Ice prince: Principe do gelo[ Fanfic Jikook]

capítulo 31

     Por muito tempo, Park Jimin acreditou que era um ser condenado ao mar de sofrimento e infelicidade, acreditou que era indigno de um amor  e um cuidado que todos os outros ômegas tinham. As pessoas o marcaram contra sua vontade, o fez viver sobre a realidade que jamais poderia ser um alguém considerado normal, o fizeram enxergar o destino como aquele que lhe puniria por todos os seus erros. Mas naquele momento, estando acolhido no calor corporal do alfa que lhe pertencia e amava, Jimin finalmente pôde compreender que viveria altos e baixos, mas nunca poderia ser condenado a uma vida de ilusões e sofrimentos, ninguém poderia o condenar por algo que não tinha culpa: estava começando a entender que nem mesmo si próprio poderia se castigar, afinal, ele era o único conhecedor de sua essência, saberia do que era capaz, ou não.

   Desde que despertou, ao menos fizera questão de deixar aquele quarto, queria apenas se acomodar no corpo de Jungkook e sentir toda a proteção que ele estava disposto a lhe dar. E quando o dia amanheceu e os primeiros raios solares aqueciam aquelas terras ,que por muito tempo esteve assombrada pelo inverno que Jimin próprio causara, o ômega choramingou contra o peitoral do alfa, ao que ele dera os primeiros indícios para se levantar daquela cama. 

   Rindo da manha e carência do príncipe, Jungkook sentou-se sobre aquele acolchoado e lhe trouxe para seu colo, o sentando em suas coxas fortes, dando início a carícias nos cabelos sedosos de Jimin. Seus dedos ajeitavam delicadamente os fios rebeldes, os alinhando calmamente enquanto tinha o olhar preso na face serena e com traços infantis que o fazia suspirar completamente rendido. Jeon Jungkook apreciava cada mínimo detalhe de Jimin, o enxergava como o ômega mais belo de todos os reinos, o ser mais marcante que  pôde ter pisado na terra. O rei de Órion era completamente apaixonado por cada detalhe de seu pequeno príncipe, ele o amava cegamente, lhe daria o mundo se esse fosse o seu desejo.

      — Podemos descer para tomar um bom café da manhã, baby - contornando os traços de Jimin, como se estivesse moldando a louça mais delicada já existente, Jungkook murmurou calmamente - depois, se assim for o seu desejo, podemos passar o dia no jardim,longe de quaisquer problemas.

    Abrindo seus olhos que se fecharam ao que Jeon iniciou os afagos, Jimin encarou o olhar escuro e intenso do parceiro e suspirou aceitando a proposta. Poderia parecer submissão ou algo do mesmo gênero, no entanto, Park Jimin apenas estava seguindo seu próprio instinto, fazendo suas próprias escolhas sem interferência de seu lobo; estava a deriva da sua própria sorte, trabalharia por si só até que, finalmente, Luna aceitasse se mostrar receptiva e compreendesse que Jimin não lhe censurou injustamente, ela de fato havia cometido erros que colocaram muitas coisas em risco, inclusive o alfa que tanto lutaram para proteger. Em sua concepção, Jimin sabia que estava enfrentando uma situação onde haveria dois lados, e somente um poderia ser o certo; era uma faca de dois gumes dilacerando sua carne, o oprimindo para que tomasse uma decisão: a certa, ou errada.

   Portanto, sabendo que o vazio que estava carregando em seu peito não deixaria de existir facilmente, o ômega suspirou calmamente e acompanhou o alfa em seus afazeres matinais; tomaram uma banho relaxante na banheira de seu quarto,onde passaram longos minutos conversando e rindo das brincadeiras que o rei de Orion fazia somente para contemplar o sorriso mais marcante que tivera o prazer de presenciar; quando retornaram ao quarto, se vestiram em roupas leves para um manhã de lazer e calmaria, e por fim, saíram daquele quarto com o príncipe acomodado no abraço caloroso e protetivo de seu alfa, esse que o mantinha com as costas apoiadas em seu peitoral, distribuindo beijos na pele sensível e pálida do pescoço de Jimin.

   Ao entrarem na sala de jantar, onde se encontravam os pais do príncipe e os amigos de Jungkook, o ômega ofegou em surpresa por encontrar seu pai sentado ali, ao topo da mesa e com sua mãe ao lado. Por mais que soubesse e recordasse de seus feitos para tê-lo ali, Jimin acreditava fielmente que levaria mais tempo para que o homem finalmente estivesse bem e recuperado. Era surpreendente poder vê-lo de volta àquele castelo, vê-lo bem e em seu lugar que jamais deveria ter sido lhe tomado.