Cᴀᴘɪᴛᴜʟᴏ 21

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Entrei na quadra acompanhada da minha amiga Ellie. Na verdade ela estava acompanhada do Cooper e eu estava acompanhando o casal e ainda servindo de castiçal. Infelizmente eu tenho medo de dirigir então tenho que aturar essas coisas.

Héteros são engraçados, eles ficam se beijando o tempo todo e ao mesmo tempo agem como se não tivesse aquela tensão sexual toda. Eu acho engraçado como eles são tão donos de si, e se beijam o tempo todo como se o mundo fosse acabar.

Eu queria estar beijando a minha namorada nesse momento. Digo, nesse momento eu tenho que ficar vendo os dois se agarrando na arquibancada enquanto o jogo não começa e a minha namorada está lá no vestiário se preparando pra entrar em campo.

Bufei irritada e desci as escadas pra sair dali antes que essa melosidade toda me causasse diabetes. Olhei levemente pro lado e vi a Melissa no banco enquanto sua namorada, vulgo Ayla estava sentada nas suas pernas de lado e ela conversam com alguém.

Revirei os olhos e entrei na escola em busca do banheiro pra poder usar. Não aguento mais ver casais felizes e não poder estar feliz com a minha namorada também. Entrei no banheiro e já fui direto pra pia lavar as mãos e o rosto. Me olhei no espelho e ajeitei as tranças que eu obriguei minha mãe a fazer, era estilo boxeadora, eu sempre gostei dessas tranças.

Ajeitei minha camiseta dos Beatles que eu amava e minha calça, era bem parecida com a que eu costumo usar, a diferença que no lugar dos suspensórios são correntes e essa é na cor vinho. Sorri pra minha própria imagem e me preparei pra sair dali.

Quando eu cheguei na porta ela foi aberta e eu dei uns passos pra trás no susto. Ela não tinha me visto mas quando virou e parou de rir de algo me viu ali parada.

– Que isso? Virou decoração do banheiro?

Sorri irônica e ajeitei minha roupa de novo.

– Não vai me responder?

Neguei com a cabeça. O tempo foi o suficiente pra piscar até ela segurar a gola da minha blusa e me prensar contra a parede, os cabelos ruivos em um coque e os olhos castanhos fixos em mim. Engoli em seco quando vi sua expressão brava.

– Você acha que pode fazer isso? Agir como se não me conhecesse? Acha que tem algum poder aqui? Quem manda aqui sou eu!

– Você não manda em nada.

Respondi entredentes mesmo sentindo minha alma sair do corpo. Ela apertou mais a gola da minha camiseta e eu percebi o quão nervosa ela estava.

– Eu mando sim, e quem você pensa que é pra me responder assim? Acha que eu não consigo te destruir só com um sopro?

– O que foi que eu te fiz?

Perguntei tentando controlar minha respiração e meu medo.

– Não te interessa pirralha. Espero que você abra o olho e comece a ter mais medo.

Ouvi a porta ser aberta e nós duas olhamos na direção dela. Melissa entrou na hora e parou na porta ao ver a cena. Provavelmente engraçada.

– O que você tá fazendo?

Ela perguntou andando até nós duas. Valéria me soltou e eu quase caí no chão, respirei fundo e massageei meu pescoço.

– Tá maluca?

Melissa avançou até ela que riu e se virou pra pia lavando as mãos.

– Chegou a advogada número dois.

– Eu não preciso de advogado.

Consegui dizer e tossi brevemente. Ela não tinha encostado no meu pescoço mas o aperto na gola da minha blusa me incomodou bastante.

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