fim da guerra estava: Lee Hye-jin deveria ser aprisionada para que tudo aquilo cessasse. Por mais árduo que fosse aquele conflito, o príncipe entendia e compreendia que seu castelo jamais seria invadido enquanto vida tivesse, estava ciente que, o que aprisionou aquelas pessoas naquele campo na fronteira não eram seus soldados, mas sim a sua existência, e enquanto se mantivesse de pé e com um coração batendo em seus peito, não haveriam ordens para um ataque mais evasivo, a destruição não se estenderia.