Cᴀᴘɪᴛᴜʟᴏ 34

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Uma pena que o recesso de fim de ano passou tão rápido. Meus arranhões no rosto já tinham cicatrizado e agora só tinham as marcas. Mas o roxo ainda estava no meu olho, mais fraco, mas ainda estava ali.

Eu nunca fui de passar maquiagem, nem sei como começar. Mas hoje eu tive que pegar uma emprestada com a minha mãe, impossível ir pra escola com esse roxo na cara. Nem sei se fiz certo, só segui meu instinto.

Cheguei na cozinha e a Ellie já estava lá. Meu irmão estava dormindo no carrinho no canto e meu pai na cozinha preparando o café da manhã. Sentei no meu lugar e peguei uma das torradas.

– Conseguiu passar a maquiagem?

Ellie perguntou e eu assenti.

– Eu acho que sim, da pra ver o roxo?

– Não, está bem escondido mesmo.

– Será que ela está com o mesmo problema?

Meu pai zombou e eu dei de ombros. Já fazia alguns dias do ocorrido, mas eu já nem lembro direito o que aconteceu. A bebida me deixou inconsequente e esquecida.

– Vou sentir falta da Melissa pra zombar e te elogiar ao mesmo tempo.

Ellie disse rindo.

– Eu também.

Suspirei deitando minha cabeça em cima da mão não mesa.

– Só faz dois dias que ela foi, não precisa chorar de novo.

– Eu não chorei.

– Nem você acredita nisso.

Cruzei os braços e ela riu me jogando um pedaço do seu pão.

– Eu ouvi você chorando ontem, ouvindo Taylor Swift.

Meu pai comentou e eu não consegui segurar a risada.

– Era Olivia Rodrigo, tio.

– Vocês são péssimas pessoas. Eu aqui sofrendo e vocês rindo da minha tristeza.

Os dois riram e eu revirei os olhos terminando meu café da manhã.

– Louis, não seja como ela. Deixa o drama todo com ela, por favor.

Ellie comentou com o pequeno já acordado no carrinho. Ele é um bebê calmo então raramente chora sem motivo.

– Dois filhos dramáticos, eu não aguento não.

Meu pai riu e lavou as mãos pra pegar meu irmão que ameaçou chorar. Ele saiu da cozinha e ficamos só nós duas.

Depois que terminamos, nós finalmente saímos de casa. Me despedi dos meus pais e peguei a chave do carro. Dessa vez eu quem ia dirigir, estava tentando fazer isso mais vezes. Eu preciso de coragem pra um dia ir visitar a Melissa.

Quando chegamos na escola eu deixei que a Ellie estacionasse mesmo, isso eu ainda estou aprendendo. Entrei na escola com ela e nós seguimos até os armários. Ela ficou falando sobre como foi o fim de ano com os pais e coisas do tipo.

Depois nós seguimos cada uma pra um lado. Entrei na minha aula e sentei lá no fundo como sempre, abri meu caderno esperando o professor chegar.

– Hey, quanto tempo que a gente não conversa.

Levei um susto e olhei pra frente vendo a Carol ali parada. Ela sorriu mínimo e sentou na mesa a minha frente.

– Ah, sim. Tudo bem?

– Sim, tudo ótimo. E contigo? E esse roxo aí?

Abri a boca surpresa e peguei meu celular pra ver o reflexo. Quase não dava pra ver mas tinha uma mancha roxa perto do meu olho.

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