Ice prince: Principe do gelo[ Fanfic Jikook]

Capítulo 20

     Era uma boa sensação o que Jimin carregava em seu interior e coração. Jungkook lhe causava os melhores sentimentos que poderia ter e experimentar. Portanto, o terceiro dia em companhia do alfa era tão bom quanto os anteriores. Em momento algum ele se sentiu excluído ou abandonado, sempre ao lado de Jeon e o acompanhando em todos os seus afazeres. E naquela manhã não havia sido diferente. Com o corpo encolhido e sendo abrigado pelos berços fortes de Jungkook, Jimin sorriu ainda com os olhos fechados e se envolveu por completo contra o dono de seus melhores momentos desde que seu caos tivera início a anos atrás. Sentia-se seguro e feliz, calmo de uma forma na qual jamais seria capaz de explicar em palavras.
   Apoiou a cabeça sobre o peito de Jungkook, permitindo se perder com a cada batida que o coração alheio dava, agradecendo e pedindo mentalmente para que aqueles momentos se repetissem ano após ano, vida após vida. Ele se culpava por muitas coisas desde que passou a entender e enxergar exatamente como sua vida seria, mas o que realmente parecia pesar em seu consciente era o terrível fato de que tudo aquilo poderia não ter acontecido, lhe sufocava perceber que aquele ômega que tanto lhe acusava estava coberto de razão. Jimin não era e jamais seria uma pessoa ruim, o oposto, era apenas uma pessoa machucada e pouco compreendida, alguém que teve sua imagem criada por boatos e mentiras, comentários nos quais até mesmo sua mente fragilizada passara a acreditar. Mas, assim como as coisas boas duram pouco, o mal também tinha o seu fim, e estando ali, nos braços daquele que lhe apresentaria as melhores emoções que seu coração poderia sentir e lhe proporcionar, Jimin já não acreditava naquelas pessoas: preferia acreditar no que Jeon tinha para lhe dizer, confiava no que o alfa lhe mostrava.
     Sentindo-se incomodado por estar deitado e pensativo, Jimin se desvencilhou do aconchego de Jungkook e se levantou calmamente para não acordar o alfa, pois sabia o quão ele poderia estar cansado. Em poucos minutos havia tomado um banho rápido e se aprontado devidamente. Diferente de muitas pessoas da realeza, Jimin odiava que alguém invadisse sua privacidade e fizesse algo para si, lhe tratasse como um incapaz, ter um criado somente para si era algo desnecessário ao seu ver. Quando deixou os aposentos, Park seguiu para as escadarias, não tinha o costume de se alimentar pela manhã, mas sabia que seria a primeira coisa que Jeon lhe questionaria, portanto optou por fazê-lo.
     Ao adentrar a cozinha real, Jimin suspirou ao ouvir os murmúrios sobre si, os comentários que estava acostumado a ouvir de todos à sua volta. Park gostaria que tivesse tido a oportunidade de se explicar, muitas vezes imaginou como seria se ninguém o silenciasse com boatos, mas naquele momento, vivendo a melhor fase da sua vida, prestes a construir uma nova história ao lado daquele que lhe despertava milhares de sensações, pouco importava se continuaria sendo visto como um monstro impiedoso.
     Pela porta da área de serviço, Kim Seokjin se surpreendeu ao encontrar o ômega naquele cômodo, observando os criados sem ao menos demonstrar o que se passava em sua mente. Por mais que não estivesse disposto a se aproximar e confiar em Jimin, Seokjin o admirava e se questionava como ele era capaz de se mostrar neutro, sem expor seus sentimentos, tinha curiosidade em como alguém poderia ser tão impassível e dinâmico. Apesar de muitas vezes pensar que o menor poderia utilizar suas habilidades para manipular Jungkook, ele admitia que Park Jimin era intrigante e misterioso.

      — Precisa de algo, majestade? - Sob o poder que a coroa de Jimin exercia, Seokjin atraiu a atenção para si ao lhe questionar respeitosamente.

     Jimin o encarou por alguns segundos, mas desviou o olhar para uma das criadas que lhe encarava trêmula, amedrontada por sua presença. Então, sentindo o quão não era bem vindo naquele lugar e em nenhum lugar daquele castelo, Park apenas se aproximou da ilha no centro da cozinha, serviu-se com uma xícara de chá amargo e se retirou, ao menos cumprimentou alguém ali.
     Jungkook havia lhe apresentando todas as alas daquele castelo, mas somente duas lhe chamaram a atenção e seria exatamente onde ficaria. Adentrando o cômodo e fechando a porta atrás de si, Jimin se aproximou da mesa ocupada por alguns papéis e deixou sua bebida sobre ela, então, como um bom observador, se deixou encarar todas as estantes com milhares de livros, tentando encontrar um que lhe chamasse a atenção somente pelo nome. Entre diversos, seus olhos brilharam ao pousar sobre um no qual seu pai havia lhe contado sobre, em uma das muitas noites que passaram no escritório do castelo em seu reino. Como se tocasse uma porcelana delicada e frágil, Jimin o segurou em suas mãos, tentando apaziguar o coração acelerado.