Capítulo 02

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     Park Jimin era inocente e não enxergava a maldade do mundo,apesar dos pesares gostava de acreditar nos seres humanos,mesmo sob difamações e acusações cruéis que recebia. No entanto,no momento em que adentrou aquele salão real,soube que estava em meio a cobras,em meio a predadores que lhe fariam de uma presa fácil,teve a confirmação de que sua mãe - inconscientemente - havia lhe arremessado contra os leões,lhe serviu como refeição principal. Então,inseguro com o que aconteceria,se escondeu contra o corpo grande da mais velha e suspirou sabendo que ouviria muitos comentários que ao menos poderia calar.

     Havia cerca de quinze pessoas naquela sala,todos com olhares afiados e sombrios,com uma única certeza que era percebida por Jimin,mas não por sua mãe: Park não era tolo,sabia que estavam ali para um tratado de paz,uma forma de se manterem seguros do “monstro de Eros”,afinal,se houvesse um acordo entre reinos,se ele ousasse a atravessar as fronteiras de forma que fosse contra a segurança de tal reino,todos teriam permissão para lhe matar e tomar o reino de sua mãe. E o sentimento de se sentir um objeto,de uma arma que pudesse dizimar uma nação inteira,lhe fez se questionar como seus pais o mantiveram naquelas redondezas,não em uma caverna onde tivesse acesso apenas a comida.

    Jeon Jungkook se aproximou lentamente e ofereceu sua mão para a rainha,não se curvaria,tinha consciência de que aquela mulher não exigiria isso partindo dele. Quando chegou a vez de Jimin,o menor se retraiu e deu um passo para trás,se negando a cumprimentar e olhar para uma pessoa que estivesse arquitetando uma forma de lhe ver morto. Mesmo que sua mãe estivesse lhe enviando um olhar repreensivo,Park se manteve afastado e de cabeça baixa. Entendendo a reação do príncipe,Jeon se afastou e sorriu para Mim-jin,como se dissesse estar tudo bem e que aquilo não iria ser levado como desrespeito por parte de alguém da nobreza.

    Sob a permissão do rei de Orion,ambos se juntaram ao restante daquelas pessoas; passariam a noite no castelo e partiriam de volta pela manhã,no entanto,a reunião de grande importância deveria acontecer naquele exato momento. E Jimin se manteve em silêncio,ao menos retribuía os olhares das pessoas curiosas sobre si,se mantinha preso em seus pensamentos desejando poder voltar para casa o mais rápido possível. Com tais pensamentos e sentimentos que se encontravam perambulando todo seu corpo e mente,o menor cogitou como poderia ter sido se sua mão não tivesse somente si de filho; talvez teria menos peso sobre seus ombros,menos cobranças,afinal,poderia ter consumado seus pensamentos de anos atrás,mas que sempre rodeiam sua mente abalada por tudo aquilo que vivia.

     Não era como se Park Jimin fosse atentar contra sua própria vida,ele apenas cederia aos ferimentos internos de seu corpo e lobo,afinal,não era segredo que Luna se encontrava marcada por todas as vezes que se segurava para não machucar as pessoas que cercavam aquela pequena criança que tinha como receptor. Sua loba era forte o bastante para permanecer ali consigo,ao menos,até o momento que deixasse de pensar em como a vida poderia ter seu lado belo e feliz; Jimin era um sonhador que convencia seus pensamentos e sua mascote,um alguém que sempre mostrava alguns pontos positivos,mesmo que os desconhecesse e fossem mínimos. Na realidade,Jimin tinha medo de desapontar sua mãe,medo de magoá-la com o que poderia tomar como a melhor decisão para o fim dos julgamentos que recebia. Essa sua parte racional não lhe permitia ferir mais ninguém,o impedia de agir por impulso e com os sentimentos feridos. Parecia o mais favorável para si,no entanto,sempre surgiam os questionamentos.

     Ao sentir os olhares sobre si mais uma vez, Jimin encarou aquelas pessoas e franziu o cenho;não havia dado a mínima atenção para as palavras que foram pronunciadas e o rumo daquela conversa,então mesmo que desejasse saber do que se tratava aqueles questionamentos silenciosos direcionados a si,mas que não soubera descrever,o menor apenas aguardou que dissessem alguma coisa. Então,ao ouvir a voz de sua mãe lhe defendendo com unhas e dentes,soube que estava, mais uma vez, sendo visto como uma arma,alguém que não possuía sentimentos e um coração batendo em seu peito. Deveria estar acostumado,afinal,era uma vida inteira vivendo com aquela sensação angustiante,com as acusações que parecia lhe arrancar cada centímetro de seu apreço pela vida; mas não era assim que as coisas deveriam acontecer,pois nenhum ser humano deveria se submeter tal tratamento,nunca deveria se acostumar com tantas coisas que podem influenciar uma história inteira.

Ice prince: Principe do gelo[ Fanfic Jikook]Onde histórias criam vida. Descubra agora