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Meu pai estacionou o carro perto da escola e eu desci abrindo a porta de trás e pegando minha mochila que hoje tinha mais algumas coisas que minha mãe fez questão de enfiar nela alegando que eu podia sofrer picadas de mosquitos perigosos, me perder na mata a noite e sentir muita sede.
Enfim estava lotada de repelente, lanternas, pilhas e várias garrafas de água, fora os lanches. O lado ruim de ser filha única é a superproteção. Voltei a frente me inclinando pela janela do carro pra me despedir do meu pai.
- Tenha um bom passeio filha. Eu te amo.
Ele disse sorrindo e beijando minha bochecha.
- Obrigada, eu também te amo.
Acenei virando as costas e andando até o ônibus escolar típico. Antes de chegar nele vi meu amigo, era tão legal ter um amigo e poder chamar ele de amigo sem sentir aquela pressão toda.
Com a Ana eu sentia como se toda vez que eu chamasse ela de amiga vários dedos se apontassem pra mim rindo e dizendo que eu era uma idiota por achar que ela realmente é minha amiga.
Mas com o Luca era diferente, ele parecia realmente gostar da minha companhia e me incluía de verdade ou tentava me incluir no seu grupinho de amigos. Já que eu tenho um pouco de receio porque sou péssima em socializar e conhecer pessoas.
Quando o professor usou aquele apito infernal de novo e chamou todos pra entrarem no ônibus nós andamos até ele e subimos devagar sentando nos bancos mais ao fundo. Eu sentei no último dos últimos como sempre. Essa era minha válvula de escape, ficar fora de vista.
Luca se sentou ao meu lado. Ele tentou me incluir na conversa com seu amigo que estava sentando na frente mas eu evitei e decidi ficar quieta na minha com meu fone de ouvido deixando Paramore invadir meus sentidos.
A viagem até o lugar foi rápida, em uma hora já estávamos lá. Era um lugar com muitas árvores e não tinha sinal de celular, se alguém morresse ali com certeza não teria como chamar alguma ambulância pra ressuscitar. Sorri com a minha constatação idiota, mas muito importante.
Descemos todos do ônibus. O professor estava do lado de fora fazendo alguma espécie de chamada e contagem dos alunos. Eu estava quieta na minha como sempre.
- Então pessoal é isso! Formem cinco grupos de quatro pessoas, ninguém vai ficar de fora já que temos o número exato. Depois que formarem os grupos podem vir até aqui pegar a prancheta e a folha pra começarem a procura pela mata.
- E se a gente se perder?
Um dos alunos perguntou o mesmo que eu queria perguntar mas não tinha coragem.
- Não irá acontecer porque aqui é um parque florestal então temos muitos seguranças e pessoas trabalhando dentro dele. Qualquer coisa é só procurar um dos guias.
Senti mãos no meu ombro e virei o pescoço um pouco rápido demais me causando uma leve dor. Fiz uma careta e ela riu fraco.
- Vamos?
Passei a mão no pescoço olhando pra ela antes de concordar.
- Sim, claro.
Me despedi do meu amigo e segui com ela até os seus amigos. O Peter eu já conhecia, já fiz um trabalho de literatura pra ele uma vez, e a Valéria era a mesma menina que adorava implicar comigo.
- Então galera essa é a Alice. Ela vai ficar com a gente no grupo.
- Sério?
Valéria perguntou com um sorrisinho no rosto.
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𝔸 𝕧𝕚𝕕𝕒 𝕕𝕖𝕡𝕠𝕚𝕤 𝕕𝕖 𝕧𝕠𝕔𝕖̂ | ✓
RomanceAlice é a típica garota do ensino médio que é tímida e faz parte do grupinho dos excluidos. E como todo bom clichê, ela é completamente apaixonada pela capitã do time de vôlei. Carol Walker, a capitã do time de vôlei e uma das garotas mais populares...