Capítulo 13

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      Havia um belo campo de girassóis a sua frente, as belas flores percorriam toda a área e davam beleza para aquelas terras que tanto significava para a família Park, pois aquela era sua renda diária e seus meios de sobreviver em meio a tantos impostos cobrados pelo rei daquela monarquia. Todas as manhãs, o filho mais novo do casal despertava antes dos primeiros raios de claridade tocarem as janelas de sua casa, se vestia de forma singela e que davam destaque para sua beleza juvenil,e corria para o alto de uma das montanhas que lhes protegiam de toda maldade das tropas reais do palácio de Eros, era ali onde se sentava à espera de todos os nasceres do sol e sua grandeza que tinham o poder de lhe fazer acreditar em um futuro melhor e longe das amarras de seus pais, afinal, o garotinho era aventureiro e sentia a necessidade de explorar bem mais do que um campo de plantações e uma montanha que estava sempre sendo representada em suas melhores pinturas. Park Jimin, esse era o seu nome.

    Então, quando percebia estar perto do desperta de seus pais, voltava apressado para casa e sentava-se no pequeno jardim que sua irmã criara para si,afinal, o menor era apaixonado por tulipas,rosas e orquídeas, flores nas quais o patriarca da casa desprezava. E naquele dia não havia sido diferente; com o corpo pequeno cansado e em ôfegos pela corrida feita nas trilhas que eram conhecidas por si, Jimin sentou-se em meio aos canteiros e aguardou pelo despertar de sua família, e estando ali,perdendo em pensamentos de como seria conhecer bem mais do as cercas de sua morada, o pequeno Park se permitiu murmurar uma canção que havia aprendido com sua professora de artes - essa que odiava os tratamentos que os Park’s tinham com o filho.

     Quando a voz de sua mãe reverberou na janela da cozinha onde sempre fazia suas refeições, o garotinho com aroma de frutas vermelhas e um toque cítrico,levantou-se em obediência e adentrou aquele lugar que parecia podar suas asas sempre que a sensação de pouca liberdade aflorava em seu coraçãozinho. Naquela manhã, Jimin se manteve em silêncio e dispensou qualquer alimento que sua mãe lhe oferecera, estava sem apetite por carregar a sensação de choro preso em sua garganta. Chanyoung era uma alfa, um garota que conseguia enxergar as emoções de seu irmão, era capaz de interpretar todos os sentimentos e desejava conseguir a liberdade para que ele se aventurasse pelas redondezas daquelas terras, mas não era algo simples a ser feito, não quando suas asas também eram podadas pelo pulso firme e a soberba de seu pai.

     A rotina seguiu adiante; Jimin e Chanyoung acompanharam o pai até o campo de girassóis, conversaram sobre a rebeldia do ômega - rebeldia essa que os irmãos eram cúmplices - brincavam chutando pequenas pedrinhas e contavam pequenos relatos históricos que aprendiam em algumas horas de leitura em livros que conseguiam por trás das idas de sua mãe até a “cidade” juntamente ao marido para realizarem a venda da semana. Por mais que a mulher vivesse sob as rédeas do alfa, ela tinha voz naquela casa e prezava pelos ensinamentos de seus filhos.

    Park Jimin se afastou de ambos ao se infiltrar entre os girassóis, se permitiu criar um mundo em sua cabecinha fantasiosa, um mundo onde pudessem conhecer pessoas e paisagens diferentes, criar suas próprias histórias. Era só uma criança inocente, uma cabecinha de vento sonhadora, merecia o mundo que seus pais não estavam dispostos a lhe dar. E por estar em meio aos pensamentos, Jimin acabou por se assustar ao olhar para uma das cercas da plantação e encontrar um homem lhe encarando com uma feição surpresa por tamanha beleza. Estava tão imerso que ao menos ouviu sua irmã gritar dizendo que haviam chegado um casal em busca de fazer a compra dos melhores girassóis que tinham para serem vendidos.

     — Perdão! Não era o intuito lhe assustar - de modo retraído, um pequeno sorriso surgiu nos lábios do rapaz que se desculpava e exalava a dominância de um alfa.

   Jimin apenas assentiu com um de seus sorrisos mais dóceis, algo genuíno que acabou por encantar o outro garoto, esse que se apresentara como Jeon Jungkook, filho lhe Jeon Hansol e Jeon Nayon, claramente filho dos reis que sua família tanto temia conhecer. Mas naquele momento, diante do mais velho, Park apenas se aproximou em curiosidade e ergueu a pequena e gordinha mão para lhe tocar a face,no entanto, não concretizou o ato ao ouvir o grito estridente de seu pai. E como conclusão pelo susto e por temer ter feito algo errado que lhe rendesse duas horas de castigo, não conseguiu controlar sua sensibilidade e se encolheu choroso, logo sendo acolhido pela irmã,essa que sabia muito bem o que havia lhe causado o desejo de um choro sem timidez na frente de estranhos.

Ice prince: Principe do gelo[ Fanfic Jikook]Onde histórias criam vida. Descubra agora