Cᴀᴘɪᴛᴜʟᴏ 20

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Me sentei na mesa de novo depois que todos cantamos parabéns pra minha mãe. Eu estava feliz demais, minha mãe é tudo pra mim e esse aniversário dela é diferente já que eu tenho meus amigos aqui, e a minha namorada. Ainda é tão estranho dizer isso, mas é tão bom.

– Sozinha? Será que eu posso sentar contigo?

Olhei prós olhos verdes mais lindos que eu já vi e sorri.

– Claro.

Ela sentou do meu lado e virou de frente pra mim tocando meus joelhos enquanto eu também estava de frente pra ela.

– Tudo bem? Eu estou te sentindo meio aérea.

– Sim, eu estou feliz. Eu amo minha mãe demais.

Ela sorriu minimamente e pegou o doce que eu comia da minha mão mordendo um pedaço.

– Esse é bom. Mas o de amendoim é o melhor, sua mãe que fez?

– Sim, mas eu não posso comer aquele.

Dei de ombros comendo o restante do meu doce.

– Por que?

– Alergia.

Fiz uma careta e ela sorriu puxando meu rosto pra me dar um selinho.

– Você fica muito fofa com essas caretas. Que droga, eu sou muito apaixonada por você.

Eu sorri sentindo meu peito inflar e meu coração acelerar.

– Eu também, desde sempre. Isso aqui pra mim ainda é como um sonho. Nunca imaginei que eu estaria na minha casa conversando casualmente com a minha namorada, vulgo a pessoa por quem eu sempre fui apaixonada.

– Não é sonho, princesa. Tudo é bem real, e eu sou mais real ainda.

Ela me puxou de novo e me deu um beijo rápido. Olhei em volta sentindo minha bochecha corar. Vi meu pai ao fundo com um sorrisinho, ele levantou o polegar e piscou pra mim.

– Quer conhecer meu gatinho?

Perguntei aleatoriamente, ela sorriu e concordou. Eu fiquei de pé e segurei sua mão, já sentia mais confiança pra fazer isso eu mesma. Andamos até o meu quarto e eu destranquei a porta abrindo ela.

Entramos e eu fechei pra que ele não fugisse. Procurei pelo quarto enquanto ela esperava sentada na minha cama.

– Eu amo essa sua clara boia. Olha só, da pra ver o sol se pondo.

Eu ri e me aproximei. Realmente essa era a melhor coisa do meu quarto. Olhei embaixo da cama e vi ele ali escondido. Sorri e chamei ele com a mão, ele se aproximou e eu peguei ele delicadamente com medo de machuca-lo.

– Achei, essa coisinha fofa tem medo de pessoas estranhas. Estava escondido.

Ela sentou na cama e olhou pro gatinho preto nos meus braços. Eu coloquei ele no colo dela que ficou quietinho recebendo o carinho, depois me sentei também.

– Meu Deus, que coisa fofa! Por que não me apresentou antes?

– Acho que eu esqueci.

Sorri culpada e ela me roubou um selinho ainda fazendo carinho no gato.

– Qual nome dele mesmo?

– Banguela, segundo minha mãe ele parece o dragãozinho do filme.

– É... até que parece mesmo.

Deitei na cama e olhei através da clara boia. A noite já estava surgindo e já era possível ver a lua ao longe, mesmo o dia ainda estando claro.

– O que foi? Você está muito quieta.

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